Dorival faz apelo ao torcedor e diz que seleção tem 'obrigação de vencer'

O técnico Dorival Júnior foi apresentado hoje como novo técnico da seleção brasileira.

Superação. "Consegui vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro do meu lar: minha esposa com um câncer muito agressivo e logo em seguida também fui diagnosticado. Isso serviu para que pudesse me fortalecer ainda mais e repensar em alguns pontos da minha carreira".

História no futebol. "São, praticamente, 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa. Eu, com seis anos de idade, eu já vivia dentro de um vestiário da Ferroviária de Araraquara"

Um pedido. "Estou aqui para fazer a primeira convocação: a do torcedor brasileiro. Que acredite mais na seleção, que viva mais a seleção. A partir de agora não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro"

Obrigação. "Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, a que inspira muitos no mundo inteiro. E tem obrigação de voltar a vencer".

Veja mais respostas de Dorival Júnior

Discurso inicial

"Primeiramente, é uma satisfação. Estou, sinceramente, emocionado, depois de tudo que vivi e passei. E, principalmente, nestes últimos seis, sete anos, conseguindo vencer dois momentos de muitas dificuldades dentro do meu lar: a minha esposa com um câncer muito agressivo, logo em seguida também fui diagnosticado. Isso serviu para que eu pudesse me fortalecer ainda mais e repensar em alguns pontos da minha carreira".

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Futebol desde sempre

"São, praticamente, 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa. Eu, com seis anos de idade, eu já vivia dentro de um vestiário da Ferroviária de Araraquara, meu pai era diretor de futebol até então, e aquilo me chamava a atenção de tal forma que parecia que já estava dentro daquele garoto. Acompanhava todos os treinamentos, viajava com a delegação nos jogos próximo a Araraquara. Ferroviária vivia um momento épico, sendo tricampeã do Estado de São Paulo, que vocês sabem que é difícil para uma equipe. Momento em que futebol me induzia que eu buscasse o mesmo caminho, tentasse trilhar aquilo que me impressionava. Paralelamente a isso, meu tio teve 12 anos à frente da Ferroviária, e depois 12 no Palmeiras, sendo um dos jogadores mais importantes da Academia. Então, quando não estava em Araraquara, estava em São Paulo também frequentando vestiários. E aquilo me impulsionava. Foram 18 anos como atleta profissional, e a partir daí tive três anos como auxiliar. Vivenciei por um ano na condição de diretor do Figueirense, e depois me abriram as portas para ser treinador. Hoje completo 20 anos, praticamente, daquele primeiro momento. Fiquei de 4,5 a 5 anos parado neste intervalo. Neste período, tivemos 14 títulos alcançados, e cinco vices, entre dois do Brasileiro - Santos em 16 e ajudando o Flamengo em 18.

Surpresa

"Acho que é uma carreira na qual me dediquei desde o início, me entreguei de corpo e alma para que eu pudesse buscar e alcançar um momento como esse. Agradecendo de coração pela confiança no meu trabalho, não imaginava que pudesse acontecer neste momento. Até porque um grande amigo meu aqui estava, o Fernando [Diniz], pessoa que tenho carinho e respeito muito grande. Mas acabou acontecendo por essas voltas que a vida dá".

Obrigação

"Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta. A que inspirou muitos no mundo todo, e tem por obrigação fazer o mesmo. O futebol brasileiro é muito forte, ele se reinventa. Futebol brasileiro não pode viver um momento como esse que estamos passando. Talvez, nos sirva de lição para que possamos absorver e encontrar um novo caminho. Aprendemos, com o futebol brasileiro, um caminho de vitórias e precisamos reencontrar esse momento".

