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Grupo compra ilha deserta com "vaquinha" e funda país com direito a trono

Coffee Caye, também conhecida como Principado da Islandia - Divulgação
Coffee Caye, também conhecida como Principado da Islandia Imagem: Divulgação

De Nossa

15/03/2022 09h34

Já pensou ter seu próprio país? Este era o sonho de Marshall Meyer, o criador do site de crowdfunding — uma vaquinha virtual — "Let's Buy an Island" ("Vamos comprar uma ilha", em tradução livre), lançada em 2018. Em dezembro de 2019, o grupo de investidores escolheu o seu território.

E, no último mês, Marshall transformou este sonho em realidade. Com a ajuda de 80 investidores, ele inaugurou o Principado da Islandia após a compra por US$ 180 mil (cerca de R$ 914 mil) de Coffee Caye, uma ilha caribenha a 15 minutos de barco da costa de Belize.

"Aquela sensação de pisar em uma ilha em que você investiu, de que é dono, é uma sensação incrível", vibrou à CNN americana. Agora, de posse do território, os primeiros 13 visitantes, entre turistas curiosos e "cidadãos" já fizeram o primeiro tour nesta Islandia — que em nada se assemelha com a Islândia original, bastante gelada, no Ártico.

Marshall é o chefe de Estado da nova nação e se apresenta, no site, como Sua Alteza Real, Príncipe Regente Marshall Meyer. O país já tem um dia de proclamação — 11 de fevereiro de 2018, antes mesmo da compra da ilha, quando o projeto era apenas uma ideia — e uma chefe de governo A Muito Honorável Primeira-Ministra Jodie Hill.

"Nós planejamos usar nossa ilha paradisíaca para avançar nossos ideais de democracia, inclusão e sustentabilidade", anuncia o Let's Buy an Island, que descreve a ideia como um experimento com objetivos turísticos "e de diversão". O principado será administrado pelo grupo de investidores e "ministros voluntários", experts em suas áreas, apontados pelos membros que compraram cotas da ilha.

Coffee Caye, o Principado da Islandia - Divulgação - Divulgação
Coffee Caye, o Principado da Islandia
Imagem: Divulgação

Cada cota, segundo a CNN, custou US$ 3.250 (quase R$ 16,5 mil) e, embora investidores pudessem comprar mais de uma cota, cada um deles só tem direito a um voto no parlamento do país. O projeto segue vendendo cidadanias do principado, que deverão dar direito, no futuro, a participações nos aluguéis da área e em outros projetos a serem construídos por lá.

Apesar de terem a liberdade de tomarem suas próprias decisões e estabelecerem uma "micronação", os governantes e futuros habitantes deverão se encaixar na legislação de Belize, que detém a soberania da região, contou Meyer à revista Travel and Leisure.

(Bem humorada, a administração ainda alfinetar a realeza de outras nações. "O Principado da Islandia apoia o Príncipe Harry e Meghan. Como alguém pode sobreviver com 10 milhões de libras durante a covid-19?").

Gareth Johnson, um dos cofundadores da ilha, adiantou ainda à CNN que o principado terá passaportes e disponibilizará a compra também dos títulos de Lord e Lady da Islandia por taxas menores que a dos investidores, que serão, no máximo, 150.

No entanto, eles já passam pelos primeiros "perrengues" da administração. Em uma excursão pela ilha, os visitantes deixaram para trás uma bandeira da Islandia e uma prévia do primeiro carimbo de entrada no país que, desde então, desapareceram, postergando a primeira cerimônia para hastear a bandeira.

Apesar disso, o país já viu seu primeiro momento histórico: Marshall Meyer trouxe sua namorada às novas paisagens e a pediu em casamento ali. Ela disse sim.