Vitão: Coronado comanda o show corinthiano no adeus a Paulinho

Com show de Coronado, autor do terceiro gol e nome do passeio alvinegro, o Corinthians surrou o Racing-URU por 3 a 0 e avançou, como líder de sua chave, direto às oitavas da Sul-Americana. Garro, com uma pintura de falta, e Yuri Alberto, ambos no primeiro tempo, abriram os trabalhos na ZL.

Mão de vaca confesso que sou, o Vitão aqui, que costuma esperar o horário que a catraca é liberada para fazer a interligação do metrô com a CPTM no Tatuapé, não chega ao ponto-ostentação de dizer que foi uma atuação à altura dos R$ 2 milhões mensais que Coronado custa aos cofres corinthianos, mas, sem dúvida, o 77, aleluia, "estreou" e justificou parcialmente a badalação quando de sua contratação.

E, cá entre nós, manos e manas de pindaíba, o meia escancarou, ô, pá, o que sempre foi óbvio. Não dá para o Corinthians gastar uma bala com Garro e Coronado para escalar apenas um deles. Os dois têm que jogar! Juntos! E a dupla, que formou um quarteto afinado com Yuri Alberto e Wesley, esquentou o coração da Fiel na fria e plena Neo Química Arena.

Desclassificado na primeira fase do Campeonato Paulista (em um grupo em que Red Bull Bragantino e a modesta Inter de Limeira avançaram) e sem elenco para competir pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o Corinthians sabe que, à vera, a maior chance de conquista na temporada está na secundária competição continental.

E, para isso, além de manter Wesley na janela do meio do ano, o Corinthians precisará que, nos mata-matas, contra adversários menos frágeis que o medonho Racing-URU, Coronado e Garro repitam, como dupla, a ótima atuação desta terça-feira.

Saravá, São Jorge!

Paulinho Eterno

No minuto 77 (o ano de Basílio, a camisa de Coronado), Paulinho entrou no lugar de Breno Bidon para seus últimos minutos com o manto alvinegro. O craque histórico, pelo conjunto da obra pretérita, mereceu todos os aplausos e referência da massa.

No entanto, para não ser injustamente acusado de bem-humorado, sublinho que esta última passagem de Paulinho, que se encerrou na vitória sobre o Racing-URU, não precisaria ter acontecido. Aliás, até pela forma como o jogador foi apresentado, montado no trator da caloteira Taunsa, seria até melhor para as duas partes que não tivesse existido.

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Paulinho, óbvio, não tem culpa alguma do contrato que lhe ofereceram, menos ainda é responsável pela irresponsabilidade de quem acreditou que os seus gordos vencimentos seriam bancados pela empresa-fantasma. Verdade que a grave lesão, que não poderia ser prevista, atrapalhou ainda mais os planos.

No entanto, o que ficará, eternamente no coração da Fiel torcida, é a gloriosa história escrita antes. O campeão da Libertadores (com direito ao antológico gol contra o Vasco) e campeão mundial (autor da jogada que culminaria na cabeçada de Guerrero) é um dos maiores volantes da história do time do povo. Seja no aspecto da identificação, levando-se em conta o número de conquistas, não importa a régua, Paulinho está no seleto grupo formado por Roberto Belangero, Biro-Biro, Rincón, Vampeta, Ralf, Elias, Biro-Biro...

Opinião

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