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Pedido de apoio

"Estou aqui, de coração aberto, buscando fazer a primeira convocação do meu momento, que é do torcedor brasileiro. Que passe a viver um pouco mais a seleção, acredite um pouco mais na seleção. Natural que seja obrigação de todos nós fazer o melhor, para que possamos entregar ao torcedor uma seleção que volte a passar credibilidade. Peço, de coração, que o torcedor volte a viver o dia a dia da seleção. Em um segundo momento, tão importante quanto, convoco a cada um que faz parte do futebol: futebol brasileiro precisa de cada um de vocês. Não podemos nos dividir em seleção do Felipão, do Mano, do Tite… Temos uma seleção brasileira, uma seleção do povo. Não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro. Vamos tentar trabalhar neste sentido. Espero que cada um de vocês nos auxilie neste momento. É um momento difícil? Sim, mas nada que não seja impossível de reverter rapidamente. Para mim, é fundamental que tenha uma sugestão, observação que possa nos ajudar, estaremos abertos. Conto com todos vocês para que o futebol brasileiro possa vivenciar um grande momento. Estamos de braços abertos e na expectativa que, a partir de agora, busquemos novamente o caminho das nossas vitórias, e a seleção sempre se pautou pela excelência. O que precisamos, a partir de agora, é buscar soluções. Não podemos ter o futebol brasileiro dividido, temos de ter uma unidade. Obrigado, presidente, pela confiança".

Necessidade de mudança

"Acho que não é uma mudança de nomes, o que vem acontecendo de maneira gradativa, da seleção que jogou a última Copa para este momento, mas é uma mudança emocional, mudança postural, mudança em que o atleta tem de entender que está vestindo uma camisa muito pesada, referência no mundo todo. Ele tem de ter essa referência".

Futebol ofensivo

"Se, neste instante, não estamos em posição adequada em relação à classificação para mais uma Copa do Mundo, podem ter certeza que vamos tentar, ao máximo, para reverter tudo isso e que busquemos o caminho que a seleção sempre apresentou. Primamos por ter um futebol vistoso, bem jogador, mas, acima de tudo, efetivo. E não podemos deixar essas características. Temos de tentar manter o máximo possível, voltar a protagonizar grandes jogos. Temos qualidade e potencial o suficiente para isso, mas temos de entender um pouco mais o que representa essa seleção, e que cada um assuma a sua responsabilidade após ser convocado. Os atletas tem de voltar a sentir um pouco mais a camisa da seleção. A lição que o Zagallo nos deixou tem de ficar guardada: a gana e vontade de ganhar o tempo inteiro".

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Reciclagem

"Tudo pode ser aproveitado. Tudo. E acredito que uma reciclagem acabe acontecendo e proporcionando dificuldades um pouco maiores. Terminamos uma Copa do Mundo e, logo em seguida, iniciamos uma preparação para um momento seguinte. Natural que teríamos dificuldades, não imaginávamos tanta neste momento, mas não quer dizer que, daqui a pouco, possamos buscar algo diferente. Futebol não muda, futebol não altera, comportamentos precisamos ser repetidos, natural. Diferentemente de um clube: você joga hoje, amanhã já se reapresenta buscando correção de erros. Seleção se apresenta para jogar, praticamente, e vai ter dois dias de jogos e, talvez, cinco ou seis de treinamentos. Todos encontram o caminho e precisamos encontrar também. Precisamos acelerar esse processo, acho que esse é o grande desafio. Achar, rapidamente, uma equipe que passe uma confiança maior".

Revelação de jogadores

"Vocês acompanham o meu trabalho há um tempo. Pode ter um treinador que tenha revelado mais jogadores, mas acho que é muito difícil o número de atletas que dei oportunidade ao longo da minha carreira. Fosse na primeira equipe, no Figueirense, um exemplo é o Filipe Luis, seja na última, o São Paulo. Sempre contei com uma mescla que, para mim, é mais que saudável e necessária para que tenhamos uma competitividade de uma equipe mantida. Não importa. Se o Thiago estiver bem, foi citado, ele terá oportunidade. É um grande jogador, Ciclos se encerram a partir do momento em que outro esteja bem melhor. Por isso, temos de ter equilíbrio, consciência e, principalmente, que busquemos os melhores no momento. Vou errar, de repente não convocando aqueles que um ou outro imaginem que seja o ideal, mas vou tentar trazer aqueles que estão em melhores condições. Em alguns momento, uma possibilidade tática, um jogador que tenho muita confiança e estou repetindo mesmo que não esteja em grande momento, mas, na maioria deles, vamos trazer quem está em melhores condições. O principal é que se adaptem rapidamente e integrem uma condição que possamos achar um caminho".

