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Erros se repetem, e Santos volta a ser ameaçado de queda no Paulistão

Andres Rueda, presidente do Santos, na Vila Belmiro - PEDRO ERNESTO GUERRA AZEVEDO
Andres Rueda, presidente do Santos, na Vila Belmiro Imagem: PEDRO ERNESTO GUERRA AZEVEDO

Lucas Musetti Perazolli

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

17/03/2022 04h00

O Santos vive novo risco de rebaixamento em 2022. Depois de lutar contra a queda no Campeonato Paulista e no Brasileirão de 2021, o Peixe está ameaçado novamente nesta edição do Estadual. Ontem (16) à noite, o time empatou por 3 a 3 com a Ferroviária, em Araraquara,

O Alvinegro praiano chega à última rodada com risco de cair para a Série A2. Para evitar a queda sem depender de outros resultados, o clube precisa empatar com o Água Santa, sábado (19), na Vila Belmiro. Se vencer e o Santo André não derrotar a Inter de Limeira, no Bruno José Daniel, a equipe comandada por Fabián Bustos se classificará às quartas de final.

Independentemente dos resultados do fim de semana, a realidade é diferente da expectativa para esse início de temporada, principalmente pelo susto com o risco concreto de rebaixamento no ano passado. O Santos tem duas vitórias, cinco empates e quatro derrotas, com 13 gols a favor e 17 sofridos.

Em novembro, logo depois do sorteio dos grupos do Paulistão, o presidente Andres Rueda prometeu um time competitivo na briga pelo título. "O Santos entra em todo campeonato para disputar o título. Às vezes consegue, às vezes não, mas com certeza em 2022 vamos brigar por mais um título paulista", disse à TNT.

"Não tem grupo da morte. Todos os grupos são difíceis. Cabe ao clube transformar as dificuldades em algo mais fácil, mais simples", completou.

Na prática, o Santos não parece candidato ao troféu. E o "grupo da morte" se mostrou de fato difícil. O Red Bull Bragantino, classificado, tem 19 pontos. O Santo André, com 12, está um à frente do Peixe. A Ponte Preta somou apenas oito.

Problemas no elenco

Em 2021, o Santos tinha o técnico Ariel Holan. O argentino optou por usar vários garotos da base no Campeonato Paulista. Os Meninos da Vila tiveram dificuldades, os mais experientes precisaram jogar partidas consecutivas e o alívio só chegou na última rodada, sem rebaixamento e também sem vaga nas quartas de final. O argentino pediu para sair, e o auxiliar Marcelo Fernandes assumiu o Peixe nos últimos jogos.

Já com Fernando Diniz, o Santos prometeu reforços para ser competitivo no Campeonato Brasileiro. As contratações não surtiram efeito, e o Peixe brigou contra o rebaixamento até o fim. O Alvinegro da Vila Belmiro terminou a competição com outro técnico (Fabio Carille) e mudou a diretoria de futebol (saíram André Mazzuco e Jorge Andrade e chegou Edu Dracena).

No balanço ao final da temporada, o Santos admitiu os erros no planejamento e projetou novidades no elenco para o Paulistão. Só que, mais uma vez, as contratações demoram a chegar.

O Peixe treinou na pré-temporada com Fabio Carille e com poucos reforços (Eduardo Bauermann, Bruno Oliveira e Ricardo Goulart). Auro chegou durante a competição, logo depois de Carille sair. E Maicon foi anunciado, mas só pode atuar se o Santos avançar às quartas de final.

Fabián Bustos chegou com o carro andando e tenta evitar o vexame. O argentino perdeu para o Palmeiras e empatou com a Ferroviária, além da classificação dramática na Copa do Brasil, diante do Fluminense-PI.

Para Bustos, o Santos promete reforços novamente, em cenário semelhante ao de 2021. O Peixe negocia com nomes importantes no futebol sul-americano, como o meio-campista Agustín Almendra (Boca Juniors-ARG) e o lateral-direito Byron Castillo (Barcelona-EQU).

"Diretoria está trabalhando muito para conseguir reforços, para termos um elenco melhor. Não posso dizer um número [de reforços], não seria justo. Presidente, conselho [Comitê de Gestão] e diretoria estão tentando de todas as formas conseguir alguns jogadores para competirmos melhor. Nós sabíamos das condições quando chegamos, sabíamos do esforço que eles fariam também. Estamos alinhados e focados. Não depende do número, depende da chegada de jogadores de fato importantes", disse Bustos.

"É a tarefa de uma comissão técnica colocar todos na melhor forma possível. A diretoria pode conseguir reforços e vamos analisar o elenco novamente. Enquanto isso, trabalharemos com quem temos e vamos potencializá-los. Léo Baptistão fez três ou quatro treinos muito bons, por isso entrou e hoje fez o gol. Não foi o salvador, a equipe foi até o fim, criou, tentou, e considero que Léo entrou bem. Jobson precisa trabalhar, se esforçar e competir palmo a palmo com seus companheiros. Quem estiver melhor vai jogar", completou.

Responsabilidade para os meninos

A torcida do Santos costuma afirmar que "a base salva". No Peixe, a utilização dos Meninos da Vila não é uma opção. Com as deficiências no elenco, os jovens têm atuado cada vez mais.

No empate diante da Ferroviária, o Santos iniciou a partida com cinco atletas oriundos da base: João Paulo, Kaiky, Lucas Pires, Lucas Barbosa e Marcos Leonardo. No segundo tempo, entraram outros três: Sandry, Ângelo e Rwan.

Mesmo nesse cenário difícil e cheio de jovens, Fabián Bustos vê o elenco forte psicologicamente.

"Equipe tinha déficit enorme. A cada gol, caia emocionalmente e era difícil levantar. Trabalhamos essa parte, melhoramos e continuaremos trabalhando. Empatamos com um a menos com o Fluminense-PI e fizemos gol legítimo anulado. Com o Palmeiras tivemos uma expulsão, adversidade grande, e disputamos até o último minuto. Tivemos chance de empatar nos últimos minutos. E hoje de novo com adversidade, errando muitos gols, gerando e merecendo ganhar, mas fazem o terceiro em pênalti num erro pontual e logo buscamos o gol. Ou seja, psicologicamente o time está forte contra situações negativas. Segue brigando sempre. E hoje mereceu ganhar, não nos rendemos até o último minuto", avaliou o treinador argentino.

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