Topo

Voar durante a pandemia: respondemos as dúvidas mais comuns dos passageiros

Getty Images
Imagem: Getty Images

Bárbara Ligero

Colaboração para Nossa

11/08/2020 04h00

A recomendação dos órgãos de saúde continua sendo evitar viagens nacionais ou internacionais desnecessárias. Ainda assim, a frequência dos voos e a quantidade de passageiros só aumentou nos últimos dois meses.

Diante dessa realidade, surgem dúvidas de como estão acontecendo os voos e de quais cuidados as companhias, as autoridades aeroportuárias e os próprios passageiros devem ter durante todo o processo da viagem, que vai além do período dentro da aeronave.

Para responder as perguntas mais frequentes, consultamos médicos infectologistas, empresas aéreas e os principais aeroportos do Brasil para entender como deve ser a trajetória do viajante, do check-in ao desembarque, durante a pandemia do novo coronavírus.

VOAR DURANTE A PANDEMIA: TIRE SUAS DÚVIDAS

Como está sendo feito o check-in nos voos durante a pandemia?

As companhias aéreas brasileiras Azul, Gol e Latam recomendam que os passageiros façam o check-in online, através dos seus respectivos sites e aplicativos. Esses serviços já existiam antes do início da pandemia de coronavírus, mas tiveram uma adesão maior dos passageiros desde então.

Segundo a Gol, no passado 70% de seus clientes fazia check-in virtualmente. Hoje, o número chega a 95%. Parte desse crescimento se deve à implementação de um novo sistema da Gol em julho, que permite que os passageiros façam o check-in pelo Whatsapp.

Já a Latam lançou um atendimento remoto, no qual os clientes fazem o check-in por videoconferência. Por enquanto, o sistema só está em funcionamento no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e no Aeroporto Internacional de Vitória.

No entanto, ainda existe a possibilidade de fazer o procedimento presencialmente, no balcão de atendimento da companhia. Para isso, os funcionários estão sendo equipados com máscaras e luvas, além de geralmente serem separados dos passageiros por escudos de acrílico. Adicionalmente, para evitar aglomerações entre os próprios passageiros, alguns os aeroportos implementaram filas transversais e marcações no chão, além de distribuírem máscaras e álcool em gel nos horários de maior movimento.

Como está sendo feito o embarque durante a pandemia?

A Gol e a Latam têm feito marcações no piso próximo aos portões de embarque para garantir o distanciamento entre os passageiros. A Azul apresentou uma proposta um pouco mais tecnológica. Composto por um conjunto de projetores e monitores, o chamado "Tapete Azul" indica aos passageiros o momento de embarcar e os posiciona a quatro metros uns dos outros por meio de realidade aumentada.

Porém, a tecnologia só foi instalada no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, no Aeroporto Internacional de Goiânia e no Aeroporto Internacional de Recife. Nas demais localidades, a companhia apenas orienta que os clientes sigam as sinalizações de distanciamento social colocadas pelos aeroportos em questão.

A temperatura dos passageiros está sendo medida antes do embarque?

Por enquanto, não existe nenhuma recomendação no Brasil que obrigue as companhias aéreas e as autoridades aeroportuárias a fazer a medição de temperatura dos passageiros. De fato, nenhuma das companhias aéreas brasileiras está fazendo isso.

Porém, alguns aeroportos estão fazendo a medição de forma espontânea, incluindo o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e o Aeroporto Internacional de Brasília.

A medição pode acontecer individualmente, com um funcionário apontando o termômetro para a testa de cada passageiro, ou através de câmeras termográficas, que à distância medem a temperatura de até 30 pessoas ao mesmo tempo.

O passageiro pode levar álcool em gel na bagagem de mão durante a pandemia?

A regra não mudou desde o início da pandemia do novo coronavírus: a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que os passageiros podem sim transportar álcool em gel na bagagem de mão, desde que a embalagem não ultrapasse 500 ml nos voos domésticos e 100 ml nos voos internacionais. Já o álcool líquido não é permitido e pode ficar retido no raio-X.

Qual o tamanho da embalagem em álcool em gel que pode levar na bagagem?

Nos voos domésticos, os passageiros podem transportar álcool em gel em embalagens de até 500ml, independentemente de ser bagagem de mão ou na despachada. Já nos voos internacionais, é permitido transportar álcool em gel em embalagens de até 100ml na bagagem de mão e de até 500ml na bagagem despachada.

O que acontece se o passageiro apresentar febre antes de embarcar?

O Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e o Aeroporto Internacional de Brasília são alguns dos aeroportos do Brasil que estão fazendo a medição da temperatura dos passageiros.

