Clubes argentinos ameaçam parar os campeonatos locais
Em reunião na noite da última terça-feira, na sede da AFA (Associação de Futebol Argentino), clubes das três primeiras divisões levantaram a possibilidade de parar os campeonatos locais. A greve seria consequência de um corte de 30% no repasse da verba dos direitos de transmissão dos torneios feito pela entidade.
- Em algum momento o futebol argentino vai explodir. Há 20 times que não têm mais como subsistir. Em outubro, os clubes levaram metade do valor que pleiteavam ganhar - desabafou Hernán Lewin, presidente do Temperley, equipe que disputa a Primeira Divisão do Campeonato Argentino.
Em 2009, a transmissão dos jogos passou a ser estatizada através do programa "Fútbol Para Todos". O governo da presidente Cristina Kirchner utilizava a iniciativa como forma de fazer propaganda da própria gestão.
No ano passado, com ideias diametralmente opostas, Mauricio Macri assumiu a presidência da Argentina e se colocou contra o "Fútbol Para Todos". Em dezembro, o programa chegará ao fim, e os clubes poderão negociar com uma empresa privada, que pagaria melhor do que o Estado.
Homem de confiança de Macri para tratar da transição e escalado pela Fifa, Armando Pérez ficou encarregado de presidir uma Comissão Normatizadora da AFA. No entanto, os clubes acusam a mesma comissão de não revisar os novos contratos e não convocar eleições, como estava acordado. Diante da pressão, Pérez avisou que não renunciará.
Em documento assinado na última terça-feira, os clubes argentinos pedem o fim da Comissão Normatizadora e eleições para, no máximo, o início de 2017.
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