Esquema

"Acho que em todas as equipes que cheguei, me adaptei à equipe. Nunca cheguei com sistema pré-estabelecido. Nunca faço isso. Procuro identificar o que tenho em mãos e, a partir daí, poder definir o sistema que posso empregar. Números são relativos, não me apego a números, a 3-5-2, a 4-3-3, isso é balela. Temos de defender com o maior número possível e atacar da mesma forma. O equilíbrio, para mim, é fundamental. Se vamos encontrar rapidamente, é difícil falar, mas vamos tentar dentro daquilo imaginado, as melhores convocações, desde que estejam em totais condições e prevalecendo em seus clubes, para ter merecimento para estar aqui. Muito difícil falar do sistema que o Fernando usa, e o Ancelotti, de repente, use, até porque eles desenvolvem em clubes, e dentro de uma seleção, naturalmente, é diferente. Por isso, essa aceleração é fundamental, e é o que vamos buscar".

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Convite da seleção

"Eu tinha o meu contrato com o São Paulo, preparando a equipe para as competições. Todos os jogadores que foram contratados, foram com a aceitação da diretoria, em um entendimento único de que seriam peças importantes. Então, não foi uma montagem do Dorival especificamente. Montamos o São Paulo em uma condição de qualquer treinador que ali esteja, possa fazer aquilo que bem entender. Até porque são jogadores versáteis, buscamos alternativas para ter um elenco enxuto e em condições de abastecer toda e qualquer condição que pudesse acontecer".

"O contato com o presidente foi feito no fim da semana anterior. Para mim, foi uma satisfação, um prazer chegar a um momento como esse da minha vida, da minha carreira, à frente da seleção brasileira de futebol. Em relação à instabilidade, é uma área que não entro, desculpem. Tenho a confiança do presidente de que eu esteja aqui à frente, a partir de agora, para preparar a equipe, visando ganhar jogos, e voltarmos novamente a uma posição dentro de uma Copa do Mundo, que será muito disputada e que teremos de estar preparados. Vou trabalhar neste sentido, me preparei para isso. Tenho convicção grande que a seleção brasileira vai alcançar os objetivos e a principal delas vai ser daqui a três anos. Vou fazer de tudo para que estejamos em mais uma final de competição".

Reação

"Estou muito emocionado porque nunca planejei minha vida, mas um dia esperava poder estar aqui. Como vi muitas entrevistas de meus ex-treinadores, como vi de amigos, um dia imaginava poder estar sentado aqui representando o povo brasileiro, como treinador da equipe. Para mim, tem sido dias importantes, e a partir de segunda-feira o presidente vai começar a me cobrar".

Feijão com arroz

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"Muito tranquilo. Se pegar a minha primeira equipe, a minha quarta ou quinta, a décima equipe, pegar a penúltima equipe e a última, nenhuma delas jogava da mesma forma. Então, acho que esse feijão com arroz tem o tempero de cada Estado. Em cada Estado acrescenta alguma coisinha. Para mim, sempre foi um desafio. Vivenciei os dois lados. Tive seis equipe que ajudei a livrar do rebaixamento, e, talvez, com essas mesmas equipes cheguei em final de competição. Não retornei ao Flamengo, Santos, Vasco, São Paulo, por um acaso, é porque algo você deixou plantado. Se foi um feijão, ou se foi um arroz,agradou essas pessoas. Retornar, é difícil. Em algumas, eu ganhei campeonato, em outras não, mas algo fiz de bom para retornar".

