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Brasileirão - 2022

Ceni exalta Igor Gomes, gol de Eder e explica opção por Rafinha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/09/2022 23h47

O técnico Rogério Ceni aproveitou a goleada por 4 a 0 do São Paulo diante do Avaí, no Morumbi, para valorizar alguns atletas que antes vinham com menos espaço no elenco tricolor. Foram os casos de Igor Gomes e Eder, que entraram no segundo tempo e participaram do quarto gol.

"Bom ver o Eder fazer gol de novo, ganhar confiança, bom ver o Igor Gomes dar uma assistência hoje. A gente vai experimentando", afirmou o treinador, já com o pensamento na final da Sul-Americana, que ocorre no sábado (1º).

Ceni também foi perguntado sobre a utilização de Rafinha pela direita, e se isso significa que o lateral será titular na decisão contra o Independiente del Valle. A explicação pela escolha foi dada, no entanto, sem a resposta sobre a final.

"Rafinha foi opção minha para o jogo de hoje. Achei que teríamos 60 ou 70% de posse de bola e construiríamos grande parte do jogo no campo adversário. Jogamos em formações diferentes no primeiro e segundo tempo. No primeiro tempo o Rafinha construindo mais por trás, e no segundo centralizamos o volante para que liberasse ele ao lado", comentou.

Para o comandante são-paulino, a vitória convincente diante do Leão ajuda o elenco psicologicamente, uma vez que dá confiança aos atletas.

"Trabalhar com uma vitoria é sempre prazeroso. As duas vitórias [seguidas no Brasileirão] nos tiram de uma zona desconfortável, temos a oportunidade de nos concentrar somente na Sul-Americana. Descansam amanhã; terça, quarta e quinta nos preparamos para a final", completou o técnico.

A final sul-americana ocorre às 17h de sábado, em Córdoba, na Argentina, em jogo único contra o Independiente del Valle, do Equador.

Confira mais respostas de Rogério Ceni na entrevista coletiva:

2022: o que melhorou e piorou? Balanço do ano

"O ano de 2022 é difícil de avaliar sem sábado. Infelizmente pro futebol, a avaliação se completa num jogo como sábado. Mas, tentando desconectar disso, o SPFC tem mais estrutura na fisioterapia, pra melhorar a recuperação de jogadores. Os profissionais que estavam aqui antes de mim, falo especialmente do Crespo, não correlaciono absolutamente nada [de crítica]. Estamos tentando melhorar e deixar as coisas em dia financeiramente com os jogadores, deve acontecer em breve. É uma longa batalha para sair dessa situação. Se o título não vier, vai ser difícil de entender. Mas temos um São Paulo mais competitivo, um time mais formatado, aguerrido, não desiste dos jogos. O que vai determinar o sucesso ou fracasso são os 90 minutos, ou 120, do jogo de sábado. Que possa dar continuidade, quem ficar no São Paulo, que possa sanar essas dívidas e criar equipes cada vez mais competitivas. Não podemos nos iludir com essa final, mas temos que tentar vencer a qualquer custo. Tem muita coisa em jogo essa semana. É o jogo de uma década. Del Valle é uma ótima equipe, uma belíssima equipe."

Renovação: o que fez mudar de ideia?

"Minha permanência não muda multa. Então estar a mais ou não é uma formalização no papel. É uma extensão de vínculo, desse desejo que eu fique aqui. Mesmo não estando aqui, sempre tenho um carinho muito grande pelo clube, por isso a importância desse título da Sul-Americana. Mas temos que trazer gente que vença. Eu preciso muito dessa vitória. Seria muito importante numa tentativa de animar o clube, sua torcida, sua história. Pra mim, é importante vencer esse título. Não quero pensar na hipótese de perder."

Amadurecimento de Diego Costa

"O Diego viveu duas fases dentro do São Paulo. Uma com o Diniz, que resolve mudar tudo e põe ele e Léo na zaga. E daí tem uma sequência, começa a jogar e no estilo que o Diniz gosta. E isso leva você à exposição. Depois, com o Crespo, foi bem pouco utilizado. E é cíclico. Ele viu os dois lados, e hoje é um cara muito profissional, muito dedicado no dia a dia. Joga quase todos os jogos. Sabe que não pode cometer erros. Tem o Miranda perto dele, que quer jogar e tem história. Tem o Arboleda. Onde tem sombra, as pessoas estão ali sabendo. Onde tem menos competitividade, causa um relaxamento. Tem se mostrado bastante maduro, e é um cara formado aqui. Conhece bem os valores do clube. Deus queira que possa levantar esse título."

Vai para a final sem mistério?

"Acho que temos um padrão de jogo. Temos a opção dos 3 zagueiros e da linha de 4. Há muita pouca coisa a se mexer, fora isso. E não muda muito como a gente joga. Os jogadores não temos muito segredo, muito mistério. Já estudei bastante, mas vamos botar em prática essa semana pra ver o que se adequa melhor."

Prestes a disputar a final, quando o Rogério torcedor aparece?

"O lado torcedor mesmo fica fora do CT. Talvez em conversas informais do que poderia ter de melhor, do que temos de bom e de deficiências. Das coisas boas que a gente faz no dia a dia. Quando entro no CT, o lado torcedor vai embora. O futebol é diferente para quem assiste e para quem está inserido no meio. A gente inserido no meio tem uma visão diferente. A gente que entregar o prazer para o torcedor. E títulos ficam para sempre. Queremos entregar para o cara da arquibancada um motivo para colocar a camisa com orgulho. Eu, quando vou trabalhar, seja no Fortaleza ou no São Paulo, é a mesma coisa: vou fazer o meu melhor para trazer esse título."

Ficaria surpreso se viesse um convite para a seleção brasileira?

"Vejo a seleção como o grande passaporte para o treinador ir para a Europa. O maior que tem é a seleção brasileira. Te dou exemplos: Dorival, um cara sessentão, experiente, que tem relacionamento bom. Gosto do dia a dia, da vida do clube. Se falar de passar três semanas sem dar um treino, pra mim não. Mas só de fazer a pergunta já me sinto honrado. Mas tem outras opções mais experientes num momento bom pra seleção."

Como trabalhar a motivação para não pilhar demais?

"Por isso que isso aqui é São Paulo, porque aqui tem o tamanho do estádio, as 60 mil pessoas que vêm aqui. Por isso você está no São Paulo Futebol Clube. A história do Del Valle nos últimos anos infelizmente é mais vitoriosa. Hoje, o Calleri toma um tapa na cara, dedo no olho, alguma coisa assim. A primeira coisa que disse pra ele foi: "calma". Conheço argentino, conheço o Calleri, e ele não podia perder a cabeça. Falei pra ele: "não bate nele". Ele teve a cabeça no lugar. É um time que mistura maturidade com juventude e força. Tem muita coisa que o Del Valle faz de bom para a gente se preocupar com árbitro e coisas assim. Temos essa pressão porque aqui é um clube gigantesco, o clube com mais títulos internacionais."

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