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Sem dupla, remadora aposta em prova não olímpica no Pan de Guadalajara

Maurício Dehò

Em São Paulo

23/02/2011 08h01

A brasileira Fabiana Beltrame foi a primeira atleta do remo feminino brasileiro a se classificar para as Olimpíadas, quando conquistou a vaga para os Jogos de Atenas, em 2004. Sete anos depois, ela já pensa em Londres-2012, mas ainda não tem definido em que categoria poderá competir. Para o Pan, ela terá de disputar uma prova que não integra o programa olímpico, em busca do inédito ouro feminino para o país.

As opções da brasileira para Londres-2012 são a de competir na categoria leve do double skiff - já que nas Olimpíadas não há disputa individual do peso, diferentemente do Pan -, ou voltar ao pesado, aí sim podendo competir sozinha, como fez em 2004 e 2008.

Quarta colocada no Mundial no skiff leve individual – a apenas 13 centésimos do pódio -, ela tentava achar uma companheira para buscar uma vaga no double skiff. Mas a seletiva feita no início de fevereiro não a contemplou com uma parceira. Assim, a expectativa é de que ela reme “solitariamente” em Guadalajara.

“Eu vou (competir no Pan) no single skiff, peso leve. Eu pensei em formar uma dupla, mas houve uma seletiva nacional que classificou por índice os 12 melhores atletas. E entre eles não houve nenhuma outra mulher”, explicou ela.

A diferença em relação aos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008 é que, após se tornar mãe em 2010, Fabiana conseguiu perder peso e passou a competir pela categoria leve, com um desempenho melhor. Foi nesta categoria que quase foi medalhista no Mundial.

Mais leve, Fabiana não precisaria competir com adversárias muito maiores, como as europeias, que tem um físico mais avantajado do que a brasileira, com até 80kg. Na categoria leve, as remadoras pesam no máximo 59 kg. Em 2004 e 2008, a catarinense competiu no skiff pesado e foi respectivamente 14ª e 19ª.

Ela lamenta, no entanto, não poder fazer um plano de treinamentos de prazo maior, tendo em vista as Olimpíadas. “Se tivesse alguém para formar uma dupla forte seria bom, para se preparar tanto para o Pan como para Londres”, afirmou a catarinense, de 28 anos.