Conforme a orientação da Anvisa, se um passageiro for identificado com febre a partir de 37,8ºC ele será convidado a dirigir-se ao posto médico do aeroporto. Caso ele apresente outros sintomas relativos à Covid-19, os paramédicos dos terminais recomendarão a ida a um hospital público ou particular de sua preferência, antes de seguir viagem.

É necessário apresentar algum exame antes de embarcar durante a pandemia?

Por enquanto, não existe nenhuma recomendação que obrigue as companhias aéreas e as autoridades aeroportuárias do Brasil a exigirem testes ou exames dos passageiros. Porém, outros países podem fazer essa exigência, como é o caso do Equador, de Portugal e do Uruguai.

Por determinação de seus governos, nos voos com destino a esses países é obrigatória a apresentação de teste RT-PCR para Covid-19, realizado até 72 horas antes da saída do voo, com resultado negativo. Por via das dúvidas, vale pesquisar as recomendações atualizadas do país de destino do seu voo.

Restaurantes e lojas do duty free estão funcionando durante a pandemia?

A situação varia de acordo com o aeroporto. No Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a maior parte dos restaurantes e lojas estão em funcionamento, ainda que alguns estabelecimentos estejam fazendo um expediente diferenciado.

O Aeroporto Internacional de Brasília não recebe voos internacionais desde 25 de março e, por isso, está com o seu Duty Free fechado. Porém, há lojas e também restaurantes abertos tanto na parte pública do aeroporto quanto nas salas de embarque doméstico.

Como os assentos estão sendo higienizados durante a pandemia?

As companhias brasileiras Azul, Gol e Latam afirmaram fazer uma limpeza profunda e completa em suas aeronaves durante todas as paradas em solo, seguindo os procedimentos recomendados pela Associação Internacional dos Transportes Aéreos (IATA) e utilizando produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Na teoria, isso significa que as aéreas estão tendo uma atenção redobrada com a desinfecção dos assentos, encostos e braços das poltronas, além dos banheiros, cintos de segurança, telas, maçanetas, bandejas, persianas, botões de chamada, pisos e paredes. A limpeza é feita inclusive com um desinfetante de quaternário de amônio, utilizado também em áreas hospitalares.

O passageiro pode higienizar o próprio assento com álcool ou lenços?

Quando questionadas pela Nossa sobre a possibilidade do próprio passageiro limpar a sua poltrona, as companhias aéreas brasileiras Azul, Gol e Latam reforçaram que isso não é necessário, visto que o interior da aeronave já passa por uma profunda higienização antes do embarque. A Gol inclusive afirmou que tal atitude pode danificar as poltronas, já que alguns produtos não são recomendados pelo fabricante do avião.

O uso de máscara a bordo é obrigatório o tempo todo durante a pandemia?

No dia 3 de julho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei nº 14.019/2020, que torna obrigatório o uso de máscaras de proteção individual em espaços públicos e privados durante a pandemia do novo coronavírus. O texto esclarece que a obrigatoriedade vale também para aeronaves.

Antes mesmo da criação da lei, as companhias aéreas brasileiras Azul, Gol e Latam já estavam exigindo que os passageiros usassem máscara durante toda a viagem, do check-in ao desembarque. A Latam abre uma exceção apenas para o momento em que o passageiro for comer ou beber, quando é permitido retirar a máscara temporariamente.

A regra está baseada em informações científicas, que comprovam que o uso do acessório reduz o risco de contágio por coronavírus, e foi recomendada por órgãos do Brasil e do mundo, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Qual tipo de máscara é recomendado para as viagens de avião?

Segundo o médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Ralcyon Teixeira, as pessoas saudáveis podem usar máscaras simples, como as artesanais e as industriais. Já as pessoas que apresentam algum fator de risco podem buscar uma proteção extra através das máscaras que fazem a filtragem do ar, como a N95.

Quem estiver sem máscara não embarca durante a pandemia?

Desde o dia 3 de julho, a lei nº 14.019/2020 estabelece que é obrigatório o uso de máscara dentro de aeronaves. Só ficam liberadas da regra as "crianças com menos de três anos de idade e as demais pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que a impeçam de fazer o uso adequado da máscara de proteção facial".

Porém, o texto não determina o que deve ser feito caso uma pessoa apta a usar a máscara se recuse a fazê-lo durante uma viagem de avião — muito menos se é permitido impedi-la de embarcar. A Azul afirmou que, em situações como essa, ofereceria uma das máscaras reserva disponíveis na aeronave, enquanto a Gol se limitou a dizer que orientaria o passageiro a colaborar com as regras atuais referentes à pandemia. Já a Latam alegou que esse controle é feito pela área de segurança aeroportuária, que impediria sim o embarque de passageiros sem máscaras.

Como o distanciamento social está sendo mantido dentro da aeronave?

