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Sylvinho fala em grupo com 16 titulares e defende Renato Augusto de falso 9

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

06/11/2021 20h45

O técnico Sylvinho conquistou a quinta vitória seguida pelo Corinthians na Neo Química Arena. Na noite deste sábado (6), o Alvinegro bateu o Fortaleza, por 1 a 0, e voltou a encostar no G4 do Campeonato Brasileiro. O comandante fez questão de ressaltar a qualidade de seu elenco, já que o gol solitário da partida foi protagonizado por Jô e Cantillo, dois nomes que foram titulares em algum momento da temporada e hoje saíram do banco de reservas.

"O futebol tem 14, 15, 16 titulares. Assim como [hoje] o Gustavo Mosquito está fora, ele faz parte do time desde o início. É otimizar atletas, inclusive da base. Vamos trabalhar com todos e espero que ele [Cantillo] volte da seleção colombiana. Recentemente, nasceu o filho do Cantillo, se chama Thiago e é uma semana que ele está muito contente. Espero que faça bons jogos na seleção colombiana e vamos continuar dando sequência ao trabalho", afirmou Sylvinho ao ser questionado sobre as substituições no segundo tempo.

'"A entrada do Gustavo no intervalo foi ótima. O jogo tomou uma proporção diferente no primeiro tempo. Do lado esquerdo, voltava e baixava. Queríamos o espaço e o Gustavo desfruta muito disso e deu conta mais uma vez. O Jô quando entra dá sustentação, o mesmo com o Cantillo que começa a dar mais tranquilidade na saída de bola. O Jô foi um cara que fez a retenção, corpo e presença de área. Os atletas que entraram ajudaram muito o grupo e em alguns outros momentos vão entrar outros jogadores", sinalizou o treinador ao completar o seu pensamento em uma outra pergunta da impresa.

O treinador do Corinthians foi muito questionado sobre o posicionamento de Renato Augusto. O camisa 8 atuou por 75 minutos como centroavante e, entre os zagueiros do Fortaleza, muito pouco participou da partida. Com a entrada de Jô na parte final do confronto, o meio-campista ficou um pouco recuado e passou a render mais dentro de campo. Foi justamente neste cenário que o Corinthians, aos 43 do segundo tempo, conseguiu a vitória em casa.

"Um atleta de uma versatilidade muito grande. O Renato pode te fazer um falso nove, pode te fazer um tripé no meio de campo, pode fazer o primeiro volante como já fez em algum momento. São as características que o atleta empresta ao clube e eu não vou negligenciar nenhuma. Eu coloco o Renato de atacante, ele faz dois gols e passa a servir. O Renato empresta muita coisa. Enquanto enxergarmos assim, ele vai fazer. O Renato não vai jogar de lateral-esquerdo, o Giuliano não vai jogar de zagueiro. Isso não iremos fazer, é óbvio. São duas, três funções que ele pode fazer e ajudar o time. Quanto mais conhecermos o atleta, melhor. Temos que continuar conhecendo e melhorando", explicou.

Com o resultado desta noite, o Corinthians chegou aos 47 pontos e se manteve na 6ª colocação do Campeonato Brasileiro. O Alvinegro, no entanto, agora está a apenas dois pontos do Red Bull Bragantino, o primeiro dentro do G4, e vive a expectativa de conquistar a vaga direta na Copa Libertadores da próxima temporada.

Na quarta-feira (10), às 19h (horário de Brasília), o Corinthians visita o líder Atlético-MG no estádio do Mineirão. O duelo com o Galo é válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Veja outros trechos da coletiva de imprensa do técnico Sylvinho:

Sobre tática adotada pelo Corinthians

"O jogo de futebol tem 90 minutos. A intenção quando montamos e trabalhamos dentro de uma partida é tirar o melhor proveito, aumentar a chance de ganhar e diminuir a de perder. O adversário também está com a mesma intenção e as forças muitas vezes se equivalem. Não tem um jogo de futebol que você é melhor do que o adversário durante 90 minutos. A complexidade do futebol é enorme e é isso que faz dele um esporte magnífico, extraordinário e apaixonante. São possibilidades enormes de jogo. O Fortaleza tem atletas de muita qualidade. Com o passar do tempo, vai se abrindo o campo e isso ocorreu contra a Chapecoense e voltou a acontecer aqui. Você passa a administrar o jogo e não é administrar para não perder, é escolher a melhor jogada e ter tranquilidade para proporcionar o jogo. Fomos felizes e premiados com um segundo tempo muito bom".

