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Catracas e aplicativo virtual: o plano de Veneza para controlar turistas

A prefeitura há tempos tenta implantar uma taxa de até oito euros (equivalente a R$ 50 pela cotação atual) para turistas que não pernoitam no centro histórico de Veneza - Getty Images
A prefeitura há tempos tenta implantar uma taxa de até oito euros (equivalente a R$ 50 pela cotação atual) para turistas que não pernoitam no centro histórico de Veneza
Imagem: Getty Images

11/07/2021 12h14

A cidade de Veneza, uma das joias turísticas da Itália, terá um sistema de catracas acionadas por meio de um aplicativo para controlar o fluxo de turistas em seu centro histórico.

O anúncio foi feito neste domingo (11) pelo prefeito Luigi Brugnaro, de centro-direita, e faz parte dos planos da prefeitura para colocar um freio no turismo de massa em uma cidade onde a beleza é proporcional à fragilidade.

"Haverá catracas, assim como aquelas de mercado, e será possível passar com um app, com base na disponibilidade no momento. Cidadãos sempre terão a senha da catraca, mas visitantes a terão durante o período de hospedagem", disse Brugnaro.

A prefeitura há tempos tenta implantar uma taxa de até oito euros (equivalente a R$ 50 pela cotação atual) para turistas que não pernoitam no centro histórico de Veneza, mas teve de adiar a medida para 1º de janeiro de 2022 devido à pandemia do novo coronavírus.

A cobrança será feita de forma antecipada, mediante reserva, e terá valor de três euros (R$ 18,75) nos dias comuns; seis euros (R$ 37,50) nos dias de "selo vermelho", ou seja, quando é previsto um "fluxo crítico" de pessoas; e oito euros nos dias de "selo preto", quando é previsto um "fluxo crítico excepcional" de turistas.

Em um segundo momento, essas cifras subirão para seis, oito e 10 euros (R$ 62,50), respectivamente, com a criação de uma quarta categoria, o "selo verde", para raros dias com baixo fluxo de viajantes e valor de três euros. O calendário de selos será divulgado previamente pela prefeitura.

"Com a contribuição de acesso, poderemos usar essa alavancagem financeira para dissuadir pessoas que não tenham reservado a entrada na cidade. É um experimento que ninguém fez, haverá algumas dificuldades, mas Veneza não vai abrir mão disso", acrescentou Brugnaro.

A "taxa de desembarque" será voltada a pessoas que visitarem o centro histórico de Veneza e as ilhas da cidade, como Murano e Burano, mas sem pernoitar nessas regiões. Aqueles que dormem na área da Lagoa de Veneza já pagam a "tassa di soggiorno", que varia de um a cinco euros por dia.

Por outro lado, adeptos do chamado "bate e volta" hoje não arcam com nenhuma tarifa para entrar no superlotado centro da cidade.