Juca Kfouri

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Reportagem

A festa de Natal foi injustamente corintiana

O palco estava belíssimo na Arena das Dunas, em Natal, de gramado impecável e arquibancadas com 26 mil torcedores e encarnadas para torcer pelo América, da Série D nacional.

A parte alvinegra ficou atrás de um dos gols.

Era o 11º encontro de americanos e corinthianos, sete vitórias alvinegras, dois empates e uma vitória potiguar, exatamente no ultimo jogo, em 2008, pela Série B.

Pois eis que o América começou o jogo com o ímpeto de quem queria fazer bonito e logo de cara fez Carlos Miguel operar grande defesa.

Não satisfeito, com o Corinthians acuado, Ytalo chutou de fora da área, a bola desviou em Norberto e traiu o goleiro alvinegro: 1 a 0, aos 13 minutos.

O primeiro milho é dos pintinhos, pensou o corintiano.

O time pôs a bola no chão, começou a apertar os anfitriões, Félix Torres cabeceou na trave e, aos 29, o menino Wesley pedalou, foi à linha de fundo e passou com açúcar para o garoto Bidon empatar: 1 a 1.

Por mais dez minutos só deu Corinthians e o América pareceu impotente, cansado como se não desse mais conta de jogar de igual para igual, D contra A.

Ledo engano.

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Nos últimos minutos o América exigiu nada menos que três grandes defesas de Carlos Miguel, Alan Ferreira mandou uma bola no travessão e viu, no rebote, o goleiro fazer milagre.

Resumo do primeiro tempo, ou placar moral: 2 a 1 para o América.

Que começou o segundo tempo tão impetuoso como havia terminado os 45 minutos iniciais.

Se o América é isso tudo, ou o Corinthians é que não é isso nada, a discussão fica para depois. Importa que o jogo estava bom de se ver.

Fato é que o Corinthians voltou mais cauteloso, como cachorro mordido de cobra que tem medo de salsicha e, logo aos 6 minutos, levou outra bola na trave, chutada por Wenderson.

Aumentava o placar moral.

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O grandalhão Pedro Raul foi chamado para substituir Romero e o doce Fagner substituiu Mosquito, aos 15.

Paulinho quase virou aos 16 e Cacá virou aos 17, de cabeça, em cobrança de escanteio por Bidu: 2 a 1, porque justiça e futebol não foram feitos um para o outro.

OK, você dirá que Carlos Miguel é pago para defender, mas, admita, jamais passou por sua cabeça que ele seria o melhor em campo contra o América.

Restava saber se um time de Série D, embora há 16 jogos invicto, teria preparo físico para buscar o empate contra a supostamente refinada preparação corintiana.

A resposta veio com Alan Ferreira (1,85m), aos 22, ao ganhar no alto de Pedro Raul (1,93m) em cruzamento de Souza na cobrança de falta: 2 a 2. O malvado do VAR anulou porque o zagueiro do Mecão estava impedido.

Fausto Vera e Giovane nos lugares de Ranielli e Wesley, aos 32.

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A boa notícia para os corintianos foi ver Paulinho suportar o jogo quase inteiro e jogar bem, trocado por Biro, aos 43, ovacionado pelos fiéis no estádio.

A má são os dois Matheus, o Bidu e o zinho. Francamente!

Tudo somado e subtraído o corintiano tem motivo para dormir feliz, quase nas oitavas de final da Copa do Brasil, mas certo de que não haverá vida fácil em Itaquera no jogo de volta, porque, você sabe, você vê, não tem mais bobo no futebol.

O futebol do Mecão não justifica estar na Série D.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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