Diretoria desvaloriza camisa 10 do Flamengo ao usá-la em punição a Gabigol
![Gabigol, do Flamengo, em ação no jogo contra o Corinthians, pelo Brasileirão Gabigol, do Flamengo, em ação no jogo contra o Corinthians, pelo Brasileirão](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/c0/2024/05/17/gabigol-do-flamengo-em-acao-no-jogo-contra-o-corinthians-pelo-brasileirao-1715988380646_v2_450x450.jpg)
Ao tirar a camisa 10 de Gabigol como punição, a diretoria do Flamengo desvaloriza a peça eternizada por Zico.
Ela é uma das mais especiais do futebol mundial. Deve ser associada à habilidade, liderança e respeito ao Fla. Não merece virar instrumento de punição.
A foto "vazada" de Gabi com uma camisa do Corinthians contraria valores que quem usa o número glorificado por Zico deve representar. Porém, tomá-la do jogador como parte da punição aplicada é reduzi-la a uma ferramenta de castigo.
A direção rubro-negra tem todo o direito de punir Gabigol pelo episódio, desde que respeite o contrato do jogador e as leis trabalhistas.
Não há como proibir um atleta de vestir a camisa de um rival na intimidade de seu lar. O problema nesse episódio foi a circulação da foto do atacante vestindo a camisa do Timão. Para piorar, o Alvinegro tentou sua contratação no começo do ano.
Gabigol não explicou como a foto foi tirada e chegou às redes sociais. São elementos importantes para entender a situação. Aparentemente, no mínimo, o jogador poderia ser mais cuidadoso. A multa determinada pelos dirigentes não parece injusta.
No entanto, por mais que o atleta tenha errado, a diretoria não tratou a 10 com a devida liturgia. Os dirigentes agiram como pais que entendem ser uma boa opção proibir os filhos de usarem determinado brinquedo depois de aprontaram.
Além disso, a perda do número é parcial. Na Libertadores, Gabigol não poderá trocar sua numeração.
Ser o craque do time é um requisito básico para um jogador vestir a 10 do Flamengo. Hoje, Gabi não ostenta esse status. Mas, marcas sagradas de um clube devem ser tratadas de forma discreta em momentos críticos.
Esperar o fim do ano para "deserdar" Gabigol seria o protocolo mais adequado para manter a 10 longe do risco de vulgarização.
Usá-la para ferir quem a diretoria e ao menos boa parte da torcida entendem que se comportou mal é deturpar os princípios que ela representa.
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