Topo

CR7 faz história, Portugal arranca empate com Hungria e avança na Eurocopa

22/06/2016 15h02

Lyon, 22 jun (EFE).- Em noite histórica para Cristiano Ronaldo, que atingiu duas marcas impressionantes na Eurocopa nesta quarta-feira, o craque ainda foi responsável por arrancar um empate por 3 a 3 para Portugal no duelo com a já classificada Hungria, levando a seleção lusitana às oitavas de final.

Na próxima fase, os portugueses, que encerraram sua participação no grupo F, com três pontos, vão enfrentar a Croácia, no sábado, em Lens. A seleção do Leste Europeu, por sua vez, que avançou como líder, aguarda a definição da segunda colocada do grupo E, que será definida logo mais entre Bélgica, Suécia e Irlanda. A Islândia, que venceu no fim a Áustria por 2 a 1, avançou em segundo e pegará a Inglaterra.

No primeiro tempo do duelo disputado pelo estádio Parc Olympique Lyonnais, o meia Zoltan Gera abriu o placar para os húngaros aos 19 minutos, tornando-se assim o segundo jogador mais velho a marcar no torneio, aos 37 anos e 61 dias, ficando atrás apenas do austríaco Ivica Vastic, que balançou as redes aos 38 anos e 257 dias em 2008. Pouco antes do intervalo, Nani igualou pela primeira vez para Portugal.

Logo aos 2 da etapa complementar, o meia-atacante Balazs Dzsudzsak recolocou a seleção húngara na frente. Três minutos depois, Cristiano Ronaldo, enfim, conseguiu se tornar o primeiro atleta a marcar em quatro edições seguidas da Euro, com muito estilo, aliás, em finalização de letra.

Dzsudzsak, contudo, marcou de novo aos 10 e voltou a assustar os portugueses, que só se salvaram da eliminação prococe aos 17, outra vez com CR7, que concluiu de cabeça para balançar as redes, após escanteio cobrado por Ricardo Quaresma.

Autor de três gols na Euro de 2012, um em 2008 e dois em 2014, Cristiano Ronaldo ainda se tornou o jogador com mais partidas pela competição continental, chegando a 17 e superando o defensor francês Lilian Thuram e o goleiro holandês Edwin van der Sar, então recordistas.

Nas escalações para o duelo decisivo em Lyon, o técnico da Hungria, o alemão Bernd Storck, devido à classificação antecipada, apostou em algumas novidades. A principal delas foi a volta de Szalai ao comando de ataque. Na formação, o comandante abriu mão de um dos homens de frente, para reforçar o meio.

Fernando Santos, treinador de Portugal, não ousou, como apontava a imprensa do país, mantendo o 4-4-2, deixando Éder no banco de reservas, assim como Ricardo Quaresma. André Gomes, que era dúvida, começou jogando, já o lateral-esquerdo Raphael Guerrero ficou fora, dando lugar a Eliseu.

O início do duelo foi de postura mais ofensiva dos lusitanos, que tiveram a primeira oportunidade de gol ainda aos 5 minutos, quando o meia João Mário pegou sobra de bola na entrada e bateu por cima do gol defendido pelo veterano Kiraly.

A dominância de Cristiano Ronaldo e companhia dos primeiros instantes, não se confirmou no decorrer do primeiro tempo, embora os húngaros não tenham conseguido levar grande perigo, além de algumas cobranças de bolas paradas, em escanteios e faltas próximas a àrea portuguesa, que não foram aproveitadas.

Aos 19 minutos, enfim a seleção do Leste Europeu levou perigo e logo abriu o placar. Após escanteio da direita cobrado por Dzsudzsak, os portugueses não conseguiram aliviar e permitiram que Gera pegasse a sobra e soltasse uma bomba de perna esquerda para vencer Rui Patrício.

O grande astro desta Eurocopa apareceu efetivamente aos 23 minutos, em cobrança de falta de longa distância. Cristiano Ronaldo decidiu bater direto para o gol, mas a bola desviou na barreira e morreu tranquila nos braços de Kiraly.

