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Times explicam falta de assinatura da Libra e pedem mais debates

Grupo acredita que documento divulgado hoje "apresenta regras de distribuição de receitas que pouco reduzem a atual disparidade de divisão" - iStock
Grupo acredita que documento divulgado hoje "apresenta regras de distribuição de receitas que pouco reduzem a atual disparidade de divisão" Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

03/05/2022 22h59

Depois de oito times das Séries A e B do Campeonato Brasileiro assinarem o documento Libra (nome que tem sido dado ao possível acordo para uma nova liga do futebol brasileiro), outros 14 clubes — todos da elite nacional — emitiram uma nota, em conjunto, para justificar a ausência de apoio no encontro ocorrido hoje.

América-MG, Atlético-MG, Athletico, Atlético-GO, Avaí, Botafogo, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional e Juventude começaram o texto afirmando que "estão absolutamente cientes" sobre a formalização da entidade.

Apesar disto, eles acreditam que "as condições apresentadas para a incorporação das agremiações à liga ainda não permitem exatamente o cumprimento do objetivo principal, que é a busca de uma equanimidade entre os clubes".

Para o grupo, o documento elaborado hoje "apresenta regras de distribuição de receitas que pouco reduzem a atual disparidade de divisão".

No comunicado, os doze clubes ainda abordam que há "outros pontos a serem debatidos" antes de qualquer assinatura em relação à Libra. Por fim, eles não descartaram um acordo no futuro desde que avanços aconteçam.

Na tarde de hoje, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino e Flamengo se uniram em prol da Libra e ainda conseguiram o apoio de Ponte Preta e Cruzeiro, ambos estão na Série B.

No estatuto deste grupo de oito equipes, está prevista a eleição de um Conselho quando houver 12 participantes. Se esse número não for atingido em até oito meses, a reunião servirá apenas para discussão econômica.

Leia a íntegra da nota:

Os clubes signatários receberam, na última sexta-feira, a convocação para a reunião realizada nesta terça-feira (03/05/2022) em São Paulo, com o objetivo de discutir os termos da criação da Liga de futebol profissional brasileira.

Os clubes prontamente se dispuseram a comparecer ao encontro, a despeito da convocação emergencial, demonstrando, com isso, que estão absolutamente cientes e engajados na formalização da entidade, com ampla adesão das Séries A e B.

Entre as muitas razões para a formação da liga está a premente necessidade de se elevar o nível de qualidade do futebol brasileiro, resgatando seu protagonismo no cenário mundial. O caminho para alcançar este objetivo é, sim, a construção de um campeonato forte, com clubes revitalizados e um padrão de equanimidade nas condições de disputa.

A ideia da liga tem o mérito de prever maiores receitas para os clubes, que poderiam conviver em um ambiente mais equilibrado financeiramente. Porém, as condições apresentadas para a incorporação das agremiações à Liga ainda não permitem exatamente o cumprimento do objetivo principal, que é a busca de uma equanimidade entre os clubes.

O documento apresentado e por ora assinado apenas por alguns Clubes apresenta regras de distribuição de receitas que pouco reduzem a atual disparidade de divisão de receitas. Há sim ali uma redução da diferença, mas ainda aquém do ideal, o que pode ser facilmente atingido por meio do diálogo.

Entre as várias questões a serem discutidas, os aspectos principais são o percentual previamente definido para a distribuição de receita igualitária, o limite a ser estabelecido como diferença de receita entre o primeiro e o último clube da competição. Há, ainda, outros pontos a serem debatidos, sobretudo no que tange ao critério de engajamento, mas que podem ser objeto de aprofundamento após o efetivo ingresso dos Clubes signatários na Liga.

Os clubes signatários desta carta se dispõem a assinar a formação da Liga tão logo seja possível uma análise aprofundada sobre os critérios mencionados, além de outros, de menor impacto e que podem ser analisados no momento oportuno, mas igualmente importantes, razão pela qual confiam que, até a próxima reunião, com possíveis avanços no entendimento de solucionar tais pontos, será possível chegarmos a uma adesão de Clubes em maior número e, com isso, a formalização da Liga - com muita força e unidade.