SBT acerta ao desistir de reality e Record deveria fazer o mesmo

"Monocultura é a maior sequela", já cantava o Planet Hemp. Quantos reality shows de confinamento cabem na programação diária da televisão brasileira?

Devido ao sucesso de BBB e A Fazenda, especialmente na retomada popular dos formatos de 2020 para cá, o gênero praticamente não sai mais do ar durante o ano.

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A Globo oferecendo edições cada vez mais longas do Big Brother e a Record enfileirando Power Couple, Ilha Record e A Fazenda são as pontas de lança dessa fase.

O resultado parece ser uma certa exaustão. "Cuidado com o que desejas", alertava o poeta. Quem aprecia as intrigas e conchavos dos realities encontra-se no momento empapuçado.

Nesse sentido, parece acertada a decisão do SBT de segurar a onda e não mergulhar nessa moda por enquanto. Chegou a cogitar adquirir um formato argentino, mas desistiu da missão, informa o colunista Flávio Ricco.

Melhor assim. Mas hoje as emissoras parecem presas a alguns pilares repetitivos: dramaturgia, shows de talento e realities. Quando ficamos tão engessados assim?

"Eppur si muove", supostamente protestou Galileu Galilei. Sinto saudades de quando existia interesse e capacidade de investimento em contraprogramação, para oferecer ao público o que ele ainda não tinha.

No atual estado das coisas, parece que tentam nos empurrar versões cada vez menos sofisticadas de ideias que já nem gostamos tanto assim. Na esteira da decisão do SBT, a Record bem que poderia tirar o pé do acelerador, abrir um espaço maior entre os formatos e propor outras saídas para sua suposta linha de shows.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.