Topo

'Alison mudou minha vida', diz professora que descobriu medalhista olímpico

Do UOL, em São Paulo

03/08/2021 14h51

Medalhista de bronze nos 400m com barreiras dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Alison dos Santos, o Piu, foi descoberto por um projeto social em São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo, e a professora responsável por iniciá-lo na prova em que ele se consagrou no Japão foi Ana Cláudia Fidélis, que se emocionou com o feito do ex-pupilo.

Ela participou do UOL News Olimpíadas, falou sobre como o atletismo o ajudou a superar traumas, a troca do judô pelos 400m com barreiras e do quão é grata por ter trabalhado com ele, citando as oportunidades na carreira devido ao sucesso do atleta.

"O Alison mudou minha vida e eu falo isso para ele sempre, ele é o maior orgulho que eu tenho. Eu tenho outros atletas tão bons quanto o Alison no projeto e o Alison é referência, quando ele vai para São Joaquim da Barra, ele treina com as minhas crianças, ele dorme em um colchão no chão para ficar perto da gente e eu acho que a humildade dele, além das pernas, fez ele chegar onde ele está chegando", afirma a treinadora.

Lembrando que o atleta é jovem e tem muito a crescer na carreira, ela diz que Alison foi um de seus primeiros atletas e até hoje tem conquistas profissionais devido ao atleta.

"Eu cresci muito com o Alison, eu cresço muito com o Alison, porque hoje eu tenho a oportunidade de estar indo no Pinheiros e aprender mais com o Felipe, que já é um treinador renomado. Então o Alison mudou minha vida, as oportunidades que eu estou tendo hoje de trabalho são por causa do Alison", conta a professora.

Fidelis conta que ex-pupilo conseguiu ficar mais engraçado e perder a timidez graças ao atletismo, conta que ele tinha vergonha de mostrar as cicatrizes causadas por queimaduras sofridas aos 10 meses de vida, mas conseguiu superá-la.

"A primeira competição que o Alison participou, ele pegou uma touca amarela, eu lembro como se fosse hoje, uma touca amarela do Piu-Piu com um amigo da equipe para usar durante a corrida porque ele não poderia correr de boné, então ele correu com aquela touca amarela, aí pensa um menino de quase 2 metros correndo com uma touca amarela na cabeça", diz a professora.

"Hoje ele não tem mais vergonha de usar boné, quando ele foi para o Pinheiros ele já não tinha mais vergonha de mostrar quem ele é, de mostrar as cicatrizes, mas isso foi com muita conversa. Quando ele chegou no projeto, eu pegava muito no pé dele, só que eu não sabia da história, então toda vez que ele ia correr, ele colocava o boné e eu falava 'para que isso? Não pode, isso atrapalha nos treinamentos'. E aí ele foi me falando o que aconteceu e a gente foi conversando sobre isso, acredito que eu ajudei um pouquinho sim", conclui.