Topo

Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O Legado de Júpiter é ruim, mas eu adorei

As Novas Aventuras de Oswaldo Montenegro (Foto: Netflix) - Reprodução / Internet
As Novas Aventuras de Oswaldo Montenegro (Foto: Netflix) Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

10/05/2021 22h28

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Legado de Júpiter é a nova série da Netflix baseada nos quadrinhos de Mark Millar, o roteirista que no começo deste século atualizou os conceitos de marcas importantes da Marvel, como os Vingadores, Quarteto Fantástico, Wolverine e Homem-Aranha.

De olho no promissor mercado autoral, largou mão dos trabalhos para as principais editoras e não parou de lançar os próprios personagens. Já teve obras como Kick-Ass, Procurado e Kingsman adaptadas para os cinemas.

Um tempo atrás, vendeu os direitos de suas criações para a plataforma de streaming e foi contratado como diretor criativo dos projetos. O Legado de Júpiter é a primeira empreitada.

Pouco dado a sutilezas com seu texto ágil e sensacionalista, Millar contratou o showrunner da errática série do Demolidor para cuidar da adaptação. O tempo todo fica claro que não foi a melhor escolha, mas vida que segue.

A história do Utopiano, sua família e amigos é divertidíssima. Uma bobagem de proporções colossais, mas no bom sentido. Quase um reel de todas as esferas que a literatura de aventura pode oferecer: super-heróis misturados com drama familiar, monstrengos do espaço, piratas e caça ao tesouro.

É verdade que a primeira temporada abre abas demais e nunca consegue lidar com tanta informação. O tempo de cada história é mal dosado, os temas propostos não chegam a arranhar a própria superfície e o resultado é terrivelmente desequilibrado.

Mas cá entre nós, adorei essa bagunça. São personagens razoavelmente carismáticos em situações promissoras para um próximo volume de episódios.

Outra vantagem é que O Legado de Júpiter é ruim de um jeito bastante original. Não lembra em nada os vacilos da DC e da CW: fracassa por seus próprios méritos. É um feito e tanto hoje em dia.

Espero mesmo que a próxima temporada amarre melhor todas as pontas soltas, ou pelo menos algumas delas. Ou que continue a frustrar as expectativas de maneira grandiosa —isso pode ser divertido também, ideal para assistir em um sábado preguiçoso.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.