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Itália protesta contra reconhecimento do 'prosecco fake' da Croácia

da ANSA, em Roma

14/09/2021 10h50

O Ministério das Políticas Agrícolas e Florestais da Itália (Mipaaf) protestou nesta segunda-feira (13) contra a decisão da Comissão Europeia de certificar a origem do vinho Prosek, criado na Croácia, e que "imita" o tradicional Prosecco italiano.

"A decisão da Comissão Europeia sobre o reconhecimento de indicação geográfica protegida do vinho croata Prosek é errada."

O Ministério já se opôs a esse reconhecimento e utilizará todas as argumentações úteis para rejeitar o pedido de registro promovido pela Croácia, também apelando aos princípios de tutela expressos pela Corte de Justiça em casos análogos, como ocorreu por exemplo no recente caso do 'champanillo' espanhol", informou a pasta em uma nota oficial.

A polêmica começou na manhã desta segunda-feira, quando o próprio Executivo europeu confirmou a informação de que o vinho receberia o selo IGP após uma solicitação da eurodeputada italiana Mara Bizzotto (Liga). A decisão será publicada nesta terça-feira (14) na Gazeta Oficial.

"Perante a essa louca decisão da UE estamos prontos para fazer barricadas para defender de todas as maneiras e em cada local o 'Prosecco Made in Italy' porque precisa ficar claro para todos que o único e verdadeiro Prosecco é o produzido em nossas terras", disse a parlamentar em nota, ressaltando que tanto ela como o governo apresentarão os recursos necessários "pelos próximos dois meses".

A principal associação dos agricultores da Itália, a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti), também criticou a decisão europeia e disse que a liberação "estraga o recorde histórico da exportação do Prosecco no mundo, que cresceu 35% nos primeiros seis meses do ano".

E também lembrou as últimas decisões do próprio tribunal europeu sobre produtos que podiam levar o consumidor "ao engano".

"É necessário agir rápido para frear uma decisão escandalosa que atinge o vinho italiano mais vendido no mundo. Trata-se de um precedente perigoso que arrisca enfraquecer a própria UE nas relações internacionais e em suas negociações para os acordos de troca onde é preciso proteger a denominação prosecco dos falsos, como na Argentina e na Austrália", acrescentou o presidente da Coldiretti, Ettore Prandini.