Por que o Corinthians teve atuações tão diferentes no primeiro e segundo tempos?

Foi respondido na pergunta anterior sobre a complexidade do jogo, os 90 minutos e a abertura do campo.

Sobre paciência da equipe para conseguir a vitória no fim

"É uma virtude difícil quando esse gol não vem rápido e ele não sai. Você tem que ter paciência. Apressar o jogo faz você errar passe. Minha análise no primeiro tempo do jogo é que apressamos demais. À medida que não fazíamos o gol, passamos a apressar as jogadas e tecnicamente passamos a errar. Isso não nos dava condição de permanecer com a bola. No segundo tempo, a paciência passou a acontecer e não tínhamos outro jeito. Tínhamos um adversário forte, qualificado e você precisa fazer transições e continuar atacando. As alterações foram muito bem feitas e acabaram potencializando o time, mas a virtude é dos atletas. O estádio mais uma vez cheio nos ajudou muito".

Por que uma postura tão precavida no primeiro tempo?

"Uma construção de time, não esqueçamos nunca, é uma construção de time cheia de sacrifícios quando começamos ali contra o Atlético-GO na primeira rodada do Campeonato Brasileiro no qual ninguém imaginava que estaríamos nessa situação na tabela. O time vai ganhando corpo sendo consistente defensivo, forte no meio de campo. Nessa construção tivemos em um primeiro período Cantillo e Gabriel, volta Cantillo, um externo é Gustavo e de repente é GP. O centroavante era Luan, depois foi Jô, em algum momento foi o Roger e hoje é Renato. O time vai se mexendo, vai se mudando. É uma construção que vamos fazendo. Parte da resposta é o que falamos. Não caracteriza ofensividade quatro centroavantes juntos. O time tem que ser equilibrado, os números nos ajudam e o caminho é esse. Estamos conhecendo o elenco, potencializando o time. Gostaríamos que a performance e o resultado viessem no primeiro tempo e nem sempre isso acontece. Um jogo é de 90 minutos e temos tido boas substituições. Mérito do elenco e dos atletas".

Sobre cinco vitórias seguidas na Neo Química Arena

"Nosso estádio cheio e o que representa nosso torcedor, nos ajuda demais. Contra a Chapecoense foram três esquemas diferentes, substituições e o campo se abrindo. De repente, não tem mais tática e técnica. É na alma. Fizemos o gol contra a Chapecoense pela beleza de um estádio lotado e um torcedor que nos empurra. Hoje não foi diferente. O Fortaleza é um adversário duro e, mais uma vez, mudanças táticas, técnicas, estratégia de jogo e o final foi maravilhoso. O torcedor nos ajuda demais e esse 100% representa a força do nosso torcedor".

Sobre Araos

"É um assunto que está sendo tratado pela diretoria e não é minha área de atuação. Os atletas que estão disponíveis atuam e sempre respondo da mesma maneira".

Sobre o posicionamento de Gustavo Mosquito

"É um dos titulares desse time. É um atleta de uma transição rápida, potência, margem grande de crescimento. Entrou bem no jogo, explicamos que havia uma questão estratégica. No GP essa questão não estava surtindo efeito, o Gustavo gosta de espaço e isso nos ajudou muito no segundo tempo".

Sobre mística do Corinthians de vencer os jogos no fim

"É maior. Eu gostava de estar em campo, você libera toda a adrenalina. É a possibilidade real de dar um carrinho, fazer um gol, evitar um gol, ter o entendimento de vou ou não vou, passar ou não passar. Como treinador você sofre e sofre muito. É um clube enorme, estádio lotado, isso nos ajuda bastante. Não dá para voltar atrás, é melhor como atleta, mas também é gostoso como treinador".

Sobre sequência do Corinthians

"A forma que temos que trabalhar é buscar o melhor para o próximo jogo porque não dá tempo. São poucos dias, amanhã vamos acordar pensando no próximo jogo. É um adversário difícil, complicado, está lá na frente da tabela e é complicado. Dá para ir jogo a jogo. Vamos depositar 100% das nossas forças no próximo jogo contra o Atlético-MG".

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