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OPINIÃO

Alicia: Tese de o Palmeiras não ter repertório ficou difícil de defender

Do UOL, em São Paulo

03/03/2022 13h06

O Palmeiras teve no Athletico-PR um adversário jogando fechado e precisou jogar controlando a posse de bola e dominando as ações ofensivas para conquistar o título da Recopa Sul-Americana, o que contrastou com a forma de atuar em diversos jogos das últimas duas temporadas sob o comando de Abel Ferreira, com menos posse de bola, uma defesa sólida e primando pelos contra-ataques em velocidade.

No UOL News Esporte, Alícia Klein afirma que ficou difícil defender a tese de que o Palmeiras comandado pelo treinador português não tem repertório, ressaltando que ele já armou sua equipe de diferentes formas, ainda que a característica que se destaque seja justamente na exploração das jogadas em velocidade após a retomada de bola.

"Aquela conversa sobre o Palmeiras não ter repertório, o Palmeiras é um time de um jogo só, eu acho que ela vai ficando cada vez mais difícil de defender porque o Palmeiras tem um estilo de jogar, praticamente todo treinador tem um esquema tático que ele prefere, mas o Palmeiras varia a sua maneira de jogar, as suas escolhas, a sua escalação dependendo do adversário que ele enfrenta e isso ficou muito claro até no próprio confronto com o Athletico-PR", diz Alicia.

"No jogo de ida e agora no jogo de volta, o Palmeiras jogou de maneira muito diferente porque o Athletico-PR estava um pouco diferente e o Palmeiras se adaptou, foi um Palmeiras muito mais ofensivo do que o que a gente costuma ver e isso apareceu com muita pressão no primeiro tempo, embora sem chutes ao gol, e depois uma pressão ainda mais forte e mais efetiva no segundo tempo", completa.

A jornalista considera que ainda se tira o mérito de Abel Ferreira em algumas circunstâncias, quando ele consegue fazer com que seu time vença mesmo sem contar com um jogador decisivo como referência, como Hulk no Atlético-MG e Gabigol no Flamengo.

"Essa questão do bonito de ver jogar. O que as pessoas tiram um pouco do mérito do Abel, eu vejo até como um dos pontos positivos dele porque se a gente olhar esse elenco do Palmeiras, ele tem alguns jogadores de muito talento, tem uma defesa incrível, tem o Weverton, tem o Gustavo Gomez, tem o Dudu e o Raphael Veiga, que são talentosíssimos, o Danilo, que é um jogadorzaço, mas não tem o 9 que a torcida do Palmeiras mais do que nunca chorou ontem", diz Alicia.

"Não tem um Gabigol, não tem um Hulk, não tem um jogador desse peso e ainda assim, conseguiu eliminar Atlético-MG, conseguiu ganhar do Flamengo na final da Libertadores. Com o que ele tem na mão, o Abel faz o que precisa fazer, que é vencer. Fica mais difícil nos pontos corridos, isso ficou claro nos últimos dois Brasileiros, mas para mata-mata ele consegue ter eficácia e no final das contas é isso o que vale, é título. No final das contas o que vale é quem levantou a taça e isso o Abel tem feito com bastante frequência", conclui.