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Gols de Richarlison aumentam guerra no ataque; veja quem está na briga

Jogadores da seleção brasileira celebram gol marcado sobre Gana em amistoso - Damien Meyer / AFP
Jogadores da seleção brasileira celebram gol marcado sobre Gana em amistoso Imagem: Damien Meyer / AFP

Thiago Arantes

Colaboração para o UOL, em Le Havre (FRA)

24/09/2022 04h00

Classificação e Jogos

A dois meses da estreia na Copa do Mundo do Qatar, a seleção brasileira vive uma guerra: a batalha entre os atacantes de Tite. Com excesso de jogadores no ataque, é difícil saber quem estará na convocação final, em 7 de novembro.

Na vitória por 3 a 0 contra Gana, em Le Havre (França), o time começou jogando com Raphinha na ponta-direita, Vini Jr. pela esquerda e Richarlison como centroavante; Neymar atuou como meia, por trás da linha ofensiva. Autor de dois gols, o atacante do Tottenham praticamente se garantiu no Mundial. Na quarta-feira, Tite soltou uma frase que costuma repetir sempre que perguntado sobre a convocação: "O campo fala".

Com o bom desempenho de Richarlison, o número de vagas teoricamente abertas diminui. "O Richarlison cheira a gol. Ele não quer saber, ele quer finalizar. Ele quer ir para o gol", disse Tite.

Os outros dois integrantes do ataque não marcaram contra Gana, mas criaram chances e foram importantes para construir o resultado já no primeiro tempo. Raphinha teve duas oportunidades claras, mas acabou falhando na definição. Já Vini Jr. foi muito aplaudido pelo público e mostrou-se à vontade no novo esquema tático testado pelo treinador. Ambos têm vaga certa no Qatar.

Richarlison manda beijinhos após marcar três gols na estreia do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio - REUTERS/Phil Noble - REUTERS/Phil Noble
Richarlison foi artilheiro das Olimpíadas de Tóquio pela seleção brasileira
Imagem: REUTERS/Phil Noble

No segundo tempo, Tite alterou as três peças do ataque, dando chances a Antony, Rodrygo e Matheus Cunha. Dos três, Antony é o mais consolidado como candidato à lista final. Rodrygo agrada à comissão técnica pela versatilidade de jogar nas três posições do setor e por conseguir render entrando ao longo do jogo, enquanto Cunha dá opção de jogo aéreo e também pode ser usado como meia em alguma variação tática.

Roberto Firmino durante treino da seleção brasileira em Le Havre, na França - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Roberto Firmino durante treino da seleção brasileira em Le Havre, na França
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Contra a Tunísia, a comissão técnica deve observar ainda Pedro e Roberto Firmino. Os dois não entraram em campo na sexta-feira e a tendência é que sejam testados no último amistoso antes da Copa. No entanto, o treinador já disse que avalia os atletas com base não apenas nos jogos. Para ele, os treinamentos, muitas vezes, são até mais importantes.

Além dos oito convocados para os amistosos — os três titulares contra Gana, os três reservas que entraram e os dois que não jogaram —, há ainda Gabriel Jesus, que começou a temporada em ótima forma pelo Arsenal. Embora não tenha sido chamado para esta Data Fifa, ele também é considerado nome certo. Gabriel Martinelli, também do Arsenal, corre por fora.

No cenário atual, tudo indica que Tite convocará oito atacantes para a Copa do Mundo. Neymar, Vini Jr., Raphinha, Antony e Rodrygo são nomes certos. Richarlison, depois atuação decisiva contra Gana, também garantiu uma vaga. Restariam dois lugares na lista, mas um deles está destinado a Gabriel Jesus.

Sendo assim, restaria apenas uma posição disponível, disputada por Matheus Cunha, Firmino, Pedro e Martinelli. Existe, também, a possibilidade de Tite convocar um meia a menos para chamar um atacante a mais. Esse contexto depende do sucesso do uso de atacantes como meias. Neymar passou no teste contra Gana, e Firmino e Cunha também foram observados no setor durante os treinos. Caso tenha atacantes que possam fazer a função, uma vaga a mais poderia ser aberta na frente.

Pedro, o favorito

Pedro faz reverência após marcar para o Flamengo diante do Corinthians - MARCELLO DIAS/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO - MARCELLO DIAS/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: MARCELLO DIAS/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

Sensação do futebol brasileiro na temporada, o atacante Pedro, do Flamengo, vive uma situação curiosa. Ele já foi convocado três vezes, mas só entrou em campo em uma partida, jogando 15 minutos contra a Venezuela, em 14 de novembro de 2020.

Mesmo com pouca experiência na equipe, o centroavante é o favorito à vaga remanescente porque tem características diferentes dos demais candidatos. Nos últimos meses, ele tem sido repetidamente elogiado por Tite, que vê no rubro-negro um perfil complementar ao de pontas rápidos como Vini, Antony e Raphinha.

A briga acirrada com Cunha e Firmino não impede que Pedro elogie a concorrência. Durante a semana em Le Havre, ele falou sobre os dois companheiros. "O Matheus Cunha tem uma movimentação muito boa no ataque, é um cara de muita qualidade. O Firmino tem uma característica diferente, de virar um meia armador, e tem muita técnica. É uma honra estar no meio de tantos talentos", disse.