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Santos: Perto de turno sem gols, Marinho quer trocar estrelato por vitórias

Marinho em ação pelo Santos diante do AThletico, pela COpa do Brasil  - Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo
Marinho em ação pelo Santos diante do AThletico, pela COpa do Brasil Imagem: Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

03/11/2021 04h00

Quase um turno inteiro do Campeonato Brasileiro sem fazer gols. Essa situação é muito incomum para um atacante, ainda mais para um jogador que foi um dos artilheiros e craques da competição na temporada passada. Mas assim é o momento de Marinho, que passou em branco contra os últimos 18 adversários e vem sendo cobrado pelos torcedores do Santos por causa da queda de produtividade que afetou diretamente o desempenho do time.

O último gol de Marinho aconteceu no dia 10 de julho, diante do Palmeiras, que é o próximo adversário do Peixe, domingo (7), às 16 horas, na Vila Belmiro. Na ocasião, ele marcou em uma cobrança de pênalti nos minutos finais, mas não evitou a derrota por 3 a 2 no Allianz Parque. Depois disso, o camisa 11 ficou fora de sete partidas por causa de suspensão e lesão e atuou em outras 11, mas sem mostrar o instinto de goleador de outros tempos.

Marinho foi contratado pelo Santos em maio de 2019 em uma negociação que envolveu a ida de David Braz para o Grêmio. Só conseguiu um lugar como titular absoluto no ano passado e ganhou o papel de "estrela" depois que Cuca assumiu o comando da equipe, em julho. Foi vice-artilheiro do Brasileirão, com 17 gols e 7 assistências, e principal responsável por levar um time desacreditado à final da Libertadores -perdeu a decisão para o Palmeiras. Com tantos números a favor, chegou a ter cogitada uma convocação para a seleção brasileira.

Em 2021, a situação de Marinho se inverteu. Começou a temporada em recuperação de Covid-19 e, logo, viu o Santos ser eliminado na Libertadores e no Campeonato Paulista. No Brasileirão, já sob o comando de Fernando Diniz e em meio a mudanças de corte e de cores de cabelo, deu indicíos de que poderia retomar a boa fase. Fez três gols nos primeiros seis jogos, sendo um deles no melhor estilo de "minimíssil aleatório", contra o Grêmio. Quinze dias depois, a fonte secou.

Prejudicado pelas constantes mudanças no time, ainda sofreu uma lesão muscular, cujo tratamento foi atrasado. Perdeu seis jogos do Brasileirão e voltou a atuar justamente depois que Fernando Diniz foi demitido ao fim do primeiro turno. A chegada de Fábio Carille tampouco ajudou no desempenho do "Rei da América de 2020". O Peixe passou os primeiros quatro jogos da nova gestão sem marcar e mostrou evidentes falhas no sistema ofensivo. Teve uma grande chance de quebrar esse jejum diante do Ceará, na Arena Castelão, mas perdeu uma cobrança de pênalti com um chute pelo alto do gol.

Com oito meses de temporada, Marinho teve inúmeros companheiros de ataque. Kaio Jorge, seu principal parceiro desde 2020, quebrou seu contrato com o Santos a seis meses do fim. Desde então, Marcos Guilherme, Léo Baptistão, Raniel e Tardelli têm-se revezado ao lado do camisa 11. E diante dessa inconstância, Marinho deixou de lado seu estrelato, virou menos decisivo e passou a ser mais participativo para tentar tirar o Santos das proximidades da zona de rebaixamento.

Descalibrado com os chutes que fizeram tanto sucesso e também sem assistências desde que Carille assumiu o Santos, Marinho se tornou um jogador vital para manter o time brigando do início ao fim. Atrai a marcação de mais de um adversário, cava faltas, dá velocidade ao ataque e também ajuda na recomposição defensiva. E assim ele descobriu uma nova maneira de contribuir com o time, como já falou após o triunfo sobre o Fluminense há uma semana.

"É horrível ficar tanto tempo sem marcar. Sou um cara que me cobro muito. Estou há vários jogos sem marcar e posso ficar até o fim do ano sem marcar, mas que a equipe vença e saia dessa situação. Não venho bem, as coisas não acontecem, mas aprendi a nunca desistir", declarou. "Se na técnica não vai, não pode faltar vontade, raça. Me cobro muito porque sei o que tenho passado diariamente. O torcedor cobra porque sabe o que a gente pode oferecer."

Outros gols com o Verdão

O último gol não foi o único que Marinho anotou diante do Palmeiras. Desde que chegou ao Santos, o camisa 11 marcou outras duas vezes justamente em um período de superioridade do Alviverde nos confrontos diretos. A estreia dele aconteceu na última vitória alvinegra no clássico. Ela aconteceu em outubro de 2019, por 2 a 0, na Vila Belmiro, quando o Peixe era dirigido por Jorge Sampaoli e terminou o Brasileiro como vice-campeão.

Depois disso, Santos e Palmeiras se enfrentaram mais seis vezes, e Marinho ficou fora apenas do empate sem gols no primeiro clássico de 2020. O atacante ainda marcou no empate por 2 a 2, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro, a última partida entre os arquirrivais antes da decisão da Libertadores. Na finalíssima continental, a derrota por 1 a 0 teve uma das piores atuações do craque santista. Depois disso, vieram mais duas derrotas por 3 a 2, sendo a última delas a que deu início a um longo jejum de gols de Marinho.

De volta no clássico

Mesmo em má fase, Marinho está confirmado para o clássico do próximo domingo. Ele nao enfrentou o Athletico-PR, no sábado passado (30) por estar suspenso, mas volta aos titulares em lugar de Ângelo. Outra novidade da equipe de Fábio Carille é Vinícius Zanocelo, que retoma seu lugar no meio-campo após cumprir suspensão. A dúvida está na defesa, já que o uruguaio Emiliano Velázquez deixou a partida na Arena da Baixada com dores musculares.