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'Medalhões' da geração de ouro estão sem time para Superliga de vôlei

Ricardinho e Giba ainda não assinaram com nenhuma equipe para a próxima temporada - FIVb/Divulgação
Ricardinho e Giba ainda não assinaram com nenhuma equipe para a próxima temporada Imagem: FIVb/Divulgação

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

23/05/2013 06h00

O mercado do vôlei não anda dos melhores para jogadores ícones da geração de ouro da seleção brasileira. Nomes como Ricardinho, Giba, André Nascimento e Murilo ainda estão sem equipe para a disputa da próxima Superliga masculina ou qualquer outra competição no mundo.

Destaques da seleção de Bernardinho na primeira década dos anos 2000, quando a equipe conquistou quase todos os títulos que disputou, os jogadores não conseguiram ainda assinar contrato com nenhuma equipe, apesar de terem propostas.

Ricardinho, por exemplo, atuou nos últimos anos pelo Vôlei Futuro, de Araçatuba. O projeto do time do interior, porém, não tem continuidade garantida e o levantador acabou ficando com opções restritas no mercado nacional. Atualmente, as equipes consideradas 'tops', que teriam condições de bancar o salário do campeão olímpico, estão todas acertadas com jogadores da posição.

Giba, após oito meses no Bolívar, da Argentina, rescindiu o contrato, que tinha validade de mais uma temporada, e voltou para o Brasil. Com o mercado enxuto, porém, ele já admitiu a pessoas próximas a possibilidade de encerrar a carreira e buscar novos rumos "do outro lado", como diretor de alguma equipe, por exemplo.

O ponteiro, aos 36 anos, tem os planos de jogar pelo menos mais duas temporadas, mas pode alterar essa ideia caso não encontre nenhuma opção boa para 2013/2014 em termos financeiros e de projetos. Ele, ao lado de Murilo e Ricardinho, são opções para uma equipe que o técnico Giovane Gávio tenta montar, mas que ainda não saiu do papel por falta de patrocinadores.

Murilo tem contrato em vigor com o Sesi/SP até o fim deste mês, mas já foi comunicado pela diretoria de que o vínculo não será renovado. Ele, que recentemente operou o ombro para corrigir um problema que o incomodava havia dois anos, está focado na recuperação e, ciente da escassez de clubes no Brasil, cogita até mesmo ir para o exterior se for preciso.

"Eu não descarto essa possibilidade. Se tiver de ir para fora, eu vou. Eu quero jogar, nem passa pela minha cabeça ficar parado na próxima temporada", afirmou Murilo em recente contato com o UOL Esporte

Dante vive situação semelhante à de Murilo - tem contrato com o RJX até o dia 31 de maio. A equipe carioca, no entanto, sofre com problemas financeiros, mesmo sendo a atual campeã nacional, e o investimento deverá ser 60% menor do que o da última temporada. Por isso, jogadores considerados caros, como Dante e Lucão (reforço do Sesi), não deverão ficar - com exceção de Bruninho, identificado com a cidade. O ponta veterano tem propostas de grandes equipes, mas o maior interessado é o Monte Cristo, de Goiânia, que busca ajuda do governo para bancar a contratação do jogador.

André Nascimento, o "Canha", ficou parado na última temporada. Ele chegou a acertar com o Canoas, mas por 'motivos pessoais', abandonou a equipe e irritou a direção gaúcha. Sem atuar, o oposto busca investimento para formar uma equipe em Lages, Santa Catarina, mas ainda não obteve sucesso. Em 2010/2011, ele jogou no Japão.

Em comum entre eles, a idade avançada. O UOL Esporte apurou que algumas equipes têm receio de investir alto em Giba, por exemplo, já que ele passou no ano passado por uma delicada cirurgia na tíbia - hoje está totalmente recuperado. Ricardinho tem 37 anos, André Nascimento tem 34, Murilo tem 32 e Dante, 33.  Outro fator comum é o alto salário que todos possuem.