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Magic Paula lamenta que se veja esporte olímpico no Brasil só em Olimpíada

Do UOL, em São Paulo

28/07/2021 14h34

A ex-jogadora de basquete Magic Paula acredita que muitas das reclamações do público em relação a decisões que foram contrárias aos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Tóquio se ocorrem muitas vezes pela pouca oportunidade de acompanhar os esportes olímpicos fora do evento, o que acaba fazendo com que se tenha pouco conhecimento sobre a modalidade.

Em sua participação no UOL News Olimpíadas, Paula afirma que o que acontece é que o brasileiro acaba gostando de esportes olímpicos apenas a cada quatro anos e isso dificulta o entendimento, ainda que não descarte que possa haver alguma situação de benefício a outro atleta.

"Eu acho que, talvez, se a gente pudesse ter a oportunidade de, ao longo do ano, de assistir mais outros esportes, talvez a gente tivesse um pouquinho mais de conhecimento, então a gente só vai falar desses esportes a cada quatro anos, infelizmente. Só quem gosta mesmo, quem se identifica com as modalidades acaba assistindo ao longo do ano de outras maneiras, acompanhando outras competições", diz Paula.

"Mas a gente acaba sendo o brasileiro que gosta de esporte olímpico a cada 4 anos e isso não deveria acontecer. Eu acredito sim que há às vezes votos e notas tendenciosas, eu acredito, já tive experiência com o basquete de a gente saber por trás que algumas coisas aconteceram, então nunca assim a gente perceber isso diretamente, mas pelos bastidores a gente sempre escutava algumas conversas", completa.

A medalhista olímpica afirma também que, assim como os brasileiros podem achar que os árbitros favorecem os japoneses por estarem competindo em casa, os torcedores e atletas de outros países poderiam achar o mesmo na edição olímpica passada, realizada no Rio de Janeiro.

"Primeiro a gente precisa ver se esses analistas são brasileiros ou se o mundo inteiro enxergou isso como algo um pouco equivocado. Agora, se a gente for pensar nisso, há cinco anos aqui no Brasil, outros países podem ter pensado o mesmo, que talvez em algum momento tenha favorecido o Brasil por sediar a Olimpíada. Eu não quero acreditar nisso. Mas acho que tudo pode acontecer", conclui.