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Brasileiro testemunhou acidente de alemã e diz: "A lesão foi até pequena"

Leandro Pinheiro

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

19/11/2018 15h04

O acidente da jovem Sophia Floersch, de apenas 17 anos, marcou o mundo do automobilismo no último fim de semana. A grave colisão ocorrida durante o GP de Macau da Fórmula 3 teve um brasileiro como testemunha. Também no domingo (18), o experiente Augusto Farfus Jr. venceu a prova da GT World Cup e conquistou o título da temporada para a BMW. A alegria e festa, porém, viraram preocupação para todos no circuito.

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Em entrevista exclusiva concedida ao UOL Esporte, o piloto relatou o clima nos bastidores depois do impressionante acidente. Depois de ver imagens, analisar toda a batida e conversar com médicos que visitaram a alemã, o brasileiro afirma que Floersch teve “sorte”, já que a colisão poderia resultar em lesões ainda mais graves – ela teve uma fratura na coluna e passou por cirurgia nesta segunda-feira.

“Foi um acidente, e sabemos que nosso esporte, por mais seguro que seja, tem o risco que faz parte. Vendo o tamanho do acidente que ela teve, o problema que ela teve foi relativamente pequeno, graças a Deus. Ela vai voltar às pistas se Deus quiser. (...) O halo ou qualquer sistema de segurança não teria resolvido, porque o impacto causou a lesão”, comentou o piloto brasileiro de 35 anos.

Sophia Floersch, da Formula 3 - Reprodução/Twitter  - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Augusto Farfus Jr. conviveu com a alemã durante o fim de semana em Macau. A equipe do brasileiro (BMW Team Schnitzer) era vizinha de box de Floersch e procurou nas primeiras horas estudar o que aconteceu na pista de rua, enquanto procurava informações sobre o estado de saúde da jovem germânica. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) ainda não chegou a uma conclusão sobre a colisão.

“Pelo que entendemos sobre o acidente dela, tinha uma bandeira amarela e o piloto da frente desacelerou. Ela, provavelmente, não viu a bandeira amarela e acertou o carro da frente, quebrando as rodas e voando. A partir daí se tornou passageira de um carro totalmente desgovernado”, analisou o brasileiro, que admitiu o choque pela cena vista no domingo.

“Nos meus 20 anos de automobilismo, eu vi vários tipos de acidentes; muitos acidentes, na verdade, nem queremos ver. Apesar da gravidade e da intensidade, a fratura dela foi relativamente pequena. Anos atrás, com os carros menos seguros, isso teria consequências mais graves”, completou.

Circuito de rua são mais “desafiadores”

Augusto Farfus Jr. admitiu que o circuito palco do acidente é mais “desafiador” e evitou usar o termo "perigoso", dito pela própria Floersch dias antes da corrida. Somente o fato de se tratar de uma pista de rua, sem áreas de escape, obriga o competidor a uma direção bem mais cautelosa. O campeão da GT World Cup não crê que o traçado específico de Macau tenha tido influência na impressionante colisão.

“É um evento FIA, que tem um controle rigoroso sobre a segurança. Foi realmente uma fatalidade, mas o acidente poderia ter acontecido em Monza um acidente parecido e com consequências parecidas”, disse.