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Como é a experiência de mergulhar entre placas tectônicas na Islândia

Mergulho entre placas tectônicas é mais uma tração natural para conhecer na Islândia - DIVE IS_@AndersNyberg
Mergulho entre placas tectônicas é mais uma tração natural para conhecer na Islândia
Imagem: DIVE IS_@AndersNyberg

Marcel Vincenti

Colaboração para Nossa

24/10/2021 04h00

Não faltam paisagens impressionantes na Islândia. O país nórdico, afinal, é dono de um território onde é possível admirar vulcões ativos, cachoeiras gigantescas, praias cercadas por montanhas e, claro, a famosa aurora boreal.

E os atrativos não param por aí: lá, turistas têm a chance de mergulhar em uma fenda entre duas placas tectônicas. A atividade é realizada no Parque Nacional Thingvellir, mais precisamente em um lugar conhecido como fissura de Silfra.

Com uma água de visibilidade excelente, que chega a mais de 100 metros de distância, o destino é buscado por mergulhadores do mundo inteiro. Um deles é o finlandês Jan Murtomaa, de 56 anos, que conta a Nossa sobre o privilégio de submergir entre as placas tectônicas.

Mergulhador desde criança, ele se encantou com a experiência no Parque Nacional Thingvellir. "Quando você entra lá pela primeira vez, é quase impossível acreditar no que seus olhos estão vendo, pois é um espaço muito lindo", elogia ele.

É possível ver quase tudo. No mundo, acho que não existe nenhum ponto de mergulho com esta visibilidade. É tão transparente quanto um vidro. Você sente que está suspenso no espaço".

O finlandês Jan descreve o mergulho entre placas tectônicas na Islândia - DIVE IS_@AndersNyberg - DIVE IS_@AndersNyberg
O finlandês Jan descreve o mergulho entre placas tectônicas na Islândia
Imagem: DIVE IS_@AndersNyberg
Mergulho entre placas tectônicas na Islândia - DIVE IS_@AndersNyberg - DIVE IS_@AndersNyberg
Mergulho entre placas tectônicas na Islândia
Imagem: DIVE IS_@AndersNyberg

Jan afirma gostar tanto deste destino islandês que, ao longo de sua vida, já esteve por lá diversas vezes, em incursões que atingiram 44 metros de profundidade. "E, lá no fundo, há um pequeno buraco que dá acesso a mais de 50 metros de profundidade", conta.

Entre as "divisões" da Terra

E há, logicamente, a sensação especial de estar entre duas placas tectônicas da Terra.

"Você afunda e passa junto a paredões rochosos grandiosos. É como se estivesse em uma versão submersa de um cenário do 'Senhor dos Anéis'. Trata-se de algo diferente de qualquer outro ponto de mergulho", descreve.

Em Silfra, você se vê no meio desta rachadura nas rochas. Uma coisa louca. Impossível não ficar admirado".

Sensação é de estar num cenário de filme, descreve o viajante - DIVE IS_@AndersNyberg - DIVE IS_@AndersNyberg
Sensação é de estar num cenário de filme, descreve o viajante
Imagem: DIVE IS_@AndersNyberg

O finlandês também afirma amar as tonalidades que existem dentro da fissura de Silfra.

"Há muitos tons de azul, que dividem a paisagem com áreas de sombras bem escuras geradas pelos paredões", explica ele. "E, no alto verão, você tem ainda mais visibilidade lá embaixo. Todo mundo que ama mergulho deveria visitar este lugar pelo menos uma vez na vida".

Mas é preciso estar com uma roupa de mergulho apropriada para manter o corpo protegido durante o passeio, pois a temperatura na água é baixa, variando frequentemente entre 2º e 4ºC.

Tours

Na Islândia, há algumas agências de mergulho que conduzem tours subaquáticos em Silfra. Uma das mais renomadas delas é a Dive.Is (www.dive.is).

Segundo Höskuldur Elefsen, gerente geral da empresa, as sessões de mergulho costumam durar entre 30 e 40 minutos.

E o que torna o passeio tão especial é que você está mergulhando entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia", diz

Höskuldur também explica que a água em Silfra é realmente cristalina. "Trata-se da água do degelo de uma geleira que viajou no subsolo por 60 quilômetros e, por isso, passou por um longo processo de filtração", conta.

Longo processo de filtração explica a água cristalina do local - DIVE IS_@AndersNyberg - DIVE IS_@AndersNyberg
Longo processo de filtração explica a água cristalina do local
Imagem: DIVE IS_@AndersNyberg

Por razões de segurança, os mergulhos da empresa não costumam chegar tão fundo quanto as incursões realizadas pelo experiente mergulhador Jan Murtomaa — indo, geralmente, "apenas" até 18 metros de profundidade.

E para quem não sabe mergulhar, uma boa notícia: também dá para fazer snorkel na superfície da água na área da fissura de Silfra.

Atualmente, com a Dive.Is, um mergulho em Silfra custa cerca de US$ 230 (aproximadamente R$ 1.300). Para quem não mergulha, o snorkeling custa cerca de US$ 120 (aproximadamente R$ 670).