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OPINIÃO

Mauro: Geração não é a melhor, mas a seleção pode mostrar mais do que vinha

Do UOL, em São Paulo

15/10/2021 16h26

A seleção brasileira bateu o Uruguai por 4 a 1 ontem (14) na Arena da Amazônia, em Manaus, com uma atuação que rendeu diversos elogios após jogos nos quais os resultados eram satisfatório, mas o futebol apresentado pelos comandados de Tite ficava aquém do esperado e, em defesa do treinador, muitos apontavam como problema a geração de jogadores.

No podcast Posse de Bola #169, Mauro Cezar Pereira afirma que a seleção realmente mereceu elogios pelo futebol apresentado diante do Uruguai e demonstrou que, ainda que a geração não seja no nível das melhores que o país já teve, é possível apresentar um futebol de melhor nível.

"Foi muito bem porque soltou mais o time também, achei que o time ontem não estava tão amarrado, não estava tão preso, não estava tão naquela situação em que o Neymar é o imperador do time do Tite, um reizinho no centro do campo, faz o que ele quer, dando dribles inúteis no meio do campo para provocar o adversário, para ver se arruma uma falta, um cartão tretando com os caras e o resto do time corre sem a bola, volta para marcar no próprio campo. Vamos lembrar, o Brasil fez jogos recentes em que fazia 1 a 0 e voltava para marcar no próprio campo", diz Mauro.

"Ontem o Brasil fez 1 a 0, continuou atacando, continuou buscando o gol, com 18 minutos estava 2 a 0, não tinha sofrido nenhuma finalização, ou seja, é óbvio que o time, essa geração pode não ser a melhor da história, obviamente não é, mas pode produzir mais do que aquilo que vinha mostrando. Então as críticas todas elas feitas às atuações anteriores foram absolutamente pertinentes e ontem mudou e ganha elogio, é uma coisa muito natural", completa.

O jornalista faz também a ressalva ao momento da seleção uruguaia e ressalta que, apesar de contar com bons treinadores, Óscar Tabarez não consegue fazer da Celeste atual um time bem treinado, lembrando que antes dos 4 a 1 para o Brasil, os uruguaios levaram 3 a 0 da Argentina.

"A ressalva sempre tem que ser feita, o time do Uruguai não dá, o Tabárez é uma lenda do futebol sul-americano, não só do uruguaio, mas realmente não tem mais condição não só pelo aspecto físico, o Uruguai é muito mal treinado, o time do Uruguai é um bando, exposto, fraco na marcação, dando todos os espaços ao Brasil, não tinha um bom contra-ataque, não tinha nada, era uma presa fácil", diz Mauro.

"O Uruguai tomou de 7 a 1 dos dois, 3 da Argentina, 4 do Brasil e um golzinho, 7 a 1, o placar simbólico, foi o que o Uruguai arrumou contra seus dois principais rivais nessa semana, isso evidencia que é um time com bons jogadores, alguns veteranos, mas ótimos, mas é um time fraco, porque o Óscar Tabárez não tem mais condição de treinar a seleção celeste. É um elenco subaproveitado, fragilizado e Brasil e Argentina passaram o rodo, não têm nada a ver com isso", completa.

Ele também comenta que não se pode ter a ilusão de que tudo mudou na seleção brasileira devido a uma boa atuação, mas que a vitória diante do Uruguai pode ser usada como ponto de partida para algumas mudanças no futebol praticado.

"É óbvio que esse jogo não pode servir de parâmetro para achar que tudo mudou por causa de um jogo, porque a Copa América foi muito ruim e jogos recentes foram ruins também, pode ser um ponto de partida. E fica claro para o técnico Tire, para os jogadores, para todos, especialmente a comissão técnica, que dá para fazer diferente", conclui.

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