Centenário de Mandela: 'O esporte tem o poder de transformar o mundo'
Preso na luta contra o Apartheid na África do Sul, presidente daquele país, vencedor do prêmio Nobel da Paz. A imagem de Nelson Mandela se tornou tão importante quanto impactante era sua presença. Sempre com um motivo, sempre em busca de algo grandioso para a humanidade. Dentre as datas que marcam a história do advogado conhecido como Madiba, a mais recente é também a primeira: esta quarta-feira, 18 de julho, seria o centenário de um dos maiores ícones da história.
Morto em dezembro de 2013 (aos 95 anos), Mandela teve a trajetória ligada aos esportes e esteve em duas ocasiões no Brasil. Na primeira, em 1991, visitou o Espírito Santo, onde esteve com Albuíno Azeredo, primeiro negro a ser eleito governador no Brasil (paralelamente a Alceu Collares, no Rio Grande do Sul). O discurso principal de Madiba foi no Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica, na Grande Vitória.
- A maioria do pessoal, na época, não estava entendo a grandeza dele. Quando ele morreu é que a imprensa daqui recordou. No dia em que ele chegou foi tudo rápido - lembra, ao LANCE!, Gerson Camatta (MDB), também ex-governador do Espírito Santo e, naquele momento, senador.
Em 2016, a Desportiva Ferroviária lançou um uniforme em homenagem aos 25 anos do discurso de Mandela no estádio. E deu sorte: na partida de estreia, vitória num amistoso contra o Botafogo por 2 a 1. Em seguida, o enxoval foi doado ao Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, que detém os direitos de utilização da imagem do ícone e que tem como finalidade ajudar na ressocialização de presidiários, egressos e familiares.
- Ele era um homem dinâmico, que saiu de uma cadeia, mudou a África do Sul e está na história universal. Falava devagar, era calmo, atencioso. Ouvia todo mundo - recorda Camatta.
Um dos primeiros esportes praticados por Nelson Mandela foi o boxe. No período na cadeia, inclusive, ele manteve a prática. Já o rúgbi foi uma ferramenta de unificação social na África do Sul. Ao apoiar a seleção sul-africana, formada majoritariamente por brancos, o então presidente da república simbolizou a união de toda aquela nação.
Especialmente após a eleição presidencial, a história e as ideias pregadas por Mandela passaram a se atrelar aos grandes eventos esportivos do planeta. Ele carregou, por exemplo, a tocha olímpica, em 2004. Em 2010, ergueu a Copa do Mundo, cujo torneio foi sediado na mesma África do Sul.
Mesmo com a saúde debilitada nos últimos anos, ele teve voz ativa nos compromissos internacionais. E o legado ainda parece querer e precisar ecoar durante muito tempo.
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