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OPINIÃO

Mauro Cezar: Com necessidade, Abel Ferreira mostrou repertório que se cobra

Do UOL, em São Paulo

04/04/2022 16h21

O Palmeiras foi campeão paulista ao golear o São Paulo por 4 a 0 no Allianz Parque em um jogo no qual precisava fazer ao menos dois gols para levar a disputa para os pênaltis, mas buscou a diferença ainda no primeiro tempo e seguiu atacando e demonstrando repertório ofensivo. Para Mauro Cezar Pereira, seria um teste para o técnico Abel Ferreira e ele se saiu muito bem, mas que o jogo foi uma exceção.

No podcast Posse de Bola #216, Mauro Cezar afirma que o treinador português demonstrou que pode demonstrar o repertório que é cobrado e que a questão é se o Palmeiras jogará como fez diante do São Paulo em jogos sem a necessidade de buscar uma margem de gols, como foi no jogo de ontem (3).

"Esse jogo foi a exceção, a exceção que há muito tempo a gente meio que reivindica, que o Abel Ferreira, como jovem treinador e que já mostrou que sabe montar times que se defendem bem, que jogam bem no erro do adversário, precisa incorporar outros elementos ao seu jogo e pressionado pelo resultado o fato é que ele o fez. Era um grande desafio para ele, eu falei na semana passada, e ele passou com sobras, com nota 10", diz o jornalista.

"O Palmeiras desta vez teve mais a bola, finalizou mais, encurralou o adversário, fez um gol e pela necessidade continuou buscando mais gols. Mas se não fosse a necessidade, o faria? Não sei, espero que pelo bem do futebol e até pelo bem do próprio Palmeiras que mais vezes faça isso independentemente de depender ou não de mais gols para chegar a um determinado objetivo. Ou seja, ao contrário do jogo do Morumbi, contra o mesmo São Paulo, quando fez 1 a 0, recuou e tomou pressão, faça um gol e busque outro e busque um terceiro", completa.

Mauro Cezar afirma que para o próprio torcedor palmeirense a sensação de vencer um jogo como foi na final diante do São Paulo no Paulistão é muito melhor do que fazer um gol e ficar se defendendo, esperando por uma ou outra oportunidade de contra-atacar.

"O Abel Ferreira mostrou um pouco mais daquilo que a gente fala há muito tempo que faltava a ele, repertório, que ele pode e deve incorporar ao seu perfil como treinador. Ele conseguiu incorporar e pode fazer isso mais vezes obviamente, não é uma questão de ser o Palmeiras ou o Abel, é o futebol praticado no Brasil, que já está repleto de técnicos que jogam no erro do adversário, só se defendendo e ele mostra que pode fazer mais, que faça mais vezes, mesmo quando o regulamento e as circunstâncias não obriguem a busca por mais gols", diz Mauro.

"É muito melhor você fazer 1 a 0, tentar o segundo e fazer o segundo do que ficar se defendendo e tomando pressão, é evidente, até para o torcedor do Palmeiras, que certamente ao saborear a marcha da contagem nessa final com o São Paulo se mais vezes isso acontecer em jogos do Palmeiras pelo Brasileiro, pela Libertadores, ele vai ficar mais feliz porque é muito mais legal ganhar de 2 a 0, de 3 a 0, ir para cima do adversário do que fazer um gol e se defender, ficar ali sofrendo", conclui.

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