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México impõe maior desafio ao Brasil nas Olimpíadas: ataque forte e Ochoa

Jogadores da seleção comemoram gol de Matheus Cunha contra o Egito, pelas quartas de final Olimpíadas - Buda Mendes/Getty Images
Jogadores da seleção comemoram gol de Matheus Cunha contra o Egito, pelas quartas de final Olimpíadas Imagem: Buda Mendes/Getty Images

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

02/08/2021 18h00

A busca da seleção brasileira pelo bicampeonato olímpico no futebol masculino viverá seu maior teste até agora no jogo de amanhã (3), às 5h, contra o México, no Estádio Kashima. Depois de empatar com a Costa do Marfim e vencer Alemanha, Arábia Saudita e Egito, o time dirigido por André Jardine tem pela frente o melhor ataque da modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio e um goleiro que cresce contra o Brasil.

Guillermo Ochoa apareceu para o mundo na Copa do Mundo de 2014. Ele não tinha nem clube quando enfrentou a seleção brasileira, anfitriã daquela edição, na Arena Castelão, pela segunda rodada da fase de grupos. Fechou o gol, foi eleito o melhor em campo. Foram quatro defesas espetaculares, parando chutes e cabeceios à queima-roupa de Neymar, Paulinho e Thiago Silva, e garantindo o empate em 0 a 0. Lembra?

Sete anos depois, é Ochoa o goleiro da seleção mexicana olímpica em Tóquio. Aos 36 anos e a serviço do América do México na liga local, o experiente jogador foi um dos três nomes acima de 24 anos chamados pelo técnico Jaime Lozano, ao lado de Luis Romo e Henry Martín.

O goleiro dos pesadelos do Brasil ainda vivenciou um segundo encontro nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. O mexicano repetiu boa atuação na Rússia e evitou que a seleção de Tite vencesse por mais de 2 a 0 ao defender finalizações de Neymar, Gabriel Jesus, Willian e Paulinho. O Brasil jogou tão bem aquele dia que a sensação foi que sem Ochoa acabaria saindo uma goleada. Sempre ele...

Ochoa - Berengui/DeFodi Images via Getty Images - Berengui/DeFodi Images via Getty Images
Guillermo Ochoa durante partida do México contra a França nas Olimpíadas de Tóquio
Imagem: Berengui/DeFodi Images via Getty Images

Ochoa estar nas Olimpíadas é motivo de polêmica no México, porque ao mesmo tempo acontece a Copa Ouro com a seleção principal e muitos torcedores entendem que ele deveria tê-la disputado, e não Alfredo Talavera. O México perdeu para os Estados Unidos e foi vice-campeão.

Foram seis gols sofridos nas Olimpíadas, sendo metade da Coreia do Sul nas quartas de final em que o México venceu por 6 a 3. Na fase de grupos a seleção perdeu por 2 a 1 para o Japão e sofreu o outro gol da França, numa goleada por 4 a 1. O Brasil de Santos, por sua vez, sofreu três gols no Japão: dois da Alemanha nos 4 a 2 da estreia e o outro da Arábia Saudita numa vitória por 3 a 1.

Se defensivamente a seleção brasileira está melhor, no ataque a história muda: são oito gols marcados contra incríveis 14 dos mexicanos, donos do melhor setor ofensivo destas Olimpíadas no futebol masculino. Os principais destaques são Henry Martin e Córdova, com três gols cada um — Richarlison é o artilheiro do torneio com cinco.

Jogadores - François Nel/Getty Images - François Nel/Getty Images
Seleção mexicana alinhada antes de jogo contra a Coreia do Sul pelas Olimpíadas de Tóquio
Imagem: François Nel/Getty Images

Apesar de o Brasil ter sofrido poucos gols até agora, o setor ainda não inspira total confiança. Contra o Egito, a dupla de zaga Diego Carlos e Nino não errou de forma decisiva, mas mostrou insegurança em alguns lances, como num chute de Tawfik depois de rebatida sem firmeza e num cabeceio sozinho de Mohsen após cobrança de escanteio — uma jogada manjada na primeira trave, além de uma série de faltinhas nas tentativas de bola longa que podiam gerar chances. Dos três gols tomados nas Olimpíadas, dois foram em jogadas de bola aérea.

Para chegar à disputa pelo ouro no Japão é preciso superar tudo isso. A final será contra Espanha ou Japão no sábado.

FICHA TÉCNICA
MÉXICO x BRASIL

Competição: Jogos Olímpicos de Tóquio, semifinal do futebol masculino
Local: Estádio Kashima, em Kashima (Japão)
Data/hora: 3 de agosto de 2021 (terça-feira), às 5h (de Brasília)
Árbitro: Georgi Kabakov (Bulgária)
Assistentes: Martin Margaritov e Diyan Valkov (ambos da Bulgária)
VAR: Marco Guida (Itália)

MÉXICO: Ochoa; Loroña, César Montes, Johan Vásquez e Erick Aguirre; Carlos Rodríguez (Esquivel), Luis Romo e Córdova; Antuna, Alexis Vega e Henry Martin. Técnico: Jaime Lozano.

BRASIL: Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho; Antony, Paulinho e Richarlison. Técnico: André Jardine.