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Galo sofre pressão para bater meta de vendas após investimento de mecenas

Rodrigo Caetano é o diretor de futebol do Atlético-MG desde janeiro de 2021 - Pedro Souza/Atlético-MG
Rodrigo Caetano é o diretor de futebol do Atlético-MG desde janeiro de 2021 Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para UOL, em Belo Horizonte (MG)

17/02/2022 04h00

O orçamento do Atlético-MG para 2021 previa o faturamento de R$ 120 milhões em negociações de jogadores, fosse com empréstimos ou vendas. Mas o clube não atingiu a meta. Na verdae, ficou longe disso ao terminar a temporada com faturamento de aproximadamente R$ 60 milhões com transferências. Porém, como o time teve muito sucesso em campo, com títulos nacionais e grande campanha na Libertadores, o "rombo" de R$ 60 milhões foi facilmente coberto por premiações, cota de televisão e bilheteria.

Para 2022 a estimativa de arrecadação com transferências subiu para R$ 140 milhões. O Atlético precisa atingir ou até mesmo superar o valor estabelecido pelo orçamento elabora pela diretoria executiva. O que só aumenta a pressão para que o diretor de futebol do Galo, Rodrigo Caetano, consiga fazer outras boas vendas. Desde o ano passado o dirigente é bastante cobrado para elevar o faturamento do clube com vendas de atletas, em função da situação financeira do clube.

Essa cobrança será ainda maior em 2022, e a explicação está no planejamento financeiro do clube. Se nas duas temporadas anteriores o Atlético recebeu empréstimos para contratar e até mesmo pagar salários, neste ano não há previsão de financiamento por parte dos mecenas. Com orçamento acima de R$ 471 milhões, que pode até mesmo passar de R$ 800 milhões em caso de venda de um shopping na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o Galo não vai pegar dinheiro emprestado em 2022.

Os 4 Rs do Atlético-MG - Pedro Souza/Atlético-MG - Pedro Souza/Atlético-MG
Os quatro mecenas do Atlético-MG: Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães
Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Não é segredo para ninguém que o Galo só chegou à condição de atual de campeão nacional e dono de um dos três melhores elencos do país por receber aporte financeiro de torcedores bilionários. Foram pouco mais de R$ 400 milhões injetados no clube, que devem ser quitados de acordo com a venda de atletas. O dinheiro começou a ser depositado no começo de 2020 e financiou a contratação de grandes jogadores, além de ter acabado com dívidas na Fifa.

Ao mesmo tempo que não vai recorrer novamente ao mecenato de Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães, o Atlético pretende elevar o gasto com o futebol. A previsão é gastar R$ 76 milhões a mais do que em 2021. Motivo pelo qual a pressão para Rodrigo Caetano realizar mais vendas está maior. É preciso colocar recursos dentro do clube para bancar o time campeão brasileiro.

Nas primeiras semanas do ano, o Atlético já levantou quase R$ 60 milhões em negociações de atletas. Contam aí os empréstimos de Nathan para o Fluminense (R$ 1 milhão), Alan Franco para o Charllote FC (R$ 1,1 milhão) e Hyoran para o Red Bull Bragantino (R$ 500 mil). Em termos de vendas, por enquanto, foram duas: do zagueiro Junior Alonso seguiu para o Krasnodar-RUS (R$ 46 milhões) e Marquinhos para o Ferencvárosi-HUN (R$ 9,8 milhões).

Dos R$ 140 milhões da meta estabelecida, o Atlético já conseguiu R$ 58,4 milhões. Ainda faltam R$ 81,6 milhões para chegar ao faturamento orçado. Rodrigo Caetano terá de realizar novas vendas em breve, para ajudar a equilibrar o caixa do clube. O atacante Savinho, de 17 anos, parece ser o próximo a deixar a Cidade do Galos. Mas os valores em pauta ainda não serão suficientes para atingir a meta de 2022. Sinal de que outros jogadores deixarão o Atlético durante a temporada.