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Caso Robinho: advogado da vítima pedirá reabertura do caso contra os amigos

O jogador Robinho foi condenado a nove anos de prisão na Itália por estupro - Ettore Chiereguini/AGIF
O jogador Robinho foi condenado a nove anos de prisão na Itália por estupro Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Janaina Cesar

Para o UOL, de Roma

13/03/2022 04h00

Robinho e seu amigo Ricardo Falco foram definitivamente condenados pela Justiça italiana a nove anos de prisão por terem estuprado, em 2013, uma jovem albanesa numa boate de Milão (ITA). Mas eles não estavam sozinhos, outros quatro brasileiros, também amigos do jogador, teriam participado da violência sexual de grupo. O quarteto, porém, não foi julgado, mas o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou ao UOL que pretende reverter esta situação.

Os nomes dos outros quatro envolvidos, apesar de não divulgados publicamente, constam nos documentos da investigação policial e na denúncia oferecida pelo procurador da primeira instância, Stefano Ammendola. Mas como no decorrer das investigações eles já haviam deixado a Itália, não foram encontrados pela Justiça para serem notificados sobre a conclusão da investigação, por isso, na audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016, o juiz decidiu separar os casos.

O processo contra Robinho e Falco terminou com a condenação de ambos. Já o caso dos outros quatro amigos do jogador está suspenso até o momento. Gnocchi pretende que seja reaberto.

Gnocchi explicou que, judicialmente, eles devem ser informados de que o inquérito está concluído e que haverá audiência preliminar. "Vamos solicitar às autoridades italianas que os encontrem e notifiquem e esperamos, assim, prosseguir com o processo. Eles têm a presunção da inocência assegurada, será a Justiça a determinar se esses senhores, que estavam juntos com os dois condenados em via definitiva, são culpados ou não", disse o advogado.

Segundo Gnocchi, provavelmente, os brasileiros ainda não foram notificados por questões burocráticas (devido a estarem em um país estrangeiro) que se agravaram com os dois anos de pandemia. "A esta altura do campeonato, as autoridades italianas precisam tomar providências e pedir às autoridades brasileiras auxílio, o que é previsto no acordo de cooperação internacional entre os dois países", declarou.

Francesca Vitale, juíza que presidiu o julgamento em segunda instância, na sentença que confirmou a condenação de Robinho e Falco, escreveu: "A vítima foi humilhada e usada pelo jogador e seus amigos para satisfazer seus instintos sexuais. O fato é extremamente grave pela modalidade, número de pessoas envolvidas e o particular desprezo manifestado no confronto da vítima, que foi brutalmente humilhada e usada para o próprio prazer pessoal".

Robinho e Falco foram considerados culpados pela primeira vez em 2017. O julgamento em segunda instância, em 2020, na Corte de Apelação, confirmou a primeira decisão. O mesmo aconteceu na última instância, a Corte de Cassação, em janeiro deste ano. Robinho nega a acusação.