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Lutador é preso quatro anos depois de aplicar mata-leão em publicitária

Marlon Sandro, lutador de jiu-jitsu e MMA, foi condenado a um ano e quatro meses e estava foragido - Marcos Furtado/Flashsport
Marlon Sandro, lutador de jiu-jitsu e MMA, foi condenado a um ano e quatro meses e estava foragido Imagem: Marcos Furtado/Flashsport

Adriano Wilkson

Do UOL, em São Paulo

20/04/2022 04h00

Quatro anos e cinco meses depois de agredir a então noiva, o lutador de jiu-jitsu e MMA Marlon Sandro Olegário foi preso no Rio. Havia um mandado de prisão expedido contra ele em julho de 2021, depois que foi condenado condenado por lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha. Antes do crime, Marlon participou do torneio Bellator e foi treinador de José Aldo Júnior, que conquistou dois cinturões do UFC.

Em dezembro de 2017, a publicitária Tayssa Madeira, então noiva do atleta, registrou um boletim de ocorrência acusando-o de cometer várias agressões, inclusive usar um golpe conhecido como mata-leão, após os dois assistirem a um jogo do Flamengo pela Copa Libertadores. Laudos do IML comprovaram lesões no corpo de Tayssa. O lutador de 45 anos era considerado foragido desde a publicação da sentença que o condenou a um ano e quatro meses em regime fechado.

"Essa prisão me trouxe uma sensação de alívio, sinto que estou livre pra andar na rua", disse ontem (19) a publicitária Tayssa Madeira, que se sentia ameaçada pela presença do lutador na mesma região em que ela mora no Rio. "Também é uma sensação de resgate da minha honra, que foi colocada em xeque não só por ele, mas pelos amigos e defensores. Ouvi e li uma onda de absurdos na internet. Fui muito esculhambada pelos amigos dele e pelo pessoal da [equipe] Nova União. Agora, posso respirar. Estou de alma lavada."

Aldo e Marlon - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Hacran Dias, Marlon Sandro e José Aldo na preparação para o UFC Rio 3
Imagem: Reprodução/Twitter

De acordo com boletim de ocorrência registrado pela publicitária em 2017, Marlon lhe deu socos e chutes em via pública e a fez desmaiar com um mata-leão. O atleta admitiu a agressão e acabou afastado da Nova União, equipe carioca na qual dava aulas. Ele chegou a divulgar um vídeo pedindo desculpas e dizendo que queria mudar seu comportamento.

Logo depois, outra agressão a Tayssa veio à tona. No Carnaval de 2018, Marlon entrou no apartamento em que morava com a mulher e a ameaçou com uma faca. Em seu depoimento à polícia, a publicitária disse que Marlon tentou sufocá-la com um travesseiro e ameaçou matá-la caso ela falasse alguma coisa.

Na sentença do ano passado, a juíza Luciana Fiala de Siqueira Carvalho disse que "as fotos que demonstram as lesões no rosto da vítima indicam muito bem a extrema violência da agressão, não se coadunando com uma mera reação instintiva."

Depois de ser preso, Marlon participou de audiência de custódia com a juíza Rachel Assad da Cunha. A reportagem não conseguiu contato com sua defesa. Um advogado que assumiu sua defesa há alguns anos afirmou que não trabalha mais no caso. Em contatos anteriores, o lutador sempre admitiu ter "passado dos limites" com Tayssa, mas disse que estaria vivendo uma "redenção". Ele chegou a ensinar defesa pessoal para mulheres, como UOL noticiou em abril de 2018.

Em 2019, Marlon Sandro chegou a ser premiado no Campeonato Hélio Gracie de jiu-jitsu, promovido por membros da família Gracie em homenagem a um dos patriarcas do clã. Na ocasião, ele já havia sido condenado em outro processo de violência doméstica e respondia a outras 11 ações sobre crimes como ameaça, injúria e lesão corporal.