O camisa 7 mais badalado da atualidade teve oportunidade quase que idêntica cinco minutos depois. Desta vez, batida em falta da esquerda ofensiva de Portugal teve mais qualidade. O goleiro húngaro se esticou todo, fez a defesa e conseguiu jogar a bola pela linha de fundo.

A terceira tentativa de Cristiano Ronaldo foi aos 35 minutos do primeiro tempo. Desta vez, a falta aconteceu no lado direito e o craque bateu forte, mas sem qualquer direção, em bola que parou na arquibancada do Parc Olympique Lyonnais.

Aos 40, em jogada iniciada por CR7, Portugal até balançou as redes. Pepe recebeu na direita e acabou ajeitando, meio sem querer, para Nani, que bateu para o gol aberto. O defensor, no entanto, foi flagrado em impedimento pela arbitragem comandada pelo inglês Martin Atkinson.

O empate dos Quinas veio, enfim, aos 42 minutos, claro, com protagonismo de Cristiano Ronaldo. O atacante fez preciso lançamento para Nani, que se deslocou da marca do pênalti para a entrada da pequena área e bateu cruzado, vencendo Kiraly.

Na etapa complementar, logo aos 2 minutos, a Hungria voltou a ficar na frente, em cobrança de falta de Dzsudzsak, em que desvio na barreira matou Rui Patrício. Na comemoração, os companheiros do meia-atacante se empolgaram ao pular sobre ele e quase o machucaram.

No minuto seguinte, seleção húngara teve ótima chance para ampliar, em escapada rápida pelo lado esquerda do ataque. Lovrencsics encheu o pé com a perna canhota, mas a bola acabou batendo no lado externo da rede.

Aos 5 minutos, Cristiano Ronaldo, enfim, conseguiu se tornar o primeiro jogador a marcar em quatro edições seguidas da Eurocopa. O craque, aliás, não poupou estilo ena hora de igualar novamente o placar, finaliando de letra para o fundo das redes.

A partida eletrizante teve mais um momento de êxtase aos 10, quando Dzsudzsak voltou a balançar as redes, em rebote de falta cobrada por ele mesmo. Após o gol, CR7 não se conteve e deu imensa bronca nos companheiros de seleção, já que o resultado ia custando a classificação lusa.

Após reclamar, Cristiano Ronaldo mostrou serviço outra vez aos 17 minutos. Ricardo Quaresma, que havia acabado de entrar, cobrou escanteio na medida e achou o craque na área, que testou com raiva para empatar a partida e, a essa altura, colocar Portugal na virtual vice-liderança.

A igualdade no marcador não satisfez Portugal, que seguiu pressionando intensamente. Aos 27, no entanto, o camisa 7 da seleção deu susto, ao cair após um lançamento e, já no chão, colocar a mão na coxa direita, fazendo expressão de dor.

Três minutos depois, já recuperado, Cristiano Ronaldo recebeu na área após boa jogada de Vieirinha pela direita e ficou de frente para o gol. A finalização, no entanto, acabou sendo ruim, saindo por cima do travessão húngaro.

Nos instantes finais, a líder Hungria e o vice-líder Portugal mostravam bastante satisfação com o resultado e a garantia da classificação, por isso, pouco ameaçavam uma a outra, aguardando apenas o apito final para comemorar a presença nas oitavas de final.



Ficha técnica:.

Hungria: Kiraly; Lang, Guzmics, Juhasz e Korhut; Gera (Bese), Pinter, Dzsudzsak, Elek e Lovrencsics (Stieber); Szalai (Nemeth). Técnico: Bernd Storck.

Portugal: Rui Patrício; Vieirinha, Pepe, Ricardo Carvalho e Eliseu; André Gomes (Quaresma), William Carvalho, João Moutinho (Renato Sanches) e João Mário; Nani (Danilo) e Cristiano Ronaldo. Técnico: Fernando Santos.

Árbitro: Martin Atkinson (Inglaterra), auxiliado pelos compatriotas Michael Mullarkey e Stephen Child.

Gols: Gera e Dzsudzsak (2) (Hungria); Nani e Cristiano Ronaldo (2) (Portugal).

Cartões amarelos: Guzmics, Juhasz, Gera e Dzsudzsak (Hungria).

Estádio: Parc Olympique Lyonnais, em Lyon (França).