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Wallace Santos bate recorde no arremesso de peso e conquista ouro em Tóquio

Wallace Santos em ação nas Paralimpíadas de Tóquio - Wander Roberto /CP
Wallace Santos em ação nas Paralimpíadas de Tóquio Imagem: Wander Roberto /CP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/08/2021 09h19Atualizada em 27/08/2021 10h05

Wallace Santos bateu o recorde paralímpico e também o mundial, e conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso nas Paralimpíadas de Tóquio. O atleta se superou e arremessou 12.63m batendo todos seus adversários. Ele disputou pela classe F54 e F55 (para atletas que competem em cadeiras de rodas com sequelas de poliomielite, lesões medulares ou amputações) e cravou uma medalha inédita na carreira, batendo o recorde da classe F55.

Sua melhor marca era de 11.98 metros, e nessa temporada, ele havia feito 11.69 metros. Na prova, ele falhou na segunda tentativa, mas nos outros arremessos fez 12.15m, 11.96m,12.46m,12.45m e 12.63m. A medalha de prata ficou com o búlgaro Ruzhdi Ruzhdi que fez 12.23 metros, e o bronze ficou com o polonês Lech Stoltman que fez 12.15m.

Após a vitória, o brasileiro dedicou a conquista a sua falecida treinadora em entrevista ao "SporTV": "Essa vitória dedico a Deus, porque ontem eu tava chorando pedindo para ele e hoje ele me deu a música o "choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã" e cara, quero dedicar a uma pessoa que antes de falecer me colocou em Tóquio, minha treinadora Jurema Henrique, que veio a falecer agora na preparação, no início da pandemia, e graças a Deus ela conseguiu me deixar classificado e só tenho agradecer a ela".

"E outra pessoa que veio a falecer e eu pensei em parar, meu tio Jorge, que me criou e fez papel de pai quando sempre precisei de um pai, essa vitória desejo a ele e toda minha família. Tenho a agradecer, ela brinca comigo que me pegou no incêndio e fui procurar minha psicóloga Cecília, fui pegar ela com um mês para ir para Tóquio. "Wallace, você vem com um fogo, com uma bomba, mas eu sou bombeira e vamos lá", ela conseguiu fazer, entrei muito focado, sabia que ia fazer meu melhor, se meu melhor desse medalha, eu ficaria feliz demais. O trabalho mental que ela (psicóloga) falou de visualização, visualizar o que queria, visualizei e até passei, a meta era 12.47m, e graças a Deus consegui ultrapassar e colocar meu nome na história", completou Wallace.

O atleta iniciou no esporte paralímpico em 2013 em um projeto da polícia militar do Rio de Janeiro, após fraturar uma vértebra da coluna lombar em um acidente envolvendo um ônibus na empresa em que trabalhava. Com grande influência de Jonas Licurgo, ex-atleta paralímpico, que emprestou sua cadeira para Wallace, o brasileiro se dedicou e foi convocado para seleção brasileira em 2016 para disputar as Paralimpíadas do Rio de Janeiro.

Além do ouro paralímpico, Wallace faturou em 2019 ouro no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 e chegou como esperança de medalha em Tóquio, concretizando o feito com o incrível recorde.