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Neymar, Vini Jr: como craques brasileiros combatem o racismo na Europa

Vini Jr e Neymar comemoram gol marcado pela seleção brasileira contra o Chile - Lucas Figueiredo/CBF
Vini Jr e Neymar comemoram gol marcado pela seleção brasileira contra o Chile Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Do UOL, em Santos (SP)

18/09/2022 04h00

O caso de racismo contra o atacante Vinicius Jr reacendeu a luta antirracista nas redes sociais nos últimos dias. Neymar foi um entre diversas personalidades a se manifestar em apoio ao jogador do Real Madrid. A postura publicamente antirracista do camisa 10 da seleção brasileira vem se intensificando nos últimos tempos, sobretudo desde a popularização da campanha "vidas negras importam".

Após as ofensas racistas proferidas por Pedro Bravo, presidente da Associação de Agentes Espanhóis, contra Vini Jr — que mandavam o jogador "dançar no sambódromo do Brasil e parar de fazer macaquice" —, Neymar postou uma foto sua dançando ao lado do companheiro de seleção brasileira pedindo: "Baila Vini Jr".

O atacante do Real Madrid tem perfil mais calado e não costuma se manifestar publicamente, mas abriu uma exceção nesse caso para se posicionar de forma antirracista. Vini repostou a foto com Neymar, por exemplo, mas não parou por aí: em vídeo, fez uma forte declaração oficial direcionada, onde rebate o comentário ao afirmar "repito para você, racista, eu não vou parar de bailar".

"Fui vítima de xenofobia e racismo em uma só declaração. Começaram a criminalizar minhas danças, que não são minhas, são do Ronaldinho, do Neymar, do Paquetá, do Pogba, do Matheus Cunha, do Griezmann e do João Félix. Dos funkeiros e sambistas brasileiros. Dos cantores latinos de reggaeton e dos pretos americanos. São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar", disse Vini.

E não foram apenas Neymar e Vini dentre os jogadores brasileiros que fizeram questão de se manifestar na luta antirracista. O Rei Pelé e os companheiros de seleção Thiago Silva, Raphinha e Bruno Guimarães saíram publicamente em defesa de Vini.

As manifestações de jogadores brasileiros na luta antirracista tem se intensificado. Se um dia houve silêncio diante de casos de racismo, hoje a maioria dos atletas se manifesta publicamente. Neymar é um dos mais ativos no quesito, sobretudo nos últimos dois anos.

Em dezembro de 2020, o PSG, liderado por Neymar, se recusou a jogar a partida contra o Istanbul após um episódio de racismo do quarto árbitro da partida contra o auxiliar Pierre Webó. O duelo acabou adiado. Logo após o episódio, Neymar voltou defender a causa "Black Lives Matter" em suas redes.

Ali a evolução do ativismo do camisa 10 brasileiro ficou escancarada. Se em junho de 2020 a postagem foi uma mera fundo de um fundo preto, com adicional de sua tatuagem com a palavra "fé" e o logo das Olimpíadas do Rio 2016, desta vez a postagem já veio em forma de foto montagem especialmente preparada.

Entre as duas postagens de Neymar, um caso revoltou o brasileiro: quando Álvaro González, zagueiro do Olympique Marselha o teria chamado de "macaco". Já dentro de campo foi possível ver o atacante dizendo "racismo não" para o adversário. Depois, nas redes sociais, fez postagens criticando o VAR por não pegar as palavras do espanhol. A acusação acabou arquivada pela liga francesa por falta de evidências.