Recuperação

"Acho que tudo vai acontecer de maneira natural. A recuperação não se dá da noite para o dia, de uma maneira tão rápida quanto imaginamos. O importante é que voltemos a encontrar uma estrutura que facilite essa recuperação. Sei que foram resultados complicados, um momento complicado. Imagino o esforço que o Fernando tenha feito por soluções, e, às vezes, com toda a entrega que tem, acaba não encontrando tudo que quer. Nosso desafio é esse a partir de agora. Vamos tentar fazer o melhor e não tenho dúvidas que vamos encontrar o caminho, uma equilíbrio que seja fundamental para que possamos, a partir daí, uma outra conduta em busca da classificação e na disputa direta para mais um título".

Sondagens da seleção

"Em duas ou três oportunidades, meu nome foi ventilado na seleção e acabou não acontecendo. É natural que, quando surgiu dessa vez, da maneira como foi, imaginava que fosse mais uma especulação natural do mercado, pela saída do Fernando. De repente, acabou se concretizando. Então, não criei expectativa, como havia criado anteriormente. Procurei não criar expectativa e, a partir do momento que recebi a chamada, as coisas mudaram um pouco. Era um sonho, um objetivo, sim. Não saí do São Paulo, não deixei o São Paulo. Estou vindo para uma seleção, é um chamado. Acho que nenhum profissional em sã consciência deixaria de atender'.

Neymar

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"O Brasil tem de aprender a jogar sem Neymar, entendendo que o momento dele é de lesão, mas tem de saber que temos um dos três maiores jogadores do mundo neste momento, e temos de aproveitar. O Neymar é um jogador muito importante, desde que recuperado, em condições e totalmente focado. Não tenho problema algum com o Ney. A proporção que tomou aquela situação foi além do que esperávamos, desnecessariamente. A diretoria do Santos tomou uma posição e eu respeitei, mas com o atleta nunca tive nenhum tipo de problema. Pelo contrário".

O dinamismo do futebol

"Acho que, de um modo geral, o futebol é muito dinâmico. O céu e o inferno não tem mais de um palmo de distância. Tudo que está acontecendo pode não ser verdade em um mês, podemos estar com outra visão. Importante que a gente se prepare um pouco mais, estejamos mais determinados, atentos a tudo que está acontecendo. Precisamos, e o momento exige, preparação maior, e temos de mudar esse quadro. O futebol brasileiro se reinventa com velocidade, e não podemos perder uma oportunidade como essa. Com certeza, vamos lutar por mais uma decisão. O Futebol brasileiro tem vida, e precisamos de cada um de vocês. Nossa doação tem de ser um pouco maior e conto com a participação de cada um de vocês".

Confiança

"Acho que a recuperação da confiança vai acontecer com treinos, jogos, buscando vitórias. É natural. Principal desafio é trazer o torcedor mais para perto, o torcedor se ver um pouco mais com a camisa da seleção. É um trabalho de formiguinha, por isso estou chamando cada um que queira participar desta recuperação, para que daqui a três anos, e repente, possamos estar vivendo momento diferente do que estamos passando".

Diferença entre clube e seleção

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"De um modo geral, isso se repete em clubes e seleções, geralmente, acaba estourando em treinadores e comissões, e o atleta não tem ideia do que representa, do quanto ele pode, das qualidades que possui, do diferencial que ele possa ser a partir do momento que está vestindo uma camisa como a nossa. É neste sentido que falo para cada um assumir a responsabilidade. Dividindo, é natural que torne o fardo mais pesado, porque assume uma condição. Vestindo essa camisa, fatalmente, vai ajudar nessa recuperação. Não é a seleção brasileira de determinado treinador, é do povo. Temos de viver um pouco mais, ajudar um pouco mais. São momentos como esse em que a gente se questiona: 'o que posso fazer?'. Nos momentos de vitória, as coisas acontecem de maneira natural, mas em momentos como esse… Eu também tenho de me sentir parte de um todo. Estou participando desta recuperação, vou ajudar a conquistar, mas o principal é ajudar a recuperar. Acho que é esse momento que estamos vivendo".

