Topo

Milhões de americanos viajam em meio a surto natalino de covid

Passageiros aguardam bagagem em esteira do Aeroporto Internacional de Miami, nos EUA - Joe Raedle/Getty Images/AFP
Passageiros aguardam bagagem em esteira do Aeroporto Internacional de Miami, nos EUA Imagem: Joe Raedle/Getty Images/AFP

24/12/2021 09h38

Milhões de americanos deslocaram-se nesta quinta-feira, um dos dias mais movimentados da temporada de Natal, no momento em que as infecções pela variante ômicron do novo coronavírus ultrapassam o pico da delta, e os hospitais ficam sem leitos vagos.

A escassez de testes no período natalino agravou os problemas do país. As farmácias não têm horários disponíveis para agendamento, os centros do governo estão lotados, e os kits caseiros, em falta. O presidente Joe Biden prometeu esta semana ampliar os centros de testagem e distribuir 500 milhões de kits a partir de janeiro.

Em um centro de testes federal recém-inaugurado no Travers Park, Nova York, uma longa fila foi formada em meio ao frio invernal. "Pensei em me reunir com a família, mas posso testar positivo, então acho que isso não será possível", comentou a moradora do Queens María Félix, enquanto aguardava o resultado.

Funcionários do governo também distribuíam testes caseiros para os pedestres, mas há apenas 2.000 unidades reservadas para cada um dos cinco distritos da cidade, de 8,4 milhões de habitantes. No entanto, não há indícios de que os atrasos nos testes irão desanimar os viajantes.

A American Airlines indicou que estará operando 5.000 voos diários entre 19 de dezembro e 1º de janeiro, o que representa 86% de sua capacidade em relação a 2019. "Há uma enorme demanda reprimida de viagens aéreas", comentou um porta-voz.

A American Automobile Association estimou que 109 milhões de pessoas — um aumento de 34% em relação a 2020 — farão viagens de 50 milhas ou mais entre 23 de dezembro e 2 de janeiro.

Ômicron supera delta

Acredita-se que as festas de fim de ano farão aumentar os casos de covid, uma vez que a variante ômicron coloca os hospitais do país à beira do limite. A cepa representa mais de 90% dos casos da doença em algumas regiões americanas.

Embora os primeiros indícios apontem que o índice de casos graves é menor, ela é, de longe, a versão mais infecciosa do vírus, o que significa que a vantagem de ser leve pode ser anulada.

"Há mais pessoas nos hospitais nesta época do que no ano passado", observou John Carney, governador de Delaware, ao anunciar que as cirurgias eletivas serão adiadas.

Os hospitais de Rhode Island e Massachusetts lutam para reter os profissionais de saúde. Muitos deles pediram demissão por esgotamento, declarou ao Boston.com Steve Walsh, diretor geral da Associação de Hospitais e Saúde de Massachusetts.

Em Nova York, o prefeito, Bill de Blasio, anunciou uma redução das comemorações de fim de ano na Times Square.

Devido à falta de testes, autoridades de saúde americanas apostam em um alto nível de vacinação para moderar o número de casos graves de covid. A imunização foi elevada ao longo da semana.

A Food and Drug Administration (FDA) autorizou um comprimido contra a Covid desenvolvido pela MSD como tratamento para adultos de alto risco. Na véspera, havia aprovado a pílula da Pfizer. Os dois tratamentos orais têm como objetivo complementar as vacinas e ajudar a aliviar parte da carga dos casos graves.