Esposa incentivou António Oliveira a treinar Corinthians: 'Uma vez na vida'

Marcia Oliveira, mulher de António, afirmou ao UOL que o técnico português está realizado com a ida ao Corinthians e que não vê o marido, já bem adaptado ao país, deixando o Brasil "tão depressa".

'Lua de mel' em novo clube e no Brasil

A esposa disse que incentivou António a assumir o Corinthians. Ela ponderou que o treinador estava estável no Cuiabá, mas ressaltou que receber uma proposta do Alvinegro paulista é algo "que não se pode recusar". Marcia estava de férias no Brasil com os filhos e a mãe — a Sogra da Fiel — quando surgiu o interesse corintiano. Em sua apresentação, ele citou a "proposta irrecusável".

Para ela, o marido merecia a oportunidade de trabalhar em um clube maior. O técnico de 41 anos desembarcou no país em 2020 para ser auxiliar de Jesualdo Ferreira no Santos e depois trabalhou com Paulo Autuori no Athletico antes de começar a dar seus próprios passos. Ele comandou o Furacão no ano seguinte e, além das duas passagens que teve no Cuiabá, também treinou o Coritiba.

Ele está muito feliz com essa ida ao Corinthians. É uma coisa que não se pode recusar, que pode só acontecer uma vez na vida. Disse a ele que se recusasse essa proposta, poderiam nunca mais convidá-lo de novo. Ele estava bem no Cuiabá. Temos que saber aproveitar essas oportunidades. Acho que já era altura de mostrar o potencial em um cube maior, ele trabalha muito. Ele chega em casa e ainda vai trabalhar, depois de todas as horas no CT, fica até de madrugada. Marcia Oliveira, ao UOL

António Oliveira, sua esposa, Marcia, e os filhos em viagem
António Oliveira, sua esposa, Marcia, e os filhos em viagem Imagem: Reprodução/Instagram/Marciaoliveira1981

Marcia admitiu que gostaria que António trabalhasse na Europa, onde ela e os filhos moram, mas frisou que não imagina que ele saia do Brasil "tão depressa". O desejo é tê-lo mais próximo de si e dos dois filhos — Afonso, de nove anos, e Adrian, de sete —, que cresceram lidando com a distância do pai devido ao futebol. Apesar do costume, a saudade não diminui.

Diante do cenário, a esposa acrescentou que cogita no futuro vir com a família: "Os meninos precisam do pai". Sozinha com os filhos em Portugal, ela faz as funções "de mãe e de pai" e se dedica exclusivamente à criação dos filhos.

Gostava muito que treinasse [na Europa] para ser mais perto. Não peço nem em Portugal, que é difícil, mas acho que ele já se habituou tanto e gosta do Brasil, não o vejo saindo do Brasil tão depressa. Agora no Corinthians, se calhar vai ter mais visibilidade, mas não o vejo treinando aqui, gosta muito do Brasil. Mais para a frente, sim [penso em mudar para o Brasil], os meninos precisam do pai.

O que mais a esposa de António Oliveira disse

Relacionamento com António: "Estamos juntos há cerca de 15 anos, dez de casado. Nos conhecemos através de uma amiga em comum e, desde esse dia, tem corrido tudo bem. Na época, quando o conheci, ele ainda estava jogando bola e eu na faculdade".

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Rotina longe dele: "Os meninos estão no colégio, António fica indo de um lado para outro, preciso que eles estejam estabilizados. Só conseguimos ir ao Brasil nas férias. António já está há muitos anos [longe], esteve no Irã, os filhos praticamente cresceram com essa ausência do pai. Faço de mãe e pai, vou buscar no colégio, vou com eles no futebol. É uma coisa que foram se habituando. O mais velho custa um bocado, chora um pouco. É sempre difícil para nós [a despedida], depois vamos acostumando, não trabalho porque tenho as crianças".

Lado família: "Ele é muito de família, quando está em casa, brinca com os meninos para matar aquela ausência. Eu tenho menos paciência, eles só querem jogar bola. António às vezes joga na sala, ou vai para a rua jogar. Também vamos passear, comer fora, fazer aquilo que nunca temos tempo de fazer. No resto do ano, nunca vou almoçar fora com eles, estou sempre em casa. Para mim, é difícil gerir isso sozinha. Minha família não tem ninguém aqui".

Filhos seguindo os passos do pai: "Já disse: 'Goleiro, não'. São dois avançados, mas ainda são pequenos, vão no futebol para se divertir. Mas já digo: 'Não vai para o gol'. Depois perde, dizem que a culpa é sua, tem que ser atacante. Goleiro para mim não dá, coração nas mãos, vibro muito com os jogos deles".

Gosto na cozinha: "Ele gosta de cozinhar. Quando ele diz: 'Amor, o jantar faço eu', para mim é um alívio. Bacalhau é a comida que ele mais gosta, mas dá trabalho. Também gosta de fazer picanha. António, seja o que for comer, tem que ter arroz de acompanhamento. Desde que conheço é assim, a avó dele que já faleceu fazia um arroz maravilhoso, e habituou sempre ao arroz".

Diferencial do marido como técnico: "António é muito profissional. Para além disso, ele tem uma coisa que o diferencia: é um grande ser humano. Por trás do jogador, vê que há um ser humano. É isso que faz com que todos tenham um carinho muito grande com ele. Meu sogro é igualzinho ao António, tem um coração do tamanho do mundo. É um ser humano fora do normal".

Pedido para o marido voltar: "Quando ele foi para o Brasil, foi ser auxiliar de Jesualdo. Entretanto, teve depois aquela situação da pandemia [de covid-19]. Isso para mim mexeu muito, ele estava lá e eu aqui, fechada com os dois [meninos], sozinha. Não sabia o que me esperava, chorava todos os dias. Foi a única vez que o chamei de volta, que me senti desesperada. Se pegasse o vírus, não sabia o que ia acontecer. Ele veio, fechou tudo e foi treinar o Benfica B".

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Torcida do Corinthians: "Fui ver o jogo contra a Portuguesa, fiquei arrepiada. Nunca tinha visto uma torcida assim, vibram do início ao fim. Aqui só vou a jogos do Benfica com os meus filhos, mas não tem nada a ver. A torcida não tem nada a ver, arrepia qualquer pessoa".

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