Comissão

"Com relação à comissão, venho conversando com o presidente. É um momento que preciso ter ao meu lado pessoas que também confie e já trabalhei. Algumas funções serão necessárias, dentro da liberdade que ele me deu de escolha de alguns elementos. Não que os que aqui estão não sejam bons profissionais. Não é isso. É que eu preciso ter pessoas ao meu lado com quem já tive momentos positivos e negativos, e tenha percebido qualidades e condições em cada um deles. Apenas isso. Algumas situações, com certeza, precisaremos intervir o presidente me deu liberdade".

Referências

"Às vezes, temos referências de campeonato lá fora que passa a ser muito melhor que o Brasileiro. Temos de repensar isso. Nosso campeonato é tão difícil quanto qualquer um lá fora, talvez até mais que em muitos países, e, às vezes, não nos damos conta do valor que tem cada profissional que aqui está. Que se preparem porque vou contar com muitos jogadores que estão aqui dentro. Isso não tenho dúvida, desde que tenham merecimento para a convocação. Vou tentar fazer o máximo para que não erre neste sentido, e que tenhamos os melhores, quer estejam na Inglaterra, Itália, Portugal ou aqui. Eles têm de ter valor e saber que disputam um dos campeonatos mais difíceis e complicados do mundo. Para mim, a Copa do Brasil é muito mais disputada que uma Libertadores e, de repente, a reta final da Libertadores passa a ter equivalência muito grande. Em minha opinião, temos aqui campeonatos muito difíceis. Perdemos muito elementos nos últimos 10, 12 anos. Acredito que tenhamos 1.500 jogadores fora do país neste instante, jogadores de excelente nível, nível médio e jogadores começando. Isso quebra um pouco a própria qualidade das competições, e mesmo assim elas continuam tendo nível muito alto".

Elenco da seleção

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"Em relação a algumas posições em especial, talvez estejamos tendo algumas dificuldades, mas é rápido isso. De repente, despontam aí em competições, mesmo regionais, jogadores que possam suprir essas carências"

Tite

"Acho que o Tite fez um dos trabalhos mais bonitos dos últimos anos, em relação a uma seleção. Infelizmente, acabaram não acontecendo nas duas Copas, mas foi um trabalho de altíssimo nível. Temos de enaltecer, e muito. Acredito que ele tenha feito o máximo possível para encontrar essa aproximação maior com o torcedor, e, talvez, tenha sido uma preocupação dele, como é minha. Por isso, conto com sugestões, ideias, para que possamos mudar um pouco esse contexto, para que possamos trazer, novamente, o torcedor para o nosso lado, para que a seleção seja do povo brasileiro. Acabou perdendo o carinho e amor que sempre teve pela seleção, e está na hora de mudar isso. Só vamos mudar se somarmos esforços. Essa soma que vai fazer com que a gente, daqui a pouco, encontre um caminho para, em três anos, nos coloque em condição de finalista de uma Copa do Mundo. Acho que será uma forma de nossa equipe voltar a valorizar o lado humano que devemos ter um com os outros. Gostaria de ver isso novamente".

Quando tive o problema, passei a me voltar mais para coisas que são mais importantes do que especificamente, ao longo do dia, passa a não dar tanto valor. Acho que houve mudança na minha forma de pensar, não em agir e entender o ser humano, me ajudou a melhorar. Buscamos sempre uma melhora, tanto pessoal quanto profissionalmente, mas esses momentos nos fazem pensar em muitas coisas. Não foram momentos fáceis, e todos sabem o quanto crescemos em uma situação como essa. E para mim foi importante. Profissionalmente, foi um momento em que pude repensar algumas atitudes que tomava. Passei 13 anos da minha vida saindo de um dia de um clube e entrando no outro no dia seguinte, sem aquele momento de refrescar a reativar o processo para que pudesse dar sequência na carreira. Queria ajudar de alguma forma e não queria ficar parado. Talvez, isso não tenha sido positivo. Em determinado momento, achei que deveria dar uma sequência.

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