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Mauro: "Times de Sampaoli não conseguem muitas vezes se ajustar na partida"

Do UOL, em São Paulo

24/10/2020 04h00

Depois de ocupar durante as últimas rodadas a liderança do Campeonato Brasileiro, única competição que disputa em relação aos principais rivais na briga pelo título, o Atlético-MG acabou derrotado pelo Bahia e ficou para trás de Internacional e Flamengo, embora com um jogo a menos que pode fazer com que iguale novamente a pontuação.

No podcast Posse de Bola #67, Mauro Cezar Pereira analisa o time treinado por Jorge Sampaoli e aponta que, assim como o Santos comandado pelo argentino no ano passado, o Atlético-MG tem como defeito não se reorganizar durante uma partida em algumas circunstâncias e acaba proporcionando campo para o adversário contra-atacar, como ocorreu com o time baiano.

"Eu acho que o problema é um defeito que o Santos tinha e tem o Atlético-MG, que é a forma como o time não consegue muitas vezes, não é sempre, se ajustar dentro da partida. Então pega um jogo como o jogo do Bahia, o Atlético-MG encurrala o adversário, faz um gol apenas e no segundo tempo passa praticamente 45 minutos oferecendo campo para um adversário que só quer contra-atacar", diz Mauro Cezar.

"Você pega aquele jogo e você vê assim, posse de bola e passes trocados, Bahia no primeiro e segundo tempo, mudou pouquíssimo, 31% e 35%, 107 passes e 115 passes, a mesma coisa praticamente. O que mudou? O Bahia mudou alguns jogadores e passou a contra-atacar, passou a usar todo aquele território praticamente livre que era oferecido. E aí, com os jogadores mais adequados para o contragolpe, o Bahia começou a criar situações, e o Atlético-MG não se ajustou", completa.

O jornalista afirma que o time mineiro não precisa se retrancar, mas se organizar melhor no meio de campo para não dar tanto espaço para que o adversário possa aproveitar nas jogadas de velocidade como a equipe de Mano Menezes conseguiu fazer.

"Não preciso jogar o tempo todo mordendo o adversário no campo dele se eu estou ganhando, eu já pressionei no campo do adversário, marquei lá em cima, encurralei os caras e só fiz um gol, espera aí, eu vou ficar assim o jogo inteiro? O cara mudou o time lá, entraram três caras novos, qual a característica de quem entrou? Começou a encaixar as jogadas. Fecha um pouquinho o time, não é botar uma retranca, mas traz um pouquinho o seu time para o meio-campo", explica Mauro.

"Acho que os times do Sampaoli, é dele o defeito, isso eu vejo como um defeito, a dificuldade que têm de se ajustar ao jogo. Ele entrou para fazer 3 a 0 e liquidar o Bahia, só que só fez um gol, então não pode continuar cedendo todo aquele espaço. Repito, não significa se retrancar, é mudar um pouco a postura, transformar o jogo em um jogo desconfortável para o adversário sem deixar de agredi-lo", conclui.

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