Manjar de coco não nasceu brasileiro, mas é paixão nacional; faça em casa
Se der uma espiadinha nos livros de receitas das vovós não tem erro: sempre vai ter uma receita de manjar de coco. Fácil de fazer e açucarado, ele é um clássico das mesas brasileiras.
A origem do doce, porém, não está por aqui e, como muitas outras receitas, não é totalmente conhecida.
Há quem faça a correspondência direta com o francês blancmange, de textura igualmente gelatinosa, mas feito com amêndoas, flor de laranjeira e açúcar. O primeiro registro do "manjar francês" está em um livro de 1903, "Le guide culinaire", de Auguste Escoffier.
Outra versão apresenta referência a receitas portuguesas do século 16, nas quais o manjar branco era uma família de pratos salgados ou doces que usavam peito de frango como "gelatina". Segundo o Instituto Brasil a Gosto, foi no Brasil que a receita portuguesa incorporou o leite de coco e o amido de milho.
Também há palpites que a receita seja inspirada em preparos árabes, levados para Europa depois da invasão moura do século 8, até finalmente chegarem aos países colonizados mais tarde - incluindo Brasil, Colômbia e mais.
Gosto dos nobres
O que não se discute é o sucesso que o manjar faz entre as altas cúpulas do poder.
Estudiosos da alimentação na Idade Média afirmam que o manjar é mencionado no prólogo dos "Contos de Cantuária", e em livros de receita escritos por cozinheiros da corte do rei Ricardo 2º da Inglaterra (1367-1400).
E não é que o doce (ainda que na época fosse, na verdade, salgado) chegou ao Brasil graças à família real? No primeiro livro de receitas editado por aqui, "O Cozinheiro Imperial", de 1841, há uma receita de manjar branco.
A entrada do leite de coco e da calda a base de ameixas seria influência dos africanos escravizados, segundo Gilberto Freyre em seu livro "Açúcar" e o resto é a história como já conhecemos: na doçaria brasileira não falta manjar.
Veja a receita desta delícia abaixo:
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