"Quando ouço o hino da Champions, me dói", afirma Simeone
Técnico do Atlético de Madri, o argentino Diego Simeone afirmou que cada vez que ouve o hino da Liga dos Campeões, sofre pelas duas finais perdidas do torneio, mas que essa dor também lhe motiva para seguir buscando o título continental.
"Quando ouço o hino da Champions, me dói, mas a dor é nossa força para tentar novamente", declarou Simeone em entrevista à emissora espanhola Onda Cero, nesta terça-feira.
O técnico do Atlético chamou de "fracasso" a final da Liga dos Campeões do ano passado, em Milão, onde sua equipe perdeu nos pênaltis para o Real Madrid por 5 a 3 (1 a 1 no tempo regulamentar e prorrogação).
"Para mim, foi um fracasso, porque quando você sonha com algo e esse algo não vem, é um fracasso", declarou, insistindo que "tenho como objetivo ganhar a Champions e ainda não ganhei, isso me dói muito".
"Sinceramente, eu não sabia se tinha a força para seguir com este elenco. Perdi duas finais de Champions, qualquer treinador teria ido embora", completou, lembrando-se da coletiva de imprensa após a derrota na última final da competição continental, na qual chegou a cogitar a possibilidade de deixar o Atlético.
"A temporada mais difícil"
O técnico argentino admitiu que a segunda derrota na final da Champions, junto com as lesões de vários jogadores, colocaram muitas dúvidas em sua cabeça e fizeram da temporada 2015/16 a mais difícil desde que chegou ao Atlético, em 2011.
"Esta temporada foi a mais difícil de todas, desde que Sime (Vrslajko) se machucou, que perdemos meias como Augusto (Fernández) e Tiago (Mendes) para quase toda a temporada, que ficamos sem (Jan) Oblak durante os meses mais importantes da temporada, e tivemos que reinventar continuamente nosso jogo para seguir competindo", explicou.
"A realidade, além de de novembro e dezembro, que foram os meses mais complicados, é que é assim que tudo acaba, e nós somos valorizados pelos objetivos no final da temporada. Era preciso trabalhar, buscar soluções e, a partir daí, encontrar respostas para que a equipe fosse melhor em campo", disse o técnico do Atlético, atual 4º colocado do Campeonato Espanhol e uma das equipes classificadas às quartas de final da Liga dos Campeões.
Um dia a Argentina
Simeone também falou do atacante francês Antoine Griezmann, estrela dos Colchoneros: "É muito rápido, tem uma velocidade para entender o que a equipe precisa, e isso é o que me deixa mais feliz como técnico".
"Ele precisa estar feliz, se sentir bem e que você diga a ele coisas concretas. Quando você fala algo, ele retém e executa", completou o técnico, que não descartou um dia treinar a seleção argentina.
"Dentro de minhas ideias como técnico, está claro que gostaria de comandar a seleção argentina, mas hoje não vejo essa situação, é difícil para mim", explicou.
"Eu gosto de estar todos os dias no campo, estar sempre competindo, e a seleção não te dá isso, te dá a Copa do Mundo, te dá a Copa América", declarou Simeone, afirmando que quando chegam essas competições, "a vontade aparece, mas a realidade é que hoje sinto que preciso melhorar como técnico".
"Eu gostaria de chegar a esse ponto da carreira de maneira mais tranquila, gostaria de chegar como chegou Luis (Aragonés, ex-técnico da Espanha), conversando como se você fosse um amigo, chegar a essa situação maior", completou, antes de concluir: "É preciso ver se nesse momento ainda vão me querer".
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