Há uma grande polêmica em torno do distanciamento social dentro das aeronaves. No início da pandemia, algumas companhias norte-americanas, como a Delta, a United e a American, estavam bloqueando os assentos do meio para garantir um espaço entre os passageiros. Porém, logo essa proposta se mostrou inviável, já que não é interessante para as empresas voar com a capacidade e, consequentemente, com o faturamento reduzido.

De qualquer forma, segundo um estudo feito pela Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), não existe evidência de que o distanciamento social na aeronave sequer seja efetivo. Essa foi a justificativa que as aéreas precisavam para voltar a encher seus aviões, alegando ainda que as aeronaves são equipadas com o filtro de ar HEPA, que supostamente renova o ar e captura 99,9% das partículas microscópicas, incluindo bactérias e vírus.

O médico Ralcyon Teixeira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, confirmou a existência e a eficácia desses filtros de ar. "O avião não pode ser encarado como um ambiente fechado, sem ventilação, porque o ar é trocado constantemente", ele acrescenta.

Por outro lado, o também médico infectologista Renato Kfouri levantou a questão de que o risco e os cuidados ao viajar de avião são os mesmos de qualquer outro transporte coletivo, como o ônibus e o metrô.

"Ao embarcar em uma aeronave, você está compartilhando um espaço onde geralmente é impossível se manter a um metro de meio de distância da outra pessoa. Por isso, essa é a hora de ter uma vigilância maior para não levar a mão ao rosto, não tocar em superfícies, usar as máscaras e higienizar as mãos", ele argumenta.

O embarque está demorando mais tempo? Devo chegar no aeroporto mais cedo?

A resposta varia de acordo com a companhia aérea. A Azul disse que não mudou sua recomendação, que é chegar com mais de uma hora de antecedência do início do embarque. Já a Gol e a Latam afirmaram que o processo está, sim, mais demorado devido às novas medidas de segurança sanitária. A Gol esclareceu que agora está começando a fazer o check-in três horas antes do embarque. A Latam, por sua vez, pede que os passageiros cheguem ao aeroporto com duas horas de antecedência em voos nacionais e quatro horas em voos internacionais.

O serviço de bordo continua existindo durante a pandemia?

Cada companhia aérea adotou um protocolo diferente em relação ao serviço de bordo durante a pandemia. A Azul afirmou que a distribuição de comes e bebes passou a ser realizada no desembarque para garantir a utilização de máscara durante toda a viagem. Os travesseiros e as mantas continuam a ser oferecidos normalmente nos voos internacionais, mas os fones de ouvido foram suspensos.

A Gol está retomando o seu serviço de bordo gradualmente desde o início de junho. Por enquanto, os lanches estão sendo entregues no desembarque, mas os passageiros podem pedir água a qualquer momento ao longo do voo. Nos voos internacionais, não estão sendo mais oferecidos nem travesseiros, nem cobertores. Apenas as revistas podem ser solicitadas aos comissários de bordo.

A Latam, por fim, afirmou que as suas comidas e bebidas continuam sendo servidas normalmente, apenas de forma reduzida e adaptada para garantir o mínimo manuseio dos itens. Nos voos internacionais mais curtos, comodidades como as mantas e os fones de ouvido só são entregues aos passageiros que os solicitarem. Já nos voos mais longos, a distribuição acontece automaticamente para todos. As mudanças impactaram também os clientes da classe Premium Business, que não está mais recebendo colchões para colocar sobre a poltrona. Além disso, a revista de bordo física da empresa parou de ser distribuída por tempo indeterminado.

Que mudanças foram feitas em relação às comidas no voo durante a pandemia?

As companhias aéreas continuam oferecendo basicamente os mesmos comes e bebes, com a diferença de que agora os itens estão vindo ainda mais embalados e são devidamente higienizados antes de entrarem no avião. As bebidas, antes servidas no copo plástico, por exemplo, agora estão sendo oferecidas em caixinhas e latas.

Que cuidados os comissários de bordo estão tomando durante a pandemia?

As companhias brasileiras Azul, Gol e Latam mudaram os seus procedimentos para reduzir a interação entre passageiros e tripulantes, que também são obrigados a usarem máscara durante todo o voo. Entre os pontos que variam de acordo com a aérea está o uso de luvas. Na Latam, os funcionários usam luvas. Na Gol, só quando é necessário fazer contato físico com um passageiro, como na entrada e na saída do avião e na hora de entregar algum item.

A Azul não especificou se os seus tripulantes utilizam luvas ou não, mas foi a única companhia aérea consultada que afirmou que todos os seus funcionários têm a temperatura medida antes do início de cada turno de trabalho. Os que apresentam febre são dispensados e orientados a seguir os protocolos médicos. Segundo a companhia, de seus quase dois mil comissários de bordo, menos de dez apresentaram sintomas ou testaram positivo para a Covid-19.

