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'Soltaram os bichos!': como Gre-Nal uniu Grêmio para o título e Série B

Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

05/04/2022 04h00

"Soltaram os bichos", gritou Lucas Silva ao final da invasão do elenco do Grêmio à entrevista coletiva de Roger Machado, no último sábado (2), depois da conquista do Campeonato Gaúcho. A frase solta naquele contexto revelou uma brincadeira que brotou no vestiário gremista na reta final do Estadual e se tornou uma espécie de mantra para o resto do ano. A expressão virou um grito de guerra e surgiu como forma de mobilizar o elenco.

O título do Gauchão caiu como uma dose de esperança no dia a dia do Grêmio, às vésperas do início da Série B do Campeonato Brasileiro.

A festa gremista teve um quê de desabafo, mas também de alento. Mas dias antes, o vestiário do estádio Beira-Rio foi palco de uma inspiração para o resto do ano.

"Depois do clássico Gre-Nal de 3 a 0, a gente estava conversando e sempre ouço o ambiente. Tento construir o elemento motivacional que vou usar. Evito, do fundo do coração, usar a crítica como elemento motivacional. Não gosto. Não gosto. Temos que ter motivação interna. Não tenho que me motivar pela crítica, pela vaia. Mas fico buscando o ambiente. E estava falando com o Diego [Cerri, executivo de futebol] e ele: 'e aí, encontrou alguma coisa'. E falei: 'pensei no clássico' e ele falou 'às vezes eles pareciam uns bichos, o Tonhão concentrado, o Pedro [Geromel] como se estivesse na caça, e aí surgiu essa coisa de abrir o vestiário e soltar os bichos'", comentou Roger Machado.

A atuação do Grêmio no primeiro Gre-Nal da semifinal do Gauchão se tornou exemplo no CT Presidente Luiz Carvalho muito antes da revelação sobre a frase motivacional. Aquele clássico marcou a virada de chave do time e encaminhou a vaga à final.

O esquema tático, e atuações individuais de Villasanti, Bitello e Elias Manoel, transformaram o ambiente. Agora, se sabe também do impacto anímico daquele jogo.

A ideia é levar o espírito dos dois jogos contra o Inter para a maioria das rodadas da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O discurso interno é de que o Grêmio vai precisar de muito empenho e concentração para se dar bem contra adversários fechados e adversidades da competição. Roger Machado, o restante da comissão técnica e também a diretoria ainda devem promover mudanças no elenco. Quem sair, vai levar a frase como herança. Quem chegar, vai ouvir logo o novo mantra. Essa é a aposta gremista: manter a mensagem e a pegada.

O Grêmio estreia na Série B contra a Ponte Preta, em Campinas, no sábado (9).

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