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Corinthians é denunciado pelo STJD por cantos homofóbicos em clássico

Torcida do Corinthians em jogo contra o São Paulo pelo Brasileirão -  ABNER DOURADO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Torcida do Corinthians em jogo contra o São Paulo pelo Brasileirão Imagem: ABNER DOURADO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/06/2023 10h27

O Corinthians foi denunciado e será julgado pelo STJD no próximo dia 14, em função dos cânticos homofóbicos dirigidos ao São Paulo, no último clássico entre as equipes.

O que aconteceu

O Auditor Presidente da 3ª Comissão Disciplinar Tribunal de Justiça Desportiva, Luis Felipe Procópio de Carvalho, acatou a denúncia da Procuradoria, e citou o Corinthians. Com isso, o clube foi intimado e enviar um representante para a sessão de instrução e julgamento que será realizada na quarta-feira, dia 14 de junho, às 10h, exatamente um mês após o incidente na Neo Química Arena.

O Alvinegro foi enquadrado no artigo 243, que versa sobre "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou pessoa com deficiência".

A pena para este delito pode variar: suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural, além de multa, de R$ 100 a R$ 100 mil.

Corinthians pode perder mandos e pontos do jogo

"Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda
do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente; caso não haja atribuição de pontos pelo regulamento da competição, a entidade de prática desportiva será excluída da competição, torneio ou equivalente", diz o parágrafo um do artigo 243-G.

Caso também é investigado pelo Ministério Público

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu uma investigação na segunda-feira seguinte ao ocorrido para apurar o caso de homofobia. O Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância) irá conduzir a investigação sobre o episódio. O órgão atua na identificação, prevenção e repressão de delitos de intolerância, preconceito e discriminação contra pessoas ou grupos, incluindo a homofobia.

Hoje, no Regulamento Geral de Competições, torna muito grave, ou gravíssimo, o comportamento de torcedores em atos preconceituosos. Isso está lá no artigo 134, que torna de extrema gravidade, podendo inclusive o infrator responder por aplicação de pena de advertência, multa e até perda de pontos."
Andrei Kampf, colunista do UOL Esporte

Informo que aos 18 minutos do 2º tempo paralisei a partida por dois minutos devido gritos homofóbicos da torcida 'Vamos, Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar', sendo informado no som e no telão do estádio para que os gritos cessassem, mesmo assim, a torcida continuou gritando efusivamente e, após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada. Fato esse comunicado ao delegado da partida e ao chefe do policiamento"
Bruno Arleu, árbitro do clássico, na súmula do jogo

Entenda o caso

Na entrada das equipes em campo, cantos homofóbicos foram entoados pela torcida do Corinthians vindos do Setor Norte da Neo Química Arena, onde ficam as organizadas.

"Vamos Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar" e "Vai para cima delas, Timão" foram os cânticos entoados pela torcida.

Avisos sonoros e visuais foram emitidos na Neo Química Arena lembrando a proibição a este tipo de cântico.

Antes do intervalo, os mesmos gritos foram ouvidos em Itaquera e, após novo aviso, parte da torcida aumentou o tom.

O árbitro Bruno Arleu interrompeu a partida durante o segundo tempo por conta dos gritos homofóbicos vindos da torcida.

Partida foi reiniciada depois de dois minutos de paralisação após os torcedores trocarem as músicas cantadas.

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