Polícia italiana apreende mais de 30 mil garrafas de vinho falsificado
A polícia italiana apreendeu mais de 30 mil garrafas de vinho falso na região da Toscana, graças a ajuda de consumidores que alertaram as autoridades sobre a fraude.
O produto era vendido por cerca de US$ 40 (cerca de R$ 90) com rótulos de vinhos respeitados no mercado, como Brunello, Chianti Classico e Sagrantino di Montefalco. No entanto, as garrafas continham bebida de qualidade inferior, que vale menos de R$ 2 por litro. A produção pirata foi encontrada em bares, restaurantes, lojas especializadas e até em supermercados da região.
Entre as vinícolas que foram fraudadas com o golpe está a propriedade da família do tenor italiano Andrea Bocelli, que produz vinhos na Toscana há mais de três séculos. Alberto Bocelli, irmão do tenor, disse que a família ficou preocupada com a repercussão do caso.
"Além da perda econômica e da degradação da imagem do nosso produto, estamos muito tristes de pensar o quão desapontados os consumidores ficarão por conta desta ação deplorável", declarou Alberto ao jornal inglês "Daily Telegraph".
"Vino finto"
Os investigadores italiano foram alertados sobre o esquema de falsificação após queixas de importadores e consumidores, que reclamavam que a bebida estava muito amarga. Após se certificarem que não se tratava de problemas com o transporte ou o armazenamento, acabou-se descobrindo a fraude. Até o momento, seis pessoas estão sendo investigadas pelo crime.
O caso na Toscana é apenas um dos muitos casos recentes de falsificação de vinhos. Em 2013, uma família italiana foi presa por ter vendido 400 garrafas de vinho barato com o rótulo francês Romanée-Conti, um dos mais caros do planeta. O grupo lucrou mais de dois milhões de dólares (cerca de R$ 4,5 milhões) com o golpe.
Nos Estados Unidos, um falsário conseguiu vender mais de vinte milhões de dólares (cerca de R$ 45 milhões) em "vino finto" (vinho falso, em italiano), além de envolver bancos em empréstimos milionários para vender a produção pirata em leilões.
O responsável, Rudy Kurniawan, foi condenado por fraude, mas o tamanho do estrago no mercado pode ficar escondido para sempre. Segundo reportagem da revista "Wine Spectator", muitas das vítimas de Rudy teriam se recusado a colaborar com as autoridades -talvez para revender o produto adulterado ao invés de perder seus investimentos.
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