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Ídolo do São Paulo detona diretoria, defende Ceni e lista quem fica no time

Souza, durante jogo do São Paulo pela Libertadores de 2007 - Rubens Cavallari/Folhapress
Souza, durante jogo do São Paulo pela Libertadores de 2007 Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

14/11/2022 04h00

O ex-meia Souza sabe o que é passar por uma reformulação. Ele chegou ao São Paulo em 2003 pouco conhecido e virou um dos símbolos do time tricolor nos anos seguintes: campeão paulista, brasileiro, da Libertadores e do Mundial de Clubes. Agora, vê o time tricolor em momento parecido com o que viveu quando chegou e não poupa críticas à atual diretoria. Quem se salva é o técnico Rogério Ceni.

"Se você me perguntar se eu trocaria muita gente, eu trocaria. Faria uma limpa, deixaria o Rogério. Não tenho procuração para defender o Rogério. Eu estive lá dentro e sei que não depende só do treinador. Ele tem uma parcela [de responsabilidade pelo momento do time] muito grande, mas o Rogério tirou leite de pedra esse ano", disse em entrevista ao UOL Esporte.

Souza cita a própria experiência. Quando chegou, o torcedor são-paulino tinha acabado de ver um time com Luis Fabiano, Kaká e Ricardinho, além do próprio Rogério Ceni, não conquistar um título de expressão. E pior: ainda vivia um jejum de anos sem disputar a Libertadores.

"Quando eu cheguei, o time era um canhão, e esse time não ganhou nada. O São Paulo se reergueu de novo com uma mudança com jogadores que queriam crescer com o clube. Até então, o jogador mais conhecido do time de 2005 era o Rogério. Depois que chegaram Júnior, Amoroso, Luisão. A base do time era Fabão, Lugano, que ninguém conhecia, Cicinho, que veio chutado, Danilo, Mineiro, Josué. Foi um time montado do zero, mas sempre com transparência. Não adianta pregar algo que não vai acontecer, o torcedor não é bobo. Torcedor do São Paulo foi bastante iludido, porque espera uma coisa do time que não entregava."

O ex-meia defende que o São Paulo tente algo novo, comece do zero e não volte a apostar em medalhões, como Daniel Alves e Eder. Mas quem fica numa possível reformulação? Ele aposta nas revelações da base, com Ceni no comando.

"Nestor eu gosto muito, torcedor tem pegado muito no pé dele. Concordo com o torcedor que tem pegado no pé do Igor Gomes, que caiu muito de rendimento, mas você não pode perder um ativo do clube de graça. Não existe jogador bom em time ruim. Você tem que deixar alguns jogadores da base. Estamos vendo jogador da base saindo. Perderam Marquinhos, vão perder o Luizão...", afirmou.

"O São Paulo precisa se atentar mais a algumas coisas. Parece que estamos falando com um pessoal que chegou no futebol agora. A parte de gestão do São Paulo, para poder administrar um CT como o de Cotia [que abriga as categorias de base do clube], parece que são amadores", acrescentou Souza.

Para o ex-meia, atualmente comentarista da Band, o São Paulo não pode iludir o torcedor e tem de montar um time pensando em conquistas daqui a alguns anos.

"Tem que pegar jogadores da base, que foi o que aconteceu na minha época, com Kleber Gladiador, Diego Tardelli, Fábio Santos, Edcarlos, Marco Antônio. Tem que ter essa mescla. Mas tem que chegar no torcedor e falar: 'estamos montando um time que não é para ganhar um título esse ano, mas daqui dois, três anos'", acrescentou.

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