'Tudo vai mudar': Jéssica Bate-Estaca vive rotina fora do comum no UFC 300

Jéssica Andrade, a "Bate-Estaca", já viveu quase tudo no UFC. 26 lutas na liga, conquista do cinturão do peso-palha, perda do título, troca de categoria e retorno ao peso onde se consagrou. Mas neste sábado (13) a brasileira terá a chance de ter experiência nova na organização: participar de um card centenário. A lutadora contou ao UOL como o UFC 300 é um evento diferente de qualquer outro.

UFC 300 chegou! Charles do Bronx e Alex Poatan vão para o octógono neste sábado a partir das 19h00. Assine UFC Fight Pass pelo UOL Esporte Clube e assista ao vivo.

"Tem um ar diferente"

Luta em horário não usual. Atletas bem ranqueados e ex-campeões estão acostumados a protagonizar main events ou, ao menos, embates no card principal. Contudo, com tantos lutadores renomados em ação no mesmo dia, é impossível acomodar todos como protagonistas. Bate-Estaca é um exemplo disso. A brasileira fará uma das lutas preliminares pela primeira vez desde o UFC 199, em junho de 2016.

É muito engraçado, vou lutar e poder ir para casa assistir ao resto do evento. Como se a gente nem tivesse lutado no mesmo evento. Quando você luta e está na sua cidade, dá para sair, ligar a televisão e ficar assistindo ao resto das lutas . Pela primeira vez eu vou fazer isso em muitos anos Jéssica Andrade, ao UOL

Rotina da semana pré-luta alterada. Sempre que integra um evento no UFC, Jéssica treina no mesmo horário que subirá no octógono. Normalmente essa atividade é noturna. Dessa vez, a brasileira participará da terceira luta do card que começa às 15h no horário local (19h de Brasília). Portanto, um período do dia que usualmente era ocupado por outras obrigações passou a ser direcionado de outra forma.

A semana da luta mudou. Porque tem entrevista, fisioterapia, e tem a parte que a gente tem que trabalhar com o UFC: assinar os posters, buscar mochila, fazer foto. Realmente mudou a agenda toda

Clima especial. Cotado como o "maior card da história" desde antes de as lutas acontecerem, o UFC 300 conta com 12 campeões ou ex-campeões, incluindo a própria Jéssica Bate-Estaca, detentora do cinturão do peso-palha em 2019.

Realmente tem um ar diferente, é uma edição que todo mundo está esperando. Assim como foi o 200. A expectativa do público é que o evento realmente faça jus ao que está sendo promovido, estou muito feliz de fazer parte de tudo isso. É um card que realmente vai colocar tudo à prova, vamos ver se os lutadores do UFC são tudo isso mesmo

Bate-Estaca priorizou o UFC 300 ao invés de embate no Rio de Janeiro. A brasileira conta que pediu a seu empresário para colocá-la em qualquer um dos cards — o deste sábado ou o que ocorrerá em 4 de maio. Ao receber a chance de integrar o evento centenário, Jéssica, que já lutou duas vezes na capital carioca pela liga, definiu sua prioridade.

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Surgiu a oportunidade de lutar no 300. Nesse card a roupa vai mudar, a luva vai mudar, o octógono vai mudar, tudo vai mudar. Falei: 'vamos para o 300'

O que mais Jéssica Bate-Estaca disse

Encarada de Jéssica Andrade e Marina Rodriguez em pesagem para o UFC 300
Encarada de Jéssica Andrade e Marina Rodriguez em pesagem para o UFC 300 Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images

Relação com a rival, a brasileira Marina Rodriguez: "Eu gosto muito da Marina, é uma menina muito legal. Treinamos juntas algumas vezes, a minha agência é a mesma dela, fizemos alguns campings. Não gosto de lutar com outros brasileiros porque é meio que um passo para trás. Somos muito patriotas com o nosso povo, queremos ver todo mundo mesmo patamar, só que chegou um momento que não tem para onde correr. A nossa categoria dos 52kg tem muito brasileiro. Tinha até um combinado com a Marina que se um dia a gente fosse lutar seria só pelo cinturão, mas acabou acontecendo antes. Espero conseguir performar bem, fazer uma boa luta com ela, que a gente não se machuque. Assim como eu conheço um pouco do jogo dela, ela também conhece o meu, estamos preparadas para realmente uma guerra."

Superando sequência de três derrotas em 2023: "No ano passado passei por algumas dificuldades na questão financeira por conta do meu divórcio, isso acabou me preocupando muito. No MMA você não pode estar só com o corpo bom, tem que estar com a mente bem também para poder fazer as lutas. Minha mente não estava dentro do octógono naquele momento, eu acabei me perdendo e acabei perdendo as lutas, mas eu acho que para a luta da Mackenzie (Dern) tive muita paciência. Eu me reencontrei com Deus, o que foi uma mudança muito grande na minha vida. Então eu consegui focar melhor no que tinha de fazer."

Situação do divórcio: "Meu divórcio aqui nos Estados Unidos já saiu, agora só preciso terminar lá no Brasil. Depois dessa luta vou para lá, vou visitar minha mãe, e terminar de resolver isso, mas eu estou muito bem. Só de estar aqui e não precisar mais ter que pegar o telefone para falar com juiz, advogado e tudo isso, já mudou totalmente o meu treinamento, meu camping, minha mente, saúde e tudo."

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Weili e Xiaonan disputam título do peso-palha: "Já lutei com as duas, a Xiaonan é rápida, é forte, bate forte. Não sei como seria a luta dela por ser cinco rounds e aqui em Las Vegas. Tem uma diferença muito grande de lutar em Las Vegas e em qualquer outro lugar do mundo, o ar, a respiração é diferente. A Weili é muito rápida, não tem uma pressão de porrada forte. Só que a Xiaonan não tem chão e a Weili vem melhorando cada vez mais na parte de chão. Acredito que o cinturão ainda continue com a Weili, e se continuar com ela aí eu vou pedir minha revanche."

Ambição de retomar o título: "A minha meta é poder disputar o cinturão até o final do ano. Sei que tem a Tatiana (Suárez) na frente, e se ela se recuperar provavelmente darão oportunidade para ela, mas eu sei esperar, sei subir degraus devagarzinho. Estou mais do que pronta para fazer essa luta pelo cinturão até o final do ano do ano. Precisamos jogar com as armas que temos, então se ganhar essa luta vou falar: 'quero ser a próxima, todo mundo já teve dois cinturões e é na minha vez'."

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