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Alemanha desiste de abolir quarentena obrigatória

Filas no Aeroporto em Berlim, na Alemanha: Ministro reconheceu que a doença não é resfriado e, portanto, ainda precisa de maior monitoramento da circulação de turistas e residentes - Adam Berry/Getty Images
Filas no Aeroporto em Berlim, na Alemanha: Ministro reconheceu que a doença não é resfriado e, portanto, ainda precisa de maior monitoramento da circulação de turistas e residentes Imagem: Adam Berry/Getty Images

da Deutsche Welle

07/04/2022 14h08

Ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, disse que decisão anunciada no começo da semana de exigir apenas isolamento voluntário de infectados com covid-19 seria um erro. Nova regra passaria a valer em maio.

O ministro da Saúde da Alemanha, Karl Lauterbach, voltou atrás nesta quarta-feira (6) e disse que o governo vai abandonar os planos de encerrar, a partir de maio, o isolamento obrigatório para infectados com covid-19.

Atualmente, a quarentena na Alemanha para pessoas infectadas com o coronavírus é de 10 dias, podendo ser reduzida para sete dias com um teste negativo.

Lauterbach havia anunciado no começo desta semana que, a partir de 1º de maio, a quarentena obrigatória para os infectados com covid-19 seria substituída por um isolamento voluntário de apenas cinco dias, provocando fortes críticas tanto da posição quanto de entidades de saúde.

Lauterbach admite erro

O ministro escreveu no Twitter que abandonar o isolamento obrigatório aliviaria os departamentos públicos de saúde de um fardo, mas o sinal dado com a medida seria "errado e prejudicial".

"Eu cometi um erro aqui", escreveu no Twitter. "Corona não é um resfriado", acrescentou Lauterbach. "Portanto, o isolamento após a infecção deve continuar. Ordenado e supervisionado pelos departamentos de saúde".

No entanto, futuramente, o período de quarentena obrigatória para infectados deverá ser reduzido para cinco dias, disse Lauterbach à emissora pública de televisão alemã ZDF.

Mais tarde nesta quarta-feira, Lauterbach afirmou a repórteres, em Berlim, que voltou atrás da decisão "porque teria surgido a impressão completamente errada de que a pandemia acabou ou o vírus se tornou significativamente mais inofensivo do que se supunha no passado".

Reação de políticos

Lauterbach, epidemiologista e deputado de longa data do Partido Social Democrata (SPD, legenda de centro-esquerda do chanceler federal, Olaf Scholz) tem sido uma das vozes mais proeminentes a pedir cautela e medidas rigorosas contra o coronavírus na Alemanha.

No entanto, desde que se assumiu o cargo de ministro da Saúde em dezembro do ano passado, parece tentar equilibrar essa abordagem e os desafios políticos de um governo diversificado de coalizão de três partidos.

Friedrich Merz, líder do partido de oposição União Democrata Cristã (CDU), criticou o que chamou de estilo de governo "sem fôlego", "com decisões que não duram 48 horas".

Já Irene Mihalic, do Partido Verde, sigla que compõe a coalizão de governo, saudou a decisão de Lauterbach. "Louvável que ele tenha corrigido esse erro", disse.

Situação da covid na Alemanha

A Alemanha vem reduzindo gradualmente as restrições para conter a pandemia de covid-19. Atualmente, na maioria dos estados, já não é obrigatório o uso de máscara em estabelecimentos comerciais — embora recomendado.

Os níveis de infecção estão caindo, mas ainda seguem altos. Nesta quarta-feira, foram contabilizados 214.985 novos casos — cerca de 20% a menos do que há uma semana.

Berlim: entre máscaras, vacinas e negacionismo - Thielker/ullstein bild via Getty Images - Thielker/ullstein bild via Getty Images
Berlim: entre máscaras, vacinas e negacionismo
Imagem: Thielker/ullstein bild via Getty Images

Políticos alemães vêm discutindo a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus para adultos, mas o apoio à ideia diminuiu nas últimas semanas.

A votação sobre deve ocorrer nesta quinta-feira. Um acordo costurado entre os deputados deve aprovar pelo menos uma imunização obrigatória para pessoas com mais de 60 anos.

(Com informações da AFP, AP e Reuters)