Fica? Renato prepara lista de reforços e negocia com candidatos no Grêmio

Renato Gaúcho concedeu uma longa entrevista coletiva recheada de boas frases. O treinador do Grêmio abriu o jogo sobre o futuro, disse que negocia com os dois candidatos à presidência, que foi procurado por outros clubes e mais: que já tem lista de reforços com os quais conversou para 2023.

Portaluppi, porém, lembrou que tudo depende da condição financeira do clube e do presidente eleito. As eleições gremistas ocorrem nos dias 7 (restrito ao Conselho Deliberativo) e 12 (com participação dos sócios). Alberto Guerra e Odorico Roman disputam a cadeira máxima, que ficará vaga na saída de Romildo Bolzan Júnior.

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Na última semana, o UOL Esporte mostrou quais as condições do treinador para renovar seu contrato. Em sua manifestação, ele confirma praticamente todas as citadas.

Confira os melhores momentos (são muitos) da coletiva de Renato Gaúcho:

Vai renovar?

"Meu empresário tem falado com Guerra [Alberto] e Odorico [Roman]. Mas minha cabeça estava voltada para as partidas decisivas. Ele [Gerson Oldemburg, empresário] tem ouvido as propostas e dado andamento. O mais importante é aguardar dia 12 para que possamos andar bem. Estou dando oportunidade de conversar com os dois candidatos. Eles têm colocado suas ideias, mas o martelo se bate ou não a partir do dia 12. Abrimos negociações porque tem muita coisa para ser resolvida. Falei com os dois, mas antes do dia 12 não tem nada resolvido. Quem vai bater o martelo é o Guerra ou o Odorico, até lá não se tem respostas."

Seleção brasileira?

"Nunca mudarei meu pensamento, a seleção é um sonho que eu tenho. Até porque todo o treinador que se garante tem que ter este objetivo, tem que pensar nisso. É o prêmio máximo. Igual para jogador. Por melhor que esteja em seu clube, independente de qual clube defenda, tem que pensar em seleção. Seleção é o prêmio máximo que pode chegar. Respeito a opinião do presidente da CBF e todos os treinadores, mas trabalho por essa oportunidade. Se vai chegar ou não, não depende de mim."

"É fácil de resolver essa questão. Caso eu renove com Grêmio, uma cláusula no contrato para ser liberado caso seja chamado pela seleção. Uma coisa que eu jamais faria e jamais fiz é abandonar um clube e ir para o outro. Sempre cumpri com minhas obrigações. Agora o torcedor, se isso acontecer, de qualquer clube, vai entender e não ficaria zangado porque é a seleção. Não teria problema se eu fosse convidado. Mas tem muita coisa para acontecer."

Reforços: "Quem monta o grupo é o treinador"

"É simples: quem monta o grupo é o treinador. Quem decide quem sai e quem entra é o treinador. A primeira cabeça a rolar é a do técnico, então, aceitando sugestões de dirigentes, presidente, executivo, quem decide é o treinador. Quem vier para me ajudar, vai ser recebido de braços abertos. Mas o treinador é que sabe se vai se encaixar. Tem empresário que empurra um jogador com dois ou três juntos. Comigo não acontece. Só vem quem eu quero. Opiniões de dirigentes e até de jogadores, eu aceito quando vejo que vai ajudar. Não adianta vir com dez nomes se eu achar que nenhum serve. Quem monta o grupo é o executivo, é o presidente? Bom, pode ser se o treinador não se garantir. A cabeça do treinador é sempre a primeira que rola."

"Não meço forças com ninguém. Mas se o treinador não tiver personalidade para montar o grupo e tomar decisões, não pode ser treinador, é um pau-mandado. Qual o papel do treinador? Simples, o que se garante é montar o grupo e tomar as decisões. É claro que quatro ou cinco cabeças pensam melhor do que uma. Eu escuto todo mundo, mas a decisão é minha. A não ser que tenha algum que treine melhor do que eu. Quem vai sofrer, no fim, é o torcedor. Ele [torcedor] não sabe que tal e tal pessoa no clube não entendem de futebol. A conta chega e quem vai pagar? O treinador. Infelizmente o sofrimento é do torcedor. Mas é muito simples, quem toma a decisão tem que entender de futebol. Não estou inventando nada. Vai errar? Claro que vai errar. Mas a probabilidade é menor quando se entende do assunto. Senão a conta chega, e quando chega ninguém aparece. Daí fica o otário para apagar a luz. Foi esse otário que rebaixou o clube? Não se cai em três ou quatro jogos. É no campeonato inteiro."

Lista A, B e C: "Tudo mastigadinho"

"Eu penso na frente. Eu monto a lista com dinheiro que o clube tem. Opção A, B ou C. Não dá pra A, tem a B, não dá pra B, tem a C. Não posso chegar no supermercado e querer comprar filé mignon com R$ 10. No futebol é a mesma coisa. Contrata o que dá com o dinheiro do clube. Se começa no plano A, para qualquer presidente. Eu tenho a lista de jogadores e já falei com eles. São jogadores que só virão para o Grêmio se eu estiver aqui. Você vai trazer? Dia 12 teremos um presidente e vamos conversar com ele. Ele vai pegar o avião e vai até o Rio de Janeiro, porque eu estarei de férias. Mas a lista tá lá. Eu falei com todos os jogadores e eles querem vir. Daí vocês [jornalistas] poderão opinar."

"E eu quero que opinem antes de o campeonato começar. Porque depois é fácil. Comentar o acontecido é mole. Acredito que o torcedor vai gostar. Falei com uns cinco ou seis [jogadores] para darmos andamento com o presidente depois do dia 12. Eu já estou com a mão na massa, e o presidente eleito vai ter que colocar também. Quem decide é ele. Mas já está tudo mastigadinho. É pegar o telefone, ligar para os empresários e se acertar na parte financeira, que nisso eu não me meto, é com o presidente."

Quem são os jogadores?

"Não pedi o Messi. Falei com ele, mas ele agradeceu [risos]. Não chamei o Cristiano Ronaldo, nem o Neymar [risos]. Não é nada fora da realidade. O Grêmio não tem Libertadores ano que vem, mas para voltar a sonhar com títulos, precisa de um grupo forte. Ninguém contrata fora da realidade. O presidente é quem decide. Mas temos plano A, B ou C. A pergunta que faço para o presidente é assim: O que você quer no ano que vem? Ah, eu quero um grupo forte para disputar o título. Bom, então está aqui a lista. Ah, eu penso pequeno... Então a lista está aqui também. Não adianta depois cobrar que não ganha... Quem manda no clube é o presidente e um dos dois [candidatos] terá que tomar esta decisão. Eu estou pensando lá na frente e pode ter certeza que são jogadores que podem ajudar. Mas não tem nada fora da realidade do clube, porque eu conheço a realidade do clube."

Propostas de outros clubes

"Já tive gente me procurando de grandes clubes. E a resposta que dei foi a mesma que dei para vocês. Antes do dia 12, não tomarei nenhuma decisão. Será tomada com o próximo presidente do Grêmio. Vou sentar para acertar com o Grêmio, caso não acerte, vou começar a dar andamento nisso. Mas antes do dia 12 não tem decisão."