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Sul-Americano do Vasco em 48 vira filme com gols recriados após incêndio

Vasco em ação no Sul-Americano de 1948 - Revista Estadio / reprodução site oficial Vasco
Vasco em ação no Sul-Americano de 1948 Imagem: Revista Estadio / reprodução site oficial Vasco

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

19/11/2022 04h00

O título do Vasco no Sul-Americano de 1948 virou documentário e, para aproximar o espectador à realidade daquela conquista, a produção conta com recriações das narrações dos gols daquela vitoriosa campanha. A ação foi necessária após a perda dos originais em um incêndio na Rádio Sociedade Mayrink Veiga.

Em "A Força do Gigante", Evaldo José, narrador que tem passagens pela Rádio Tupi e Rádio Globo, uma voz conhecida entre os torcedores cariocas, é quem dará vida às jogadas. O texto, inclusive, utiliza termos utilizados à época da competição. O filme vai ganhar as telas de cinema na próxima terça-feira, em Campos, no Estado do Rio.

"Houve o incêndio na Mayrink Veiga e os originais foram perdidos. Então, além do problema da imagem, porque a competição não foi televisionada, havia esse outro obstáculo. Com a ajuda do Walmer Peres, historiador do Vasco, analisamos diversos jornais e documentos para vermos como foram as jogadas. Fizemos um roteiro que usou palavras daquele tempo, até mesmo os termos em inglês que eram muito comuns no futebol. A partir daí, fizemos a gravação", conta o diretor Marco Antonio Rocha.

O idealizador do projeto entrevistou vascaínos ilustres que viram a paixão pelo clube de São Januário aflorar a partir do Expresso da Vitória, como ficou conhecido a equipe que vestiu a cruz de malta entre 1944 e 1953. Familiares de integrantes daquele elenco também foram ouvidos.

Um dos personagens da produção é o jornalista Sérgio Cabral, que sofre do Mal de Alzheimer. A sugestão da participação causou dúvidas iniciais a Marco Antonio, mas logo deixadas de lado:

"Foi uma das entrevistas mais demoradas e ele contou histórias lindas. Uma delas aconteceu em 1949. Houve um duelo entre Vasco e Madureira que rolou uma briga na arquibancada. O Sérgio Cabral, então com nove anos, pula para o gramado e fica atrás do gol do Barbosa. A cada tiro de meta que o Barbosa ia bater, ele dava um carinho na cabeça no Cabral", contou.

 Marco Antonio Rocha, roteirista do filme sobre o título do Vasco no Sul-Americano de 1948, e Paulinho da Viola - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Foram ouvidos ainda Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Jaguar, os ex-goleiros Acácio e Carlos Germano, Tereza, filha de Barbosa, Caetano, filho de Ismael, Rômulo, primo do Ademir, Pedro e Rhuan, do projeto Negro Muro, dentre outros.

"Vou falar como fã. O Paulinho da Viola é um cara difícil de dar entrevista e eu queria muito tê-lo no filme porque sabia que ele tinha tido um encontro curioso com o Ademir e o time de botão dele se chamava Expresso da Vitória. Nos falamos uns meses para conseguir marcar. Cheguei à casa dele, conversei com a família dele e, quando ele chegou, fiquei desconcertado", lembra.

A competição

O Campeonato Sul-Americano de Campeões foi realizado em Santiago, no Chile. Além do Vasco, participaram, River Plate, da Argentina, Nacional, do Uruguai, Deportivo Municipal, do Peru, Colo Colo, do Chile, Litoral, da Bolívia e Emelec, do Equador. Em um formato de todos contra todos, o Cruz-Maltino teve quatro vitórias e dois empates.

Em 1996, a Conmebol reconheceu o clube de São Januário como campeão continental. Em 2013, a conquista passou a constar na página da entidade.

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