Como o passageiro deve se portar na hora de comer durante a pandemia?

Para que os passageiros não tenham que tirar a máscara em nenhum momento durante o voo, a Azul e a Gol estão distribuindo os comes e bebes apenas no desembarque, para que estes sejam consumidos fora da aeronave. A Latam é a única companhia aérea brasileira que manteve o seu serviço de bordo como de costume e, por isso, permite que os passageiros retirem a máscara temporariamente na hora de comer.

Nesse caso, o médico infectologista Ralcyon Teixeira alerta a importância de higienizar as mãos antes de tirar e colocar a máscara, para que não haja contaminação. Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, acrescenta que nos voos internacionais, mais longos, é importante que o passageiro tire sim a máscara ocasionalmente para beber água e se manter hidratado.

Como o passageiro deve se portar para ir ao banheiro durante a pandemia?

As companhias aéreas Azul, Gol e Latam não estão fazendo nenhuma restrição em relação ao uso do banheiro. A Latam apenas passou a bloquear o banheiro dianteiro da aeronave para uso exclusivo da sua tripulação.

Porém, o médico infectologista Renato Kfouri alerta que "o banheiro é um local de alto contágio, não só porque tem secreções respiratórias, mas também devido à presença de fezes". Segundo ele, durante a pandemia descobriu-se que o coronavírus fica bastante presente nas fezes dos doentes, sejam eles assintomáticos ou não. "Por isso, a lavagem das mãos é extremamente importante no banheiro. Não leve a mão à boca, aos olhos ou ao rosto enquanto estiver lá dentro", continua Renato.

O doutor Ralcyon Teixeira, médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, recomenda ainda que o passageiro se mantenha de máscara no caminho para o banheiro e na volta para a sua poltrona. Além disso, caso ele queira escovar os dentes ou lavar o rosto, por exemplo, ele deve higienizar as mãos antes de tirar e colocar a máscara.

Se o passageiro não se sentir seguro para seguir viagem, pode desembarcar?

De maneira geral, os casos de desistência após o embarque por motivo de desconforto do passageiro serão avaliados caso a caso, já que as companhias aéreas não possuem uma política específica para esse tipo de situação. Ou seja, não existe uma garantia de que a empresa vá remarcar a viagem sem multas, muito menos devolver integralmente o valor pago pela passagem.

O que acontece se o passageiro apresentar sintomas de covid-19 durante voo?

A recomendação é que os passageiros comuniquem à tripulação caso apresentem algum sintoma ou caso notem isso em outra pessoa. Se o avião já tiver decolado, o indivíduo em questão deverá ser, na medida do possível, isolado dos demais pelo restante da viagem.

Os comissários de bordo irão, então, seguir os protocolos para doenças infectocontagiosas determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que existem desde antes do início da pandemia de coronavírus. Caso seja necessário, a Anvisa orientará os demais passageiros que tiveram contato com a pessoa infectada a permanecer em quarentena.

Como está sendo feito o desembarque durante a pandemia?

Para evitar aglomerações no desembarque da aeronave, os comissários de bordo estão solicitando que os passageiros permaneçam sentados e organizam a saída da aeronave por fileiras, geralmente começando pelas poltronas dianteiras.

Tive sintomas suspeitos de covid-19. Depois de quanto tempo posso viajar?

Segundo os médicos infectologistas Ralcyon Teixeira e Renato Kfouri, pessoas que tiveram suspeita ou confirmação de Covid-19 devem esperar dez dias antes de saírem do isolamento social, sendo que o indivíduo deve ter parado de apresentar sintomas nas últimas 48 a 72 horas.

Renato alerta, porém, que esses dois critérios clínicos são para casos leves da doença. "Quem teve um quadro mais grave e precisou ficar internado terá um tempo maior de eliminação do vírus e, consequentemente, um tempo maior de isolamento que será avaliado individualmente", ele explica.

O que passageiros podem fazer para diminuir o risco de contaminação?

"Primeiro, é importante pontuar que ainda estamos em período de quarentena e que as pessoas só devem viajar quando for extremamente necessário, pelo menos até que o número de contaminações diminua", afirma o médico Ralcyon Teixeira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

"Caso a pessoa realmente tenha que voar, é importante tirar a máscara o mínimo necessário, evitar levar a mão ao rosto e levar álcool em gel para higienizar as mãos antes de mexer na máscara e antes de comer", ele instrui.

O médico infectologista Renato Kfouri, presidente do departamento de imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, também pontuou a importância de manter o distanciamento social, sempre que possível, em todas as etapas da viagem, o que também inclui o check-in, o embarque e o recolhimento da bagagem na esteira.