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OPINIÃO

Racismo na Libertadores: É um absurdo a Conmebol ficar quieta, diz Lavieri

Do UOL, em São Paulo

28/04/2022 12h10

No jogo entre Corinthians e Boca Juniors, um torcedor do clube argentino foi detido após imitar um macaco nas arquibancadas da Neo Química Arena, mas acabou solto com o pagamento de uma fiança de R$ 3 mil. Em Guayaquil, no Equador, foi a vez de um torcedor local chamar os palmeirenses de macacos. Na rodada anterior, um torcedor do River Plate jogou uma banana para os torcedores do Fortaleza no Monumental de Núñez, levando suspensão de 6 meses do clube.

O UOL News Esporte debate a forma como a Conmebol, que organiza a Libertadores, lidou com os casos, mantendo o silêncio e sem medidas para coibir atos de racismo na principal competição de futebol do continente. Danilo Lavieri critica a demora em tomar alguma providência, sugerindo que o clube deveria ter punição como o impedimento da presença de seus torcedores no jogo seguinte em episódios como os recentes.

"Já está demorando para a Conmebol tomar alguma providência. Eu fico na dúvida se tirar ponto e tal, uma coisa que é simples, vai impactar bastante e a Conmebol pode fazer é, caso de racismo, o próximo jogo sem torcida. Tranquilo, não tira ponto, não prejudica diretamente o time, porque a gente às vezes tem que pensar como vai ser essa punição pela atitude de um indivíduo, mas a partir do momento em que você põe ali próximo jogo sem torcida", diz Lavieri.

"No jogo seguinte o torcedor do lado fiscaliza o cara, como acontece no Brasil quando alguém joga copo e pilha, a gente vê a primeira coisa que acontece é todo mundo do lado apontando 'foi esse aqui' para tentar não perder o mando. Quem sabe se a Conmebol sair dessa calmaria, fingir que não está acontecendo nada, ontem eu li uma reportagem da Folha, que questionou a Conmebol sobre esses casos, seria ter alguma coisa, e a Conmebol simplesmente não respondeu. É um absurdo do absurdo a Conmebol simplesmente ficar quieta", completa.

Renato Maurício Prado também opina que na toada atual não basta a punição ao indivíduo, mas também esportiva ao clube para que se possa coibir realmente o racismo nos jogos de futebol.

"Isso aí só vai acabar o dia em que a punição for muito maior do que isso que nós estamos falando, o dia em que acontecer o seguinte, caso de racismo na torcida, o time perde os pontos ou é suspenso na competição, tem que começar a haver uma coisa mais forte porque acontece toda hora, é toda hora isso", diz Renato.

"Tem que haver punição esportiva, não basta pegar o cara e suspender, suspende de não sei quantos jogos ou o clube vai lá e tira o cara do quadro social se ele for sócio, tem que ir além disso, tem que haver uma coisa de que 'se fizer, eu vou fazer o meu time perder pontos, ser suspenso, ser eliminado da competição'. Enquanto não houver uma coisa radical como essa, vai ter sempre um idiota desses", conclui.