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Entre carinho e cobranças, Roger blinda jovens do Grêmio de olho no futuro

Roger Machado, técnico do Grêmio, trabalha no lançamento de jovens em meio a pressão - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Roger Machado, técnico do Grêmio, trabalha no lançamento de jovens em meio a pressão Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

25/06/2022 04h00

"Enquanto batem do lado de fora, tem que fazer carinho do lado de dentro". Assim, Roger Machado iniciou sua resposta sobre o processo de colocar os jovens no time do Grêmio. Na Série B claudicante e convivendo com a pressão de ter que voltar à elite do Brasileirão, o técnico do Tricolor trabalha entre elogios e cobranças para dar sequência na carreira dos iniciantes.

Na partida contra o CSA, na última quinta-feira (23), o treinador utilizou Bitello, Natã, Gabriel Grando, Emerson, Sarará, Varella, Elias, todos ainda meninos que iniciam suas carreiras logo em um momento repleto de dificuldades do clube.

"Enquanto batem do lado de fora, tem que fazer carinho do lado de dentro. Mas sem deixar de mostrar onde estão pecando. Eu chamei o Elias essa semana e disse: tenho duas notícias para você, uma boa e uma ruim. A ruim é que estás perdendo gols que não deveria perder. E a boa é que, mesmo perdendo, não ficas com medo de se colocar nessa condição, é sinal de coragem, de não se esconder atrás do erro. Vamos buscar aperfeiçoar. Vou seguir te colocando, porque você bate bem na bola, finaliza bem, mas muitas vezes precisa tomar a decisão mais acertada. Antigamente, o goleiro cara a cara com o atacante ia com o corpo mais fechado, hoje fazem quase como goleiro de handball", contou.

Roger ainda contou que o trabalho para aperfeiçoar o rendimento dos jovens precisa ser feito pelo treinador, entendendo a cobrança que vem de fora, sabendo o momento de expor o jogador ao confronto e também a hora de elogiar internamente.

"Esse trabalho eu tenho que fazer, de conversar ao pé do ouvido. O torcedor não tem o dever de entender, ele quer que o escolhido faça o trabalho, se não fizer, vai querer outro. Mas o treinador tem responsabilidade sobre a carreira dos jogadores. Não passo a mão na cabeça sempre, tem o puxão de orelha também. Mas se lá fora vão batendo, aqui dentro tem carinho. Senão não vamos conseguir recuperar os jogadores", contou o treinador.

Esse processo de cobrança e elogios foi feito com diversos jogadores. Na passagem anterior pelo reservado tricolor, por exemplo, Roger trabalhou nos primeiros momentos de titularidade de Everton Cebolinha e, da mesma forma, percebeu certa demora para que ele se acostumasse com o protagonismo.

Na ocasião, entre conversas particulares e trechos tornados públicos, ele passou ao jogador, que recentemente foi anunciado pelo Flamengo, a responsabilidade de ser a principal arma do time nos anos que seguiram.

O Tricolor volta a campo na terça-feira, quando recebe o Londrina, na Arena.

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