Juca: Corinthians fez doping financeiro para contratar. Uma hora explode

O Corinthians contou com a ajuda de um patrocinador, a Taunsa, para contratar nomes como Paulinho, mas o blog do Perrone no UOL revelou que houve atraso no repasse da empresa para o clube, que precisou arcar com o valor do salário do meio-campista.

No podcast Posse de Bola #212, Juca Kfouri critica a ligação do Corinthians com a empresa, tendo como base uma questão ideológica do clube que teve a Democracia Corinthiana nos anos 1980, além de ressaltar que a forma de contratar do Timão é o que se chama de doping financeiro, o que em algum momento apresentará a conta.

"O clube da Democracia Corinthiana dos anos 1980 foi buscar um patrocinador que é um dos maiores produtores de veneno, de agrotóxico do mundo ou do Brasil. Alguém dirá que dinheiro não tem cor e nem cheiro. Para mim, tem. É um dinheiro que o Corinthians, com sua história política, deveria dizer 'não'. Pior, o dono da empresa não é exatamente alguém de quem se fala muito bem no mercado e parece que não demorou muito para ver que os compromissos dele são muito mais marquetológicos do que para serem cumpridos", diz Juca.

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"É aquilo que o treinador do Palmeiras, o português Abel Ferreira, na entrevista coletiva anterior a essa da partida contra o Bragantino chamou a atenção ao falar não apenas do calendário e da necessidade de punir torcedores violentos que agridam jogadores, falou do fair play financeiro. Era óbvio sobre quem ele estava falando pelo menos no ambiente paulista. O Corinthians está obviamente fazendo o chamado doping financeiro porque não tem dinheiro para fazer as contratações que fez, Isso mais cedo ou mais tarde explode", completa.

O jornalista cita um movimento interno no Corinthians que começa a considerar a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) como algo que pode ser positivo para o torcedor, enquanto não vê saída financeira para o clube de outra forma com o tamanho atual da dívida.

"A boa notícia para o corintiano é que começa a haver uma compreensão da necessidade de o Corinthians pensar na SAF nos bastidores do Parque São Jorge. Embora oficialmente a posição do clube seja contra, porque o 'Corinthians não precisa' e 'o Corinthians não pode ter donos', há uma ideia de que a SAF do Corinthians seja feita por abertura de capital na bolsa de valores de maneira tal a permitir que o torcedor se torne sócio da Sociedade Anônima e o Corinthians mantenha a maioria das ações para a gestão", explica.

"O Corinthians acha uma engenharia financeira inovadora ou o Corinthians vai viver nessa situação de más notícias semanais no que diz respeito às suas dívidas, que são impagáveis e que não vai ter nenhum patrocinador que vai cair do céu e vá resolver o